QUEM TORNA O IMÓVEL 'INTELIGENTE' É O MORADOR

Projeto e construção são meios para reduzir o impacto ambiental do imóvel. Mas quem faz a diferença, mesmo, é o morador ou usuário.

"Ele é o elemento-chave para que a sustentabilidade se consolide, pois é quem vai usar as soluções implantadas e investir na manutenção", observa Roberto de Souza, diretor do Centro de Tecnologia de Edificações, empresa de consultoria ambiental.

Grandes administradoras de condomínios estão atrás de certificação, de forma a reduzir custos para os moradores e implantar operações mais sustentáveis nos edifícios já existentes.

"Em edifícios comerciais isso já é regra. Nos habitacionais, a tendência vai se disseminar. Crianças e jovens questionam os pais sobre o condomínio não ter coleta seletiva e cobram medidas amigas do ambiente", diz Souza.

A prática de retrofit (reforma para modernizar o imóvel) é um caminho para introduzir sustentabilidade, diz Luiz Henrique Ferreira, diretor da Inovatech, empresa de consultoria especializada.

Entre as tecnologias usadas estão torneiras e descargas econômicas, energia solar e uso de chuva, que reduzem o valor do condomínio e o consumo de água.

A sustentabilidade vem assumindo importância estratégica, para Souza. "Há crescimento acentuado de empreendimentos certificados."

Os dois principais sistemas de certificação disponíveis no país, o Aqua (Alta Qualidade Ambiental) e o Leed (Leadership in Energy and Environmental Design), registram incremento.

A Fundação Vanzolini, detentora do Aqua, chegou ao fim de 2011 com 53 empreendimentos certificados. Em 2010, o selo passou a contemplar imóveis habitacionais, certificando 13 edifícios e um condomínio com quatro prédios e 80 casas, que ainda estão em construção.

Marcos Casado, gerente do GBC Brasil, diz que muitos empreendimentos que requisitaram o certificado Leed em 2004 estão ficando prontos agora. "Por isso o número de certificados ainda é baixo, mas os pedidos dispararam. Hoje, temos 500."

TEMPLO SUSTENTÁVEL

A iluminação natural é aproveitada ao máximo no Centro de Desenvolvimento Espiritual Sukyo Mahikari, inaugurado neste ano na Saúde, em São Paulo. O átrio tem plantas e brises de madeira nas janelas, que reduzem o calor. Certificado com o selo Aqua, o templo tem sistemas para uso de água de chuva e economia de energia. O projeto é do arquiteto Yoshihiro Chida.

HAJA ENERGIA

A construção civil consome 40% da energia produzida no mundo, extrai 30% dos materiais do meio natural, gera 25% de resíduos sólidos e consome 25% da água do globo, segundo a ONU.

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