SÃO PAULO - A compra da casa própria está entre os planos da maioria dos brasileiros, porém, para realizar este sonho com segurança e comodidade, alguns serviços oferecidos pelos bancos podem ajudar.
Um dos serviços disponíveis para os consumidores é o pacote de serviços imobiliários Santander Van Gogh. Trata-se de uma conta-corrente com serviços direcionados a todo trâmite de compra do imóvel.
O pacote de serviços atende à população de alta renda e oferece assessoria para a escolha dos imóveis, além de permitir que as prestações do imóvel sejam pagas com cartão de crédito e acumular pontos no programa de bônus. "Queremos participar ativamente de todas as etapas da compra de um imóvel e ajudar o cliente a encontrar o equilíbrio entre o que sonha e o que pode comprar. Para isso, fizemos um estudo com a nossa base de clientes para identificar quais eram as principais necessidades e oportunidades, e formatamos um pacote completo, em parceria com o time do segmento de alta renda, o Van Gogh", explica o diretor executivo de Negócios Imobiliários do Santander, José Roberto Machado.
Seguro para as parcelas
A Caixa Seguros - seguradora da Caixa Econômica Federal, por sua vez, lançou um seguro prestamista específico para quem compra imóvel direto da construtora, chamado de Dívida Zero.
O produto protege o dono do imóvel, e também as construtoras em caso de morte e invalidez permanente total por acidente.
De acordo com a Caixa Seguros, caso ocorra qualquer um dos imprevistos cobertos pelo seguro, a seguradora quita o saldo devedor do financiamento, deixando a família do segurado livre de dívidas.
A construtora também garante que o orçamento da obra não terá problemas em virtude de algum imprevisto. O capital segurado é calculado de acordo com o valor do imóvel e o prazo do financiamento estabelecido pela construtora, seguindo o perfil do cliente.
Segundo a instituição, impulsionada pela ampliação do crédito no país e pelo investimento no Minha Casa, Minha Vida e no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), a indústria da construção civil se tornou um segmento em expansão no Brasil. Até o final deste ano, a previsão do Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do estado de São Paulo) é de que ele cresça 6%, mais que a indústria como um todo e acima do índice esperado para o PIB (Produto Interno Bruto), que é de 3,5%, de acordo com o Banco Central.
Casa segura
Já o seguro residencial do Bradesco oferece novos modelos de apólices com cláusulas que atendem a riscos causados pela natureza. "Diante dos crescentes riscos causados pelos fenômenos climáticos, focamos nesse mercado e criamos modelos de apólices mais simples e massificadas para sensibilizar os proprietários a garantir o principal patrimônio da família", afirma o presidente da Bradesco Auto/RE, Ricardo Saad.
Em setembro deste ano, a carteira de seguros do Bradesco atingiu 1,8 milhão de apólices, sendo que, nos primeiros nove meses de 2011, o faturamento desse segmento cresceu 49,2%.
ATRASO NA ENTREGA DA OBRA CRESCE 48% EM CAMPINAS
Número de reclamações sobre atraso na entrega do imóvel cresce quase 50% em todo o Estado de São Paulo. Diante deste cenário, a AMSPA - Associação dos Mutuários de São Paulo e Adjacências realiza a "Semana dos Compradores de Imóveis na Planta", de 22 a 25 de novembro, para orientar os compradores do bem na cidade de Campinas.
De acordo com pesquisa do Instituto Brasileiro de Defesa das Relações de Consumo nos últimos 14 meses, o número de queixas sobre atraso na obra cresceu 37% em todo o País. Já os dados da AMSPA - Associação dos Mutuários de São Paulo e Adjacências aponta uma elevação de 45% no Estado de São Paulo, registrando 2160 reclamações no período de janeiro a setembro deste ano.
Para Marco Aurélio Luz, presidente da AMSPA, "fatores como aumento de renda e maior facilidade em realizar um financiamento contribuíram para elevar a compra da casa própria". Ou seja, a economia nacional está tornando o sonho do bem próprio cada vez mais próximo de ser realizado, porém a incapacidade das construtoras em atender essa demanda fazem com que o imóvel demore para ser entregue, causando transtornos aos compradores ao ponto deles, inclusive, desistirem do bem.
Esse foi o caso do comprador Adriano Gaeta da Silva, 38 anos. Em 2008, ele e sua esposa decidiram sair do aluguel e adquirir um imóvel novo. O casal fechou negócio na metade do mesmo ano, comprando um apartamento na cidade de Campinas, ainda em fase de construção. Segundo Adriano, o prazo de entrega do bem aconteceria em março de 2010, o que, na verdade, não aconteceu. "A construtora nos disse que o imóvel iria atrasar para ser entregue, mas obedeceria ao prazo de adiamento estimulado pela lei de 180 dias. Da mesma forma, após esse prazo, não recebemos o imóvel", relata.
E os problemas não se limitaram até aí. O casal também não conseguiu realizar o financiamento que pretendiam com a Caixa Econômica Federal para adquirir o bem. "Não foi possível financiarmos porque faltavam documentações da construtora que, portanto, ela própria deveria entregar para a consolidação do financiamento". Diante da situação, Adriano e sua esposa decidiram recorrer a AMSPA para defender os seus direitos judicialmente. Além deles, outros mutuários do mesmo empreendimento sofreram com o atraso do imóvel.
Segundo a Associação dos Mutuários, em Campinas, houve um aumento de 48% nas reclamações de atraso na obra. De janeiro até agosto deste ano, o número de queixas foi de 236. No mesmo período do ano passado houve 159 no total.
É por conta deste crescimento que a AMSPA decidiu promover a "Semana dos Compradores de Imóveis na Planta" no Estado de São Paulo. O 1º evento acontecerá em Campinas, entre os dias 22 e 25 de novembro, das 10h as 19h na praça Rui Barbosa, centro da cidade. O plantão de dúvidas na verdade, é de interesse, também, de todos que compraram imóveis em fase de construção ou já entregues cheios de problemas. O atendimento ao mutuário será realizado, posteriormente, em Santos e na capital paulista.
"Nosso objetivo com este evento será orientar os compradores do imóvel para que eles não tenham transtornos que afetem seu bolso ou que os façam desacreditar no sonho da casa própria", afirma Marco Aurélio.
Na semana dos compradores de imóveis, além da orientação aos proprietários, será distribuída a cartilha da AMSPA que contêm 20 dicas e cuidados que os adquirentes devem ter ao fechar um negócio e também será realizado um abaixo-assinado a favor da revisão do TAC (Termo de Ajustamento de Conduta).
O TAC foi celebrado recentemente pelo Secovi junto ao Ministério Público (MP) e determina o pagamento de multa pelas construtoras que atrasarem a entrega do imóvel em 2% e mais os juros de mora de 0,5% por mês de atraso. No entanto, a AMSPA questiona os juros moratórios de 0,5%, por considerarem desigual em relação à multa paga pelo consumidor quando este atrasa o pagamento de suas parcelas (que é de 1%)
Outra revisão solicitada pela AMSPA é referente ao prazo de tolerância injustificável de no máximo 180 dias que deve ser incluso no contrato. "O mesmo direito deveria ser conferido ao adquirente da unidade, de modo a ter o mesmo ‘prazo de carência’ para o cumprimento de suas obrigações".
A entidade também solicita para que seja integrado, no Termo de Ajustamento de Conduta, a "Comissão de Representantes". A formação da comissão está prevista no artigo 50 da Lei nº 4.591/64 e tem como objetivo reunir os compradores para fiscalizar o andamento da obra para apontar previamente eventuais problemas de forma transparente.
De acordo com pesquisa do Instituto Brasileiro de Defesa das Relações de Consumo nos últimos 14 meses, o número de queixas sobre atraso na obra cresceu 37% em todo o País. Já os dados da AMSPA - Associação dos Mutuários de São Paulo e Adjacências aponta uma elevação de 45% no Estado de São Paulo, registrando 2160 reclamações no período de janeiro a setembro deste ano.
Para Marco Aurélio Luz, presidente da AMSPA, "fatores como aumento de renda e maior facilidade em realizar um financiamento contribuíram para elevar a compra da casa própria". Ou seja, a economia nacional está tornando o sonho do bem próprio cada vez mais próximo de ser realizado, porém a incapacidade das construtoras em atender essa demanda fazem com que o imóvel demore para ser entregue, causando transtornos aos compradores ao ponto deles, inclusive, desistirem do bem.
Esse foi o caso do comprador Adriano Gaeta da Silva, 38 anos. Em 2008, ele e sua esposa decidiram sair do aluguel e adquirir um imóvel novo. O casal fechou negócio na metade do mesmo ano, comprando um apartamento na cidade de Campinas, ainda em fase de construção. Segundo Adriano, o prazo de entrega do bem aconteceria em março de 2010, o que, na verdade, não aconteceu. "A construtora nos disse que o imóvel iria atrasar para ser entregue, mas obedeceria ao prazo de adiamento estimulado pela lei de 180 dias. Da mesma forma, após esse prazo, não recebemos o imóvel", relata.
E os problemas não se limitaram até aí. O casal também não conseguiu realizar o financiamento que pretendiam com a Caixa Econômica Federal para adquirir o bem. "Não foi possível financiarmos porque faltavam documentações da construtora que, portanto, ela própria deveria entregar para a consolidação do financiamento". Diante da situação, Adriano e sua esposa decidiram recorrer a AMSPA para defender os seus direitos judicialmente. Além deles, outros mutuários do mesmo empreendimento sofreram com o atraso do imóvel.
Segundo a Associação dos Mutuários, em Campinas, houve um aumento de 48% nas reclamações de atraso na obra. De janeiro até agosto deste ano, o número de queixas foi de 236. No mesmo período do ano passado houve 159 no total.
É por conta deste crescimento que a AMSPA decidiu promover a "Semana dos Compradores de Imóveis na Planta" no Estado de São Paulo. O 1º evento acontecerá em Campinas, entre os dias 22 e 25 de novembro, das 10h as 19h na praça Rui Barbosa, centro da cidade. O plantão de dúvidas na verdade, é de interesse, também, de todos que compraram imóveis em fase de construção ou já entregues cheios de problemas. O atendimento ao mutuário será realizado, posteriormente, em Santos e na capital paulista.
"Nosso objetivo com este evento será orientar os compradores do imóvel para que eles não tenham transtornos que afetem seu bolso ou que os façam desacreditar no sonho da casa própria", afirma Marco Aurélio.
Na semana dos compradores de imóveis, além da orientação aos proprietários, será distribuída a cartilha da AMSPA que contêm 20 dicas e cuidados que os adquirentes devem ter ao fechar um negócio e também será realizado um abaixo-assinado a favor da revisão do TAC (Termo de Ajustamento de Conduta).
O TAC foi celebrado recentemente pelo Secovi junto ao Ministério Público (MP) e determina o pagamento de multa pelas construtoras que atrasarem a entrega do imóvel em 2% e mais os juros de mora de 0,5% por mês de atraso. No entanto, a AMSPA questiona os juros moratórios de 0,5%, por considerarem desigual em relação à multa paga pelo consumidor quando este atrasa o pagamento de suas parcelas (que é de 1%)
Outra revisão solicitada pela AMSPA é referente ao prazo de tolerância injustificável de no máximo 180 dias que deve ser incluso no contrato. "O mesmo direito deveria ser conferido ao adquirente da unidade, de modo a ter o mesmo ‘prazo de carência’ para o cumprimento de suas obrigações".
A entidade também solicita para que seja integrado, no Termo de Ajustamento de Conduta, a "Comissão de Representantes". A formação da comissão está prevista no artigo 50 da Lei nº 4.591/64 e tem como objetivo reunir os compradores para fiscalizar o andamento da obra para apontar previamente eventuais problemas de forma transparente.
O BOOM DOS IMÓVEIS
Um dos campeões do boom imobiliário dos últimos anos, Joseph Meyer Nigri, da Tecnisa, aposta que o nível atual de preços de imóveis se manterá nos próximos dez a vinte anos.
Há casos de bairros cujos preços subiram demais, houve exagero. Além disso, em algumas áreas a valorização dos terrenos influenciou o preço de novos imóveis, fazendo-os bater no limite do mercado. Mas são bolhas localizadas que, segundo Nigri, não atrapalharão o ritmo de desenvolvimento do mercado.
Antigamente, era muito alto o percentual de compradores do mesmo bairro onde se situava o lançamento. Quem era da Mooca, não saía de lá, assim como do Tatuapé. Hoje em dia, não existe mais essa fidelização. Quando um bairro fica caro, o mutuário migra para outro mais barato.
Há dois tipos básicos de compradores: o investidor e o mutuário. O primeiro pode ser afetado pela crise. Perdeu dinheiro com ações, perdeu no mercado internacional, lê sobre crises em outros países e entra na retranca.
Mas o segundo tipo de comprador continuará pressionando o mercado. Este, tem emprego fixo, reserva de 25% a 30% do seu salário para a prestação e continua comprando normalmente, pouco se lixando para a Grécia e para a Itália.
O que anima o mercado é a perspectiva de aumento da renda real. No ano passado, o aumento foi de 7,4%. Espera-se ritmo semelhante nos próximos anos.
A principal característica do atual movimento, é que está ocorrendo em todo o país.
No caso da Tecnisa, a estratégia tem sido a de se colocar em toda cidade com mais de 300 mil habitantes. Atualmente, está em 26. Atua em um mercado que vai do imóvel de R$ 100 mil até o de R$ 2,5 milhões. O tíquete médio dela é de R$ 300 mil.
Um dos fantasmas do setor - o esgotamento dos recursos da caderneta de poupança - não assusta Nigri. Primeiro, há espaço na parcela dos depósitos recolhidos hoje no compulsório (20%). Depois, porque o setor já dispõe de instrumentos variadíssimos, como os CRI (Certificados de Recibos Imobiliários). Esse setor tem atraído, inclusive, grandes grupos estrangeiros, devido à sua rentabilidade - os títulos rendem IGPM mais 12%.
Outro fantasma - o da inadimplência ou da bolha financeira - está muito longe do país.
Para conseguir o financiamento, o mutuário precisa dar 30% à vista. Usando o FGTS, pode abater até 80% da prestação. Em geral, o prazo médio dos financiamentos é de 30 anos. Mas, na média, os mutuários têm quitado em apenas 8,3 anos - antecipando parcelas futuras.
Tudo isso porque o modelo SAC (Sistema de Amortização Constante) começa com prestações altas, caindo mês a mês, enquanto os salários têm registrado trajetória de alta.
Além disso, com a valorização dos preços dos imóveis, a cada mês o saldo devedor representa uma parcela menor do valor final do imóvel.
Há casos de bairros cujos preços subiram demais, houve exagero. Além disso, em algumas áreas a valorização dos terrenos influenciou o preço de novos imóveis, fazendo-os bater no limite do mercado. Mas são bolhas localizadas que, segundo Nigri, não atrapalharão o ritmo de desenvolvimento do mercado.
Antigamente, era muito alto o percentual de compradores do mesmo bairro onde se situava o lançamento. Quem era da Mooca, não saía de lá, assim como do Tatuapé. Hoje em dia, não existe mais essa fidelização. Quando um bairro fica caro, o mutuário migra para outro mais barato.
Há dois tipos básicos de compradores: o investidor e o mutuário. O primeiro pode ser afetado pela crise. Perdeu dinheiro com ações, perdeu no mercado internacional, lê sobre crises em outros países e entra na retranca.
Mas o segundo tipo de comprador continuará pressionando o mercado. Este, tem emprego fixo, reserva de 25% a 30% do seu salário para a prestação e continua comprando normalmente, pouco se lixando para a Grécia e para a Itália.
O que anima o mercado é a perspectiva de aumento da renda real. No ano passado, o aumento foi de 7,4%. Espera-se ritmo semelhante nos próximos anos.
A principal característica do atual movimento, é que está ocorrendo em todo o país.
No caso da Tecnisa, a estratégia tem sido a de se colocar em toda cidade com mais de 300 mil habitantes. Atualmente, está em 26. Atua em um mercado que vai do imóvel de R$ 100 mil até o de R$ 2,5 milhões. O tíquete médio dela é de R$ 300 mil.
Um dos fantasmas do setor - o esgotamento dos recursos da caderneta de poupança - não assusta Nigri. Primeiro, há espaço na parcela dos depósitos recolhidos hoje no compulsório (20%). Depois, porque o setor já dispõe de instrumentos variadíssimos, como os CRI (Certificados de Recibos Imobiliários). Esse setor tem atraído, inclusive, grandes grupos estrangeiros, devido à sua rentabilidade - os títulos rendem IGPM mais 12%.
Outro fantasma - o da inadimplência ou da bolha financeira - está muito longe do país.
Para conseguir o financiamento, o mutuário precisa dar 30% à vista. Usando o FGTS, pode abater até 80% da prestação. Em geral, o prazo médio dos financiamentos é de 30 anos. Mas, na média, os mutuários têm quitado em apenas 8,3 anos - antecipando parcelas futuras.
Tudo isso porque o modelo SAC (Sistema de Amortização Constante) começa com prestações altas, caindo mês a mês, enquanto os salários têm registrado trajetória de alta.
Além disso, com a valorização dos preços dos imóveis, a cada mês o saldo devedor representa uma parcela menor do valor final do imóvel.
CONSTRUTORAS ENTREGAM IMÓVEL NOVO JÁ DECORADO
Objetivo é que aqueles que compraram os imóveis na planta os recebam completamente decorados e possam se mudar imediatamente
São Paulo - Quem já visitou plantões de venda de imóveis em lançamento sabe como os apartamentos decorados são de tirar o fôlego. Feitos para impressionar, os decorados são projetados para aproveitar ao máximo o potencial da planta, com projetos cuidadosos de arquitetura de interiores. Quando o apartamento é entregue, no entanto, os ambientes vazios parecem anos-luz de distância daquele decorado visto no lançamento e, para quem conhece pouco de decoração e design de interiores, fazer aquela tela em branco se transformar numa obra de arte é tarefa quase impossível, sem ajuda profissional.
Já imaginou se você recebesse, na entrega das chaves de um imóvel comprado em construção, exatamente aquele apartamento decorado do estande de vendas? Essa é a proposta da parceria entre o Espaço Brasileiro de Arquitetura (EB-A) e a Marithima Construtora, de São José dos Campos, SP. O objetivo é que aqueles que compraram os imóveis na planta os recebam completamente decorados e possam se mudar imediatamente.
A parceria permitirá que os proprietários interessados contratem o EB-A em condições especiais para desenvolver e executar projetos de decoração personalizados nos apartamentos antes da entrega das chaves, o que é uma inovação no mercado de construção civil, pois normalmente, quando se trata de imóveis comprados na planta, a decoração dos apartamentos só pode ser iniciada após a conclusão das obras dos empreendimentos. "Essa aliança beneficiará muito os clientes da construtora, que, além de economizar tempo, receberão as chaves de apartamentos já decorados de acordo com as suas necessidades", afirma o arquiteto Gláucio Gonçalves, fundador do EB-A.
São Paulo - Quem já visitou plantões de venda de imóveis em lançamento sabe como os apartamentos decorados são de tirar o fôlego. Feitos para impressionar, os decorados são projetados para aproveitar ao máximo o potencial da planta, com projetos cuidadosos de arquitetura de interiores. Quando o apartamento é entregue, no entanto, os ambientes vazios parecem anos-luz de distância daquele decorado visto no lançamento e, para quem conhece pouco de decoração e design de interiores, fazer aquela tela em branco se transformar numa obra de arte é tarefa quase impossível, sem ajuda profissional.
Já imaginou se você recebesse, na entrega das chaves de um imóvel comprado em construção, exatamente aquele apartamento decorado do estande de vendas? Essa é a proposta da parceria entre o Espaço Brasileiro de Arquitetura (EB-A) e a Marithima Construtora, de São José dos Campos, SP. O objetivo é que aqueles que compraram os imóveis na planta os recebam completamente decorados e possam se mudar imediatamente.
A parceria permitirá que os proprietários interessados contratem o EB-A em condições especiais para desenvolver e executar projetos de decoração personalizados nos apartamentos antes da entrega das chaves, o que é uma inovação no mercado de construção civil, pois normalmente, quando se trata de imóveis comprados na planta, a decoração dos apartamentos só pode ser iniciada após a conclusão das obras dos empreendimentos. "Essa aliança beneficiará muito os clientes da construtora, que, além de economizar tempo, receberão as chaves de apartamentos já decorados de acordo com as suas necessidades", afirma o arquiteto Gláucio Gonçalves, fundador do EB-A.
CONSTRUTORAS ENTREGAM IMÓVEIS EM FASE DE ACABAMENTO
Com chaves nas mãos, moradores de empreendimentos novos sofrem com instalações danificadas e obras inacabadas em áreas comuns
Presença de pedreiros das construtoras nas dependências comuns dos prédios é comum nos primeiros 30 dias de ocupação
Lidar com atrasos na finalização de empreendimentos tornou-se rotina para a maior parte dos consumidores nos últimos anos. Se engana, no entanto, quem acredita no fim dos problemas com o recebimento das chaves pelos proprietários. Além de um período natural de ajustes, os novos moradores comumente enfrentam a entrega parcial das instalações do condomínio - nem sempre prevista nos contratos de compra e venda.
A finalização em partes dos empreendimentos ocorre muitas vezes como reflexo do estouro de prazos nas obras, segundo a gerente de relacionamento da administradora Lello, Márcia Romão: "Instalamos cerca de oito condomínios por mês. Tem sido comum incorporadoras avançarem 180 dias sobre o previsto. E, às vezes, o imóvel tem algumas áreas para terminar".
De acordo com Marcia, equipamentos deixados para depois em geral não são essenciais ao projeto, como é o caso dos acabamentos. "Para não prejudicar ainda mais o morador, a construtora opta por isso."
Em abril, o vendedor Manoel Triches, de 30 anos, recebeu seu apartamento de dois dormitórios, embora o conjunto habitacional, na Vila Prudente, estivesse com a piscina e elementos de paisagismo inacabados. "Hoje, o portão de entrada de carro ainda está ruim, e o elevador vive travando", acrescenta. Em seu primeiro imóvel, ele confessa não ter imaginado tantos problemas quando comprou a unidade.
A presença de pedreiros das construtoras nas dependências comuns dos prédios é comum nos primeiros 30 dias de ocupação, de acordo com o gerente de implantação administradora Robotton, Mauricio Dell Arno. "Às vezes, a empresa entrega o condomínio com 80%, 90% da obra pronta." A permanência dos profissionais, segundo ele, tem por objetivo a realização de reparos a danos criado pelo uso inicial.
No condomínio do comerciante Sosthenes Marques, de 36 anos, o atraso no acabamento das instalações não ocorreu só em razão de ajustes necessários: "Foram terminadas as oito torres previstas, mas as áreas comuns não estavam de acordo". Em agosto, quando as chaves foram entregues, faltava decoração no salão de festas, que também apresentava infiltrações. Mais de dois meses depois, a piscina e o salão mulher, além do salão de festas, ainda não foram oficialmente colocados à disposição dos moradores.
A entrega formal das áreas deve contar com a concordância do conselho condominial. Quando há atrasos, a incorporadora precisa acordar um prazo para o encerramento das obras. Feito isso, em geral o síndico realiza uma vistoria para avaliar a boa condição dos espaços.
Regularização. "Entrega não quer dizer aceitação. O corpo diretivo pode não concordar com a pintura ou acabamento, por exemplo", diz o CEO da administradora Itambé, Flavio Martins.
O vice-presidente Imobiliário do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), Odair Senra, afirma que a instalação de condomínios e a ocupação só se dá depois da obtenção do "habite-se" do imóvel na Prefeituras - documento que garante condições adequadas de habitação. "Como a maior parte das unidades dos empreendimentos é financiada, é preciso a averbação da construção para gerar a matrícula individual (que é pedida pelos bancos para a liberação de crédito)."
As administradoras também exigem a aprovação municipal para a implantação dos condomínios. "O morador só entra (no imóvel) depois da primeira assembleia", diz Martins.
Na prática, a ocupação nem sempre respeita a legalidade, de acordo com a advogada Patrícia Mendlowicz, especializada em contratos e em direito do consumidor. "A pessoa recebe um papel da construtora e acha que é o habite-se, mas, às vezes, é só o alvará de construção", alerta. "Elas estão entrando nos empreendimentos sem a menor condição de habitação."
Presença de pedreiros das construtoras nas dependências comuns dos prédios é comum nos primeiros 30 dias de ocupação
Lidar com atrasos na finalização de empreendimentos tornou-se rotina para a maior parte dos consumidores nos últimos anos. Se engana, no entanto, quem acredita no fim dos problemas com o recebimento das chaves pelos proprietários. Além de um período natural de ajustes, os novos moradores comumente enfrentam a entrega parcial das instalações do condomínio - nem sempre prevista nos contratos de compra e venda.
A finalização em partes dos empreendimentos ocorre muitas vezes como reflexo do estouro de prazos nas obras, segundo a gerente de relacionamento da administradora Lello, Márcia Romão: "Instalamos cerca de oito condomínios por mês. Tem sido comum incorporadoras avançarem 180 dias sobre o previsto. E, às vezes, o imóvel tem algumas áreas para terminar".
De acordo com Marcia, equipamentos deixados para depois em geral não são essenciais ao projeto, como é o caso dos acabamentos. "Para não prejudicar ainda mais o morador, a construtora opta por isso."
Em abril, o vendedor Manoel Triches, de 30 anos, recebeu seu apartamento de dois dormitórios, embora o conjunto habitacional, na Vila Prudente, estivesse com a piscina e elementos de paisagismo inacabados. "Hoje, o portão de entrada de carro ainda está ruim, e o elevador vive travando", acrescenta. Em seu primeiro imóvel, ele confessa não ter imaginado tantos problemas quando comprou a unidade.
A presença de pedreiros das construtoras nas dependências comuns dos prédios é comum nos primeiros 30 dias de ocupação, de acordo com o gerente de implantação administradora Robotton, Mauricio Dell Arno. "Às vezes, a empresa entrega o condomínio com 80%, 90% da obra pronta." A permanência dos profissionais, segundo ele, tem por objetivo a realização de reparos a danos criado pelo uso inicial.
No condomínio do comerciante Sosthenes Marques, de 36 anos, o atraso no acabamento das instalações não ocorreu só em razão de ajustes necessários: "Foram terminadas as oito torres previstas, mas as áreas comuns não estavam de acordo". Em agosto, quando as chaves foram entregues, faltava decoração no salão de festas, que também apresentava infiltrações. Mais de dois meses depois, a piscina e o salão mulher, além do salão de festas, ainda não foram oficialmente colocados à disposição dos moradores.
A entrega formal das áreas deve contar com a concordância do conselho condominial. Quando há atrasos, a incorporadora precisa acordar um prazo para o encerramento das obras. Feito isso, em geral o síndico realiza uma vistoria para avaliar a boa condição dos espaços.
Regularização. "Entrega não quer dizer aceitação. O corpo diretivo pode não concordar com a pintura ou acabamento, por exemplo", diz o CEO da administradora Itambé, Flavio Martins.
O vice-presidente Imobiliário do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), Odair Senra, afirma que a instalação de condomínios e a ocupação só se dá depois da obtenção do "habite-se" do imóvel na Prefeituras - documento que garante condições adequadas de habitação. "Como a maior parte das unidades dos empreendimentos é financiada, é preciso a averbação da construção para gerar a matrícula individual (que é pedida pelos bancos para a liberação de crédito)."
As administradoras também exigem a aprovação municipal para a implantação dos condomínios. "O morador só entra (no imóvel) depois da primeira assembleia", diz Martins.
Na prática, a ocupação nem sempre respeita a legalidade, de acordo com a advogada Patrícia Mendlowicz, especializada em contratos e em direito do consumidor. "A pessoa recebe um papel da construtora e acha que é o habite-se, mas, às vezes, é só o alvará de construção", alerta. "Elas estão entrando nos empreendimentos sem a menor condição de habitação."
BRASKEM, DUPONT E GLOBAL HOUSING APRESENTAM TIJOLO DE PVC
SÃO PAULO - Braskem, DuPont e a Global Housing International anunciaram hoje o lançamento no mercado brasileiro de um novo conceito para a construção no país - o "concreto PVC". Como o nome sugere, trata-se de um tijolo de plástico modular destinado, em um primeiro momento, ao mercado de residências populares. O produto acaba de ser homologado pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e recebeu a aprovação da Caixa Econômica Federal para a construção de mil casas em todo o país, o primeiro passo para obter a homologação no programa "Minha Casa, Minha Vida".
De acordo com Roberto Gandolfo, diretor da Global Housing, a adoção do tijolo de plástico reduz de 10% a 15% os custos de construção direta. Suas vantagens, no entanto, não param por aí. "É possível levantar uma casa em até uma semana. O tijolo de PVC tem durabilidade, facilidade de limpeza, baixa manutenção e resistência ao fogo - o PVC é o único polímero auto-extinguível", diz. O isolamento acústico e térmico é garantido pelo concreto, injetado dentro dos tijolos feitos ocos. "Como em um Lego, eles vem em módulos facilmente encaixáveis. Permite até o puxadinho", diz ele.
A parceria entre a Braskem e a catarinense Global Housing foi iniciada há dois anos. A primeira fornece os polímeros para a produção dos tijolos. Mais recentemente, a DuPont ofereceu um ganho de tecnologia ao agregar o dióxido de titânio, que garante o não envelhecimento do produto devido a incidência de raios ultravioletas. O titânio também contribuiu para a pigmentação branca dos tijolos.
A ideia inicial veio de um produto similar desenvolvido no Canadá. "Fizemos algumas melhorias, como no encaixamento das peças, e aumentamos a espessura dos tijolos, de forma a ajudar no isolamento acústico", diz o executivo. A fábrica em Araquari (SC) tem capacidade para produzir cerca de 5 mil moradias por ano. Por enquanto, apenas projetos pontuais apresentam a nova tecnologia. Um exemplo foi o fornecimento de tijolos de PVC para a construção de 500 casas em Santa Catarina, após as enchentes que assolaram o Estado.
Com a homologação do IPT - que atesta a eficiência do produto para comercialização - a intenção é elevar a produção anual para até 50 mil por ano. Isso seria atingido através de parcerias com o setor privado, que já teriam mostrado interesse, segundo Gadolfo. "Queremos montar mais umas três ou quatro plantas e descentralizar a produção".
Paulo Vieira, vice-presidente da DuPont Titanium Technologies para a América Latina explica que o material, indicado inicialmente para o mercado de habitação popular, pode ser utilizado em outras facilidades, de garagens náuticas a cabines telefônicas.
Questionado sobre a possibilidade de produção de um tijolo de PVC "verde", Rui Chammas, vice-presidente de Polímeros da Braskem, afirmou que tecnicamente é possível. "Mas percebemos que a valorização do mercado é em aplicações de ciclo de vida curto, como embalagens e bens de consumo".
De acordo com Roberto Gandolfo, diretor da Global Housing, a adoção do tijolo de plástico reduz de 10% a 15% os custos de construção direta. Suas vantagens, no entanto, não param por aí. "É possível levantar uma casa em até uma semana. O tijolo de PVC tem durabilidade, facilidade de limpeza, baixa manutenção e resistência ao fogo - o PVC é o único polímero auto-extinguível", diz. O isolamento acústico e térmico é garantido pelo concreto, injetado dentro dos tijolos feitos ocos. "Como em um Lego, eles vem em módulos facilmente encaixáveis. Permite até o puxadinho", diz ele.
A parceria entre a Braskem e a catarinense Global Housing foi iniciada há dois anos. A primeira fornece os polímeros para a produção dos tijolos. Mais recentemente, a DuPont ofereceu um ganho de tecnologia ao agregar o dióxido de titânio, que garante o não envelhecimento do produto devido a incidência de raios ultravioletas. O titânio também contribuiu para a pigmentação branca dos tijolos.
A ideia inicial veio de um produto similar desenvolvido no Canadá. "Fizemos algumas melhorias, como no encaixamento das peças, e aumentamos a espessura dos tijolos, de forma a ajudar no isolamento acústico", diz o executivo. A fábrica em Araquari (SC) tem capacidade para produzir cerca de 5 mil moradias por ano. Por enquanto, apenas projetos pontuais apresentam a nova tecnologia. Um exemplo foi o fornecimento de tijolos de PVC para a construção de 500 casas em Santa Catarina, após as enchentes que assolaram o Estado.
Com a homologação do IPT - que atesta a eficiência do produto para comercialização - a intenção é elevar a produção anual para até 50 mil por ano. Isso seria atingido através de parcerias com o setor privado, que já teriam mostrado interesse, segundo Gadolfo. "Queremos montar mais umas três ou quatro plantas e descentralizar a produção".
Paulo Vieira, vice-presidente da DuPont Titanium Technologies para a América Latina explica que o material, indicado inicialmente para o mercado de habitação popular, pode ser utilizado em outras facilidades, de garagens náuticas a cabines telefônicas.
Questionado sobre a possibilidade de produção de um tijolo de PVC "verde", Rui Chammas, vice-presidente de Polímeros da Braskem, afirmou que tecnicamente é possível. "Mas percebemos que a valorização do mercado é em aplicações de ciclo de vida curto, como embalagens e bens de consumo".
CHEGOU A HORA DE BAIXAR OS PREÇOS?
Alta recorde do valor dos imóveis coloca apartamentos das metrópoles brasileiras entre os mais caros do mundo e já provoca um efeito indigesto: a queda no ritmo de vendas. Não é o momento de mudar esse cenário?
Nos últimos anos, comprar um imóvel passou para a lista de prioridades de muitas famílias brasileiras. Emprego em alta, aumento da renda, expansão do crédito e uma enorme demanda reprimida construíram o cenário dos sonhos de qualquer incorporador. Desde 2009, a cidade de São Paulo viu nascer mais de 90 mil novas residências, marca muito acima das projeções dos empresários do setor. Com o mercado aquecido, os preços seguiram uma impressionante escalada. Segundo o Ibope Inteligência, entre abril de 2009 e outubro de 2011, o valor médio do metro quadrado de imóveis novos subiu 85% na capital paulista. Detalhe interessante: no mesmo período, a inflação foi de 14%. "Sabíamos que não estávamos vivendo uma realidade duradoura", afirma Marcos França, diretor comercial da construtora Requadra, que pouco tempo atrás vendeu as 256 unidades de um de seus empreendimentos em apenas duas horas. Hoje em dia, é comum encontrar apartamentos de classe média (três dormitórios em bairros sofisticados) que custam mais de R$ 1 milhão. "O mercado está testando até onde vai o ponto de resistência do consumidor", diz Antonio Carlos Ruótolo, diretor de geonegócios do Ibope. Alguns indicadores revelam que esse ponto máximo parece ter chegado. De acordo com dados do Sindicato da Habitação (Secovi-SP), nos oito primeiros meses de 2011, as vendas de imóveis em São Paulo recuaram 24%.
A psicóloga Ana Paula Carta Correia e o engenheiro Carlos Pinto se surpreenderam ao procurar o primeiro imóvel. "Os preços estão inviáveis", diz Ana Paula. Casados há um ano e meio, eles moram em um apartamento alugado na Gávea, bairro central do Rio de Janeiro. A busca do casal recebeu um empurrão quando o locatário colocou o imóvel à venda. O apartamento, que tem dois dormitórios e mede 80 metros quadrados, valia R$ 450 mil há dois anos. Agora, está cotado em R$ 800 mil. O casal procura imóveis avaliados em até R$ 650 mil, mas a busca tem sido em vão. Mesmo dispondo de uma boa soma de recursos, eles não conseguem encontrar nada muito interessante. "Se não der certo, vamos ter de desistir e continuar morando de aluguel até juntarmos mais dinheiro." No Rio, a disparada de preços também foi motivada pela Olimpíada de 2016, que tem valorizado imóveis localizados principalmente nas regiões nobres. Apenas nos últimos seis meses, o valor do metro quadrado de imóveis novos subiu 18% na cidade. Nos edifícios comerciais de alto padrão, o metro quadrado da locação no Rio supera cidades como Nova York e Madri, segundo levantamento da Cushman & Wakefield (leia quadro).
"A alta dos preços não foi artificial, pois havia uma demanda
reprimida, mas alguns valores estavam além da realidade"
Francisco Diogo Magnani, presidente da MZM Construtora
"O que se vê é o ápice de um movimento de 15 anos", afirma João Crestana, presidente do Secovi-SP. Segundo ele, os anos 90 foram uma década perdida para o setor imobiliário, período marcado por preços deprimidos e demanda tímida. "Os imóveis se readaptaram à nova realidade do Brasil", diz Crestana. Significa, portanto, que os valores vão começar a cair? Não é bem assim. "Estamos muito próximos de um teto", diz o executivo do Secovi. "A tendência é a estabilização." Alguns empresários admitem que houve excessos. Presidente da MZM Construtora, uma das líderes do mercado paulista, Francisco Diogo Magnani afirma que a alta de preços não foi artificial, já que havia forte demanda reprimida, mas faz uma ressalva. "Alguns valores estavam além da realidade." Para Newman Brito, diretor-executivo da Tecnisa, a queda de preços está longe de acontecer. "Uma desvalorização dos imóveis é totalmente impensável hoje no Brasil", afirma o executivo. O que é certo é que alguns ajustes deverão ser feitos. A redução do ritmo de vendas provocou impactos negativos na cotação das ações das construtoras, que lideram as baixas do ano na Bovespa. As empresas, portanto, precisam mudar esse quadro. "Já não há mais razão estrutural, como aumento de custos da construção, para explicar a contínua alta de preços", diz João da Rocha Lima Júnior, coordenador do Núcleo de Real Estate da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
Nos últimos anos, comprar um imóvel passou para a lista de prioridades de muitas famílias brasileiras. Emprego em alta, aumento da renda, expansão do crédito e uma enorme demanda reprimida construíram o cenário dos sonhos de qualquer incorporador. Desde 2009, a cidade de São Paulo viu nascer mais de 90 mil novas residências, marca muito acima das projeções dos empresários do setor. Com o mercado aquecido, os preços seguiram uma impressionante escalada. Segundo o Ibope Inteligência, entre abril de 2009 e outubro de 2011, o valor médio do metro quadrado de imóveis novos subiu 85% na capital paulista. Detalhe interessante: no mesmo período, a inflação foi de 14%. "Sabíamos que não estávamos vivendo uma realidade duradoura", afirma Marcos França, diretor comercial da construtora Requadra, que pouco tempo atrás vendeu as 256 unidades de um de seus empreendimentos em apenas duas horas. Hoje em dia, é comum encontrar apartamentos de classe média (três dormitórios em bairros sofisticados) que custam mais de R$ 1 milhão. "O mercado está testando até onde vai o ponto de resistência do consumidor", diz Antonio Carlos Ruótolo, diretor de geonegócios do Ibope. Alguns indicadores revelam que esse ponto máximo parece ter chegado. De acordo com dados do Sindicato da Habitação (Secovi-SP), nos oito primeiros meses de 2011, as vendas de imóveis em São Paulo recuaram 24%.
A psicóloga Ana Paula Carta Correia e o engenheiro Carlos Pinto se surpreenderam ao procurar o primeiro imóvel. "Os preços estão inviáveis", diz Ana Paula. Casados há um ano e meio, eles moram em um apartamento alugado na Gávea, bairro central do Rio de Janeiro. A busca do casal recebeu um empurrão quando o locatário colocou o imóvel à venda. O apartamento, que tem dois dormitórios e mede 80 metros quadrados, valia R$ 450 mil há dois anos. Agora, está cotado em R$ 800 mil. O casal procura imóveis avaliados em até R$ 650 mil, mas a busca tem sido em vão. Mesmo dispondo de uma boa soma de recursos, eles não conseguem encontrar nada muito interessante. "Se não der certo, vamos ter de desistir e continuar morando de aluguel até juntarmos mais dinheiro." No Rio, a disparada de preços também foi motivada pela Olimpíada de 2016, que tem valorizado imóveis localizados principalmente nas regiões nobres. Apenas nos últimos seis meses, o valor do metro quadrado de imóveis novos subiu 18% na cidade. Nos edifícios comerciais de alto padrão, o metro quadrado da locação no Rio supera cidades como Nova York e Madri, segundo levantamento da Cushman & Wakefield (leia quadro).
"A alta dos preços não foi artificial, pois havia uma demanda
reprimida, mas alguns valores estavam além da realidade"
Francisco Diogo Magnani, presidente da MZM Construtora
"O que se vê é o ápice de um movimento de 15 anos", afirma João Crestana, presidente do Secovi-SP. Segundo ele, os anos 90 foram uma década perdida para o setor imobiliário, período marcado por preços deprimidos e demanda tímida. "Os imóveis se readaptaram à nova realidade do Brasil", diz Crestana. Significa, portanto, que os valores vão começar a cair? Não é bem assim. "Estamos muito próximos de um teto", diz o executivo do Secovi. "A tendência é a estabilização." Alguns empresários admitem que houve excessos. Presidente da MZM Construtora, uma das líderes do mercado paulista, Francisco Diogo Magnani afirma que a alta de preços não foi artificial, já que havia forte demanda reprimida, mas faz uma ressalva. "Alguns valores estavam além da realidade." Para Newman Brito, diretor-executivo da Tecnisa, a queda de preços está longe de acontecer. "Uma desvalorização dos imóveis é totalmente impensável hoje no Brasil", afirma o executivo. O que é certo é que alguns ajustes deverão ser feitos. A redução do ritmo de vendas provocou impactos negativos na cotação das ações das construtoras, que lideram as baixas do ano na Bovespa. As empresas, portanto, precisam mudar esse quadro. "Já não há mais razão estrutural, como aumento de custos da construção, para explicar a contínua alta de preços", diz João da Rocha Lima Júnior, coordenador do Núcleo de Real Estate da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
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