SÃO PAULO - Em busca de mais
oportunidades para locação de imóveis na cidade de São Paulo e região
metropolitana, as imobiliárias começam uma guerra em busca de apartamentos
disponíveis. Exemplo disso, a imobiliária Lello lançou um modelo de negócio que
envolve os chamados de "caçadores de casas" (em inglês,
house-hunters).
A ideia é que a empresa
encontre mais opções de imóveis e saia na frente das concorrentes. Quem também
aposta em inovação para atrair novas opções é a imobiliária Silvério Dias, em
Sorocaba, que viu sua carteira de imóveis subir 15% depois de investir em
mídias sociais.
"Estamos crescendo
acima da média porque, diferentemente de muitas imobiliárias da região, estamos
um passo à frente na hora de buscar imóveis", afirma Eduardo Dias, diretor
de Novos Negócios da Silvério Dias.
Ele explica também que foi a
ferramenta no Facebook que aumentou em 15% a carteira de imóveis do grupo.
"Na Internet as coisas se multiplicam muito rapidamente; é essencial para
uma imobiliária, hoje em dia, estar presente com força nas mídias
sociais", completa.
Entre os caçadores de
imóveis o resultado também já foi obtido. Na imobiliária Lello, os 12
profissionais que formam a equipe de caçadores saem às ruas de São Paulo para
encontrar o maior número de imóveis disponíveis possível. "Eles batem à
porta das casas, conversam com os proprietários, zeladores de prédios,
vizinhos, atrás de uma pista que os leve a uma casa ou apartamento vago",
disse Roseli Hernandes, diretora da Lello Imóveis.
A executiva explica também que,
diferentemente dos corretores de imóveis, house-hunters não intermedeiam
negócios entre proprietários e inquilinos: sua função é apenas captar imóveis e
disponibilizá-los à atual fila de interessados em alugar, cadastrados no banco
de dados da administradora. "Com esse trabalho, descobrimos imóveis
fechados na cidade. Os captadores trabalham para convencer os proprietários de
que ofertar a unidade para locação é bom negócio, gerando rendimento mensal e
evitando gastos desnecessário com o pagamento de encargos como IPTU e cota de
condomínio", diz.
Em um ano, o número de
interessados em alugar um imóvel cresceu 25% na Lello. As unidades mais
procuradas são as de um e dois dormitórios, com uma vaga na garagem e valor de
aluguel em torno de R$ 1,6 mil a R$ 1,8 mil. E metade dos imóveis
disponibilizados é alugada em até 30 dias.
Alta na Roosevelt
Entre os locais em que as
imobiliárias de São Paulo mais encontram dificuldade em encontrar apartamentos
vagos, destaca-se a Praça Roosevelt, no Centro, que está a cinco meses de
terminar obras e com alta no valor imóveis.
De acordo com a Empresa
Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp) o valor dos imóveis já está até
50% mais alto do que o registrado antes da obra e, em alguns locais, o valor do
aluguel mais do que dobrou. "Esta é uma obra que os moradores da região
aguardam desde 2006 e isso significa que há muita especulação sobre o
resultado", afirmou Angelo Lopes, professor de Desenvolvimento Imobiliário
e Economia da construção civil da Universidade de São Paulo (USP).
De acordo com a Secretaria
de Infraestrutura Urbana e Obras (Siurb) da prefeitura de São Paulo, a obra
custou cerca de R$ 55 milhões e contará com um boulevard que incentivará o
comércio na região. "Esta obra é pontapé inicial para a mudança do perfil
do que era conhecido como Baixo Augusta e que era área criminalizada, com a
obra teremos mais segurança, opções e valorização", explica o professor.
Na última semana, o Vegas,
boate tradicional localizada na Augusta foi fechado. O motivo, de acordo com o
proprietário do empreendimento, Facundo Guerra, foi a especulação imobiliária.
"Lutei o quanto consegui para manter o local aberto. Não foi possível
continuar", diz o executivo, sobre o fechamento.
No local da balada será
construído um edifício, ainda sem mais informações. "A alta nos alugueis
gera impossibilidade de se manter muitos empreendimentos comerciais na região,
no último ano notamos algumas outras boates, lojas e livrarias fecharem em
função do valor, que triplicou nos últimos anos", afirma Lopes.
Grande ABC
E para driblar as
adversidades, a Viana Negócios Imobiliários também já começa seus planos de
expansão nas sete cidades do ABC. De acordo com Aparecido Viana, presidente do
grupo a movimentação e busca por locação tem crescido em ritmo alto na região.
"Temos ações em São Caetano, como por exemplo os 850 escritórios lançados
no Espaço Cerâmica e vendidos pela Gafisa em dois dias", detalha.
De acordo com o executivo,
hoje a cidade conta cerca de 12 empreendimentos comerciais , o que é considerado
pouco. "Ainda é necessário mais oportunidades de locação em São
Caetano", diz. Para driblar estes problemas, o executivo anuncia
investimentos também em São Bernardo, Santo André, Diadema, São Paulo e
Sorocaba. "Contamos hoje com 500 corretores, que buscam boas
oportunidades".
Este ano a empresa espera
atingir R$ 5 bilhões em VGV, contra os R$ 2 bilhões de 2011. "Até agora
temos contratos assinados de R$ 2,5 bilhões", detalha.
Fora do Estado
E não é só em São Paulo que
o mercado vem criando boas oportunidades de expansão para o segmento de
intermediação imobiliária. Este mês a Colliers International Brasil anunciou o
inicio das operações de mais um escritório no Brasil. A nova base, localizada
em Fortaleza (CE), vem como parte da ação estratégica da empresa para
acompanhar o crescimento imobiliário.
Com o início das operações
em Fortaleza, a Colliers, que já possui um escritório em Recife, quer ampliar
atuação no Nordeste,. "Nosso objetivo é atender da melhor forma possível à
demanda dos nossos clientes. A presença em diversas regiões é fundamental para
conseguirmos os melhores resultados e ainda alavanca os negócios imobiliários
de cada uma destas localidades", diz Ricardo Betancourt, presidente da
Colliers International Brasil.
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