COMO APROVEITAR O FEIRÃO DA CAIXA

Veja o que o banco oferece e confira dicas de especialistas para fazer um negócio bom e seguro na compra da casa própria

O 8º Feirão Caixa da Casa Própria, que acontece neste final de semana em algumas cidades e termina em 10 de junho, é uma boa oportunidade para os brasileiros realizarem o sonho de ter um imóvel próprio para morar. Mas especialistas advertem que é preciso ter muito cuidado antes de fechar o negócio. "O ideal é voltar para casa e amadurecer a ideia da compra antes de assinar qualquer documento," diz Marco Aurélio Luz, presidente da Associação dos Mutuários de São Paulo e Adjacências (AMSPA). 

Quem quiser sair do evento com um contrato de financiamento fechado consegue atingir o objetivo em poucas horas. Foi o que fizeram 31 mil participantes da primeira etapa do evento, que aconteceu duas semanas atrás em Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife e Salvador. Segundo a Caixa, com carteira de identidade, CPF e comprovante de rendimento é possível conseguir a carta de crédito durante o evento. "Mas isso não é o ideal, pois muitas vezes a compra é feita por impulso," diz Luz. 

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A sugestão dele para os participantes é que aproveitem o evento ao máximo, tirem todas as dúvidas e contem com a ajuda de especialistas para fazer contas. Mas antes de assinar qualquer documento, voltem para casa, leiam atentamente o contrato e, se possível, peçam a opinião de quem já financiou um imóvel ou de um advogado especialista. 

A possibilidade de obter um crédito de até 90% do valor do imóvel - como a Caixa oferece para os participantes da feira, dependendo de seu perfil - é atraente, principalmente pelo fato de a instituição ser conhecida e confiável. No entanto, o comprador tem que saber que os negócios fechados durante o evento não têm a garantia do banco estatal. 

"Embora o evento tenha o nome Feirão da Caixa, não é a Caixa que está vendendo os imóveis, mas sim as imobiliárias, incorporadoras e construtoras. Então os cuidados com a compra têm que ser o mesmo de outras situações,"diz Marcelo Tappia, especialista em direito imobiliário e sócio-fundador do escritório Tapai Advogados. 

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Assim, a sugestão dos especialistas é que o visitante busque informações durante a feira, mas não se sinta pressionado para fechar negócios. Segundo a Caixa, as taxas oferecidas durante o feirão são as mesmas das agências. "Se as empresas forem sérias, saberão que o comprador precisará de um tempo para avaliar melhor a compra e fazer alguns levantamentos," acrescenta Tappia. 

Entre as pesquisas essenciais, segundo ele, está a comparação das taxas da Caixa com as oferecidas por outros bancos. A pesquisa pode ser feita na internet, nas agências bancárias ou nas próprias construtoras e incorporadoras. É possível inclusive fazer simulações nos sites das instituições financeiras. 

Também é importante pesquisar a idoneidade da construtora. É possível fazer isso com o CNPJ da empresa, que pode ser usado para consultas no Procon e no Cartório de Registro de Imóveis e Prefeitura. É bom verificar também se os engenheiros e os arquitetos responsáveis estão devidamente registrados no CREA, se estão envolvidos com ações cíveis, trabalhistas e criminais e se possuem débitos com a Prefeitura. 

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Confira também a situação do corretor no Conselho Regional de Corretores de Imóveis (CRECI) e o memorial descritivo registrado. "Esse último documento deve conter a marca de todos os materiais e equipamentos que serão utilizados na obra, como elevadores, pisos, azulejos, pias, entre outros. Vale a pena pedir auxílio de um especialista para certificar-se sobre a qualidade dos produtos", diz Luz. Se preferir, o comprador pode solicitar todas essas informações às empresas durante ou após a feira. 

No caso de imóveis usados, é preciso pesquisar sobre os donos atuais. A sugestão é verificar os pagamentos do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e condomínio, para checar se as cobranças devidas foram quitadas, e de eventuais ações ou embaraços judiciais em que o vendedor possa estar envolvido. Todas essas informações também podem ser solicitadas diretamente à imobiliária

Aproveite a feira 

Durante o feirão, o comprador tem a opção de escolher entre 431 mil imóveis. Quem quiser comprar um imóvel que não está na lista deve procurar uma agência do banco para fazer negócio fora do evento. 

Sobre as taxas oferecidas pela Caixa, a mínima é de 7,8% ao ano mais a taxa referencial (TR) para imóveis de até R$ 500 mil, enquanto para valores superiores é possível obter uma alíquota de 8,8% ao ano mais TR. Agentes públicos, servidores e demais empregados do setor público podem financiar 100% do imóvel em até 360 meses, segundo a Caixa, desde que não optem pela carência de até 6 meses para o pagamento da primeira parcela de amortização. 

Para os demais visitantes da feira, é possível chegar a uma quota de 90% do imóvel, dependendo da avaliação de risco de crédito, que varia de acordo com a capacidade de pagamento do cliente, segundo o banco, e do valor de avaliação da casa ou do apartamento feita pela Caixa. 

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Para quem já sabe exatamente o que quer, a Caixa sugere que o comprador leve para a feira informações como o tipo de imóvel (novo ou usado, casa ou apartamento) que pretende adquirir, a localização, o valor aproximado, o quanto de recursos próprios possui para entrada, se tem FGTS e, em caso positivo, qual o seu saldo aproximado. 

O visitante que não sabe exatamente o que quer, ou não se preparou bem para fechar o negócio, deve aproveitar o evento para comparar as condições oferecidas pelas incorporadoras, imobiliárias, construtoras e demais empresas do setor imobiliário. É importante aproveitar a ocasião para tirar dúvidas e também se informar sobre todas as taxas administrativas e encargos cobrados para a compra da casa própria e para obter o do financiamento.

A dica de Marco Aurélio Luz para o comprador é que ele peça uma projeção da primeira até a última prestação do financiamento, para que saiba exatamente quanto gastará quando incluídas as taxas.

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