Com um
prazo mais longo, os covered bonds podem ser boas alternativas à securitização
Se a
perspectiva do mercado de crédito é dobrar sua representação até 2016, mais
formas de financiamento são necessárias. Neste gap, aparece um título que,
mesmo com a crise, movimenta US$ 2,7 trilhões na Europa: os covered bonds.O
Banco Central brasileiro já discute com autoridades do Banco Mundial e
associações do mercado imobiliário para testar tais títulos no País.
Os
covered bonds são títulos de dívida garantidos por financiamentos imobiliários
ou por empréstimos ao setor público. Segundo Luca Bertalot, diretor do Conselho
europeu de covered bonds, a diferença do título para os ativos securitizados
está no fato do bond precisar de uma instituição financeira para ser emitido.
Para o
mercado brasileiro, os covered bonds trazem um impacto no prazo dos papéis. Por
serem emitidos por instituições financeiras, os papéis tem um prazo maior e
podem ser usados para levantar dinheiro para investimento em áreas de
infraestrutura e construção. "A Alemanha regulou os covered bonds em 1995
para se reconstruir após a reunificação com a parte oriental", conta
Bertalot.
Bertalot
explica que os covered bonds aparecem como títulos de Basileia II, ou seja, com
bastante confiança. Ele comenta que, para terem o nível de segurança
necessária, é preciso ter uma regulamentação própria. "As autoridades do
governo precisam ficar de olho nestes títulos, principalmente nos emissores e
nas pools de cobertura, que dão lastro para os papéis", comenta Bertalot.
"Os
covered bonds podem trazer a estabilidade financeira para o mercado porque
aumentam a quantidade de dinheiro em circulação no mercado secundário. Assim,
eles conseguem apoiar o setor imobiliário", diz Bertalot.
E a
securitização?
Tanto
para Bertalot, quanto para Onivaldo Scalco, presidente da Companhia Brasileira
de Securitização, os covered bonds não vão acabar o mercado da securitização.
"Os dois são importantes, mas representam papeis diferentes. É preciso ter
o uso estratégico de cada um dos investimentos", diz Bertalot.
Enquanto os covered bonds podem ser usados para questões específicas, como a alavancagem de algum fundo, os créditos imobiliários securitizados podem correr no mercado secundário para outras razões.
"Talvez reduza o volume de crédito operado pela securitização", pondera Scalco. Ele comenta que, porém, é bom a existência de um sistema adicional e mais localizado de funding. E, uma vez que os CRIs, papéis imobiliários securitizados, podem ser emitidos por companhias himobiliárias e os covered bonds, apenas por instituições financeiras, não existe uma concorrência direta. "São como as duas partes do cérebro, o lado direito e o lado esquerdo, uma pessoa é melhor quando opera os dois juntos. Um mercado também", finaliza Bertalot.
Enquanto os covered bonds podem ser usados para questões específicas, como a alavancagem de algum fundo, os créditos imobiliários securitizados podem correr no mercado secundário para outras razões.
"Talvez reduza o volume de crédito operado pela securitização", pondera Scalco. Ele comenta que, porém, é bom a existência de um sistema adicional e mais localizado de funding. E, uma vez que os CRIs, papéis imobiliários securitizados, podem ser emitidos por companhias himobiliárias e os covered bonds, apenas por instituições financeiras, não existe uma concorrência direta. "São como as duas partes do cérebro, o lado direito e o lado esquerdo, uma pessoa é melhor quando opera os dois juntos. Um mercado também", finaliza Bertalot.
NOTÍCIAS
RELACIONADAS
Volume de lançamentos de imóveis deverá cair 20%
este ano Empresas ainda não sabem se comunicar com "nova classe C"
Portabilidade bancária pode afetar mercado de securitização