O Brasil vive, desde 2004,
quando foi aprovado o novo marco regulatório para a indústria da construção, um
boom de crescimento no mercado imobiliário e programas habitacionais, com o
lançamento do Programa Minha Casa, Minha Vida, em 2009. De lá para cá, o número
de unidades financiadas e a expansão do crédito para a casa própria não deixou
de crescer: dos cerca de R$ 3 bilhões de crédito para o setor, em 2004,
passou-se a R$ 205,8 bilhões, em janeiro de 2012, de acordo com o Banco
Central.
Esse aumento do crédito,
amparado em maior segurança para construtoras e incorporadoras e compradores de
imóveis, também repercutiu no Distrito Federal e na Região Centro-oeste do
país. Fatores como o crescimento da economia, mercado interno aquecido, aumento
da renda familiar e a proximidade dos megaeventos esportivos mundiais devem
garantir a manutenção desse aquecimento. O crescimento é reforçado por
diferentes entidades internacionais. A Associação de Investidores Estrangeiros
no Setor Imobiliário (Afire), por exemplo, estima que o Brasil será, em 2012, o
segundo melhor mercado imobiliário do mundo na atração de investidores
estrangeiros, superando até mesmo a China na lista de preferências.
Especialistas avaliam que devido a Brasília ser uma cidade relativamente nova,
com grandes possibilidades de crescimento, e as cidades do entorno, como
Samambaia e Ceilândia, tende a dar continuidade a essa dinâmica. Segundo o
presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal
(Sinduscon-DF), Julio Cesar Peres, a tendência é que o mercado alcance relativa
estabilidade, mantendo crescimento de cerca de 12% ao ano.
Nessa conjuntura, porém, nem
tudo são flores. Construtoras e incorporadoras precisam estar atentas aos
custos dos empreendimentos, a fim de evitar problemas. Nesse sentido, um dos
melhores sistemas construtivos disponíveis no país é a alvenaria estrutural com
blocos de concreto. As maiores vantagens desse sistema é que ele oferece a
possibilidade de erguer edifícios com até 30% de economia (em prédios de até
cinco pavimentos), comparado aos sistemas convencionais de construção, de
acordo com pesquisas desenvolvidas por pesquisadores de universidades
renomadas, como a Poli-USP, Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
Universidade Federal de São Carlos-SP, entre outras.
A construção com blocos de
concreto estruturais permite que, ao se erguer as paredes, a estrutura já está
pronta, dispensando a execução de pilares e vigas e o uso de fôrmas para o
concreto. Além disso, esse sistema estrutural conta com normas atualizadas da
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que abrangem desde a
fabricação e ensaios dos blocos, projetos de arquitetura e engenharia e a
construção. Todos esses fatores contribuem com o crescimento do uso dos blocos
estruturais de concreto no Distrito Federal e no Centro-Oeste. "É visível
o aumento do uso de blocos estruturais de concreto nos empreendimentos do DF,
graças às vantagens técnico-econômicas que oferece", avalia o empresário
Martim Francisco Marcondes, da indústria de bloc os Original, de Brasília, e
diretor da Regional Centro-Oeste da BlocoBrasil-Associação Brasileira da
Indústria de Blocos de Concreto. Essa opinião é compartilhada por Marley
Antônio Rocha, proprietário da Goiarte, indústria de blocos de concreto
localizada em Aparecida de Goiânia, a 25 km da capital goiana. "Tivemos um
crescimento expressivo no uso dos blocos de concreto em nossa região, devido às
suas evidentes vantagens em relação aos outros sistemas construtivos",
avalia Rocha, integrante da BlocoBrasil. A Associação reúne os fabricantes de
blocos que têm o Selo da Qualidade fornecido pela Associação Brasileira de
Cimento Portland. O Selo de Qualidade é uma garantia aos compradores de que os
blocos são fabricados de acordo com as normas da ABNT e, portanto, oferecem
segurança aos compradores - construto ras e usuários finais.