Prazos dilatados e taxas de juros menores garantiram crescimento de 36% nas cifras financiadas em 2011
A maior oferta de crédito para compra de imóveis, com prazos dilatados e taxas de juros menores, foi fator decisivo para a mudança de comportamento do mercado, apontam especialistas do setor.
"O crédito impulsionou o mercado de lançamentos e de imóveis usados. Os bancos estão interessados em oferecer crédito", afirma a diretora de marketing da Abyara Brasil Brokers, Paola Alambert.
Essa também é a avaliação de Cícero Yagi, consultor do Secovi, sindicato que reúne o setor da habitação. "No passado, o Brasil era um dos poucos países em que só se comprava imóvel à vista. A falta de crédito impedia o deslanche do mercado", diz o consultor.
O coordenador do Índice FipeZap e pesquisador da Fipe, Eduardo Zylberstajn, diz que a demanda por imóveis só vai se manter aquecida se a oferta de crédito for crescente. "O crédito foi o fator preponderante para essas mudanças."
No ano passado, o crédito imobiliário atingiu a maior marca da história. Entre recursos da caderneta de poupança e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) foram emprestados R$ 114,1 bilhões para a habitação, com crescimento de 36% em relação a 2010. A maior parte dos financiamentos foi bancada com dinheiro da caderneta de poupança (R$ 79,9 bilhões), que teve acréscimo 42% ante 2010, segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).
Para este ano, a expectativa é de um crescimento de 30% nas cifras financiadas com recursos da poupança. Em 2011, a fatia do crédito imobiliário no PIB total foi de 4,7%, e a perspectiva é de que essa participação atinja 6% em 2012 e chegue a 10% em 2014.
Futuro. Zylberstajn, da Fipe, observa que há no País uma "demanda natural" por moradia. Isto é, a cada ano 1,5 milhão de novas famílias são formadas, segundo projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Isso significa, por exemplo, procura líquida e certa por casa, eletrodoméstico, entre outros apetrechos do lar. Até 2030, haverá 60 milhões de famílias.
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