ASSINATURA DE TAC É ADIADA E OBRAS SEGUEM INDEFINIDAS



Prefeito Pedro Serafim (PDT) exige encontro entre Procon, MRV, Goldfarb e mutuários para liberar as construções.
Mutuários da MRV durante protesto em frente à Prefeitura de Campinas: impasse segue sem solução.
A liberação para desembargar a construção de 11 mil imóveis do Parque Jambeiro continua indefinida. O prefeito interino de Campinas, Pedro Serafim (PDT), disse que só vai assinar o TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) que permitiria a retomada quando todas as pendências entre Procon, construtoras e mutuários forem resolvidas. As construtoras, por sua vez, também esperam a definição.
No final da tarde de ontem, aconteceu uma reunião entre a prefeitura, representantes das construtoras MRV e Goldfarb, responsáveis pelas obras, e mutuários. Não houve acordo. O principal problema a ser resolvido é a questão do subsídio do Programa Minha Casa Minha Vida. No lançamento dos conjuntos, os mutuários fizeram as simulações e conseguiram subsídios de até R$ 23 mil. Como as obras foram embargadas, muitos deles tiveram aumento na renda e, por esta razão, acabaram perdendo parte do benefício.
Os mutuários argumentam que não tiveram culpa pelo interrompimento das obras e querem que os valores sejam os mesmo da época que compraram os apartamentos. "Está faltando esse pequeno detalhe para que o TAC seja assinado e as obras liberadas. Esperamos que tudo se resolva o mais rápido possível. Assim, a liberação para a retomada das obras também vai acontecer o mais rápido possível", afirmou o secretário de Urbanismo, Luís Yabiku.
PENDENGAS
O prefeito explicou que quer todas as pendências resolvidas antes de assinar o TAC. Por isso, pediu que a reunião com o Procon aconteça antes da assinatura. "Não quero que haja dúvida para nenhuma das partes. Assim que tudo for resolvido, já pedi para os mutuários e as empresas me avisarem, que eu assino o TAC", comentou.
A reunião com o Procon, mutuários e MRV vai acontecer hoje, na parte da manhã. Amanhã, também na parte da manhã, o Procon vai se reunir com representantes da Goldfarb e mutuários para resolver a situação.
Procurada, a advogada da GoldFarb, Luciana Ismael, afirmou que a posição oficial só virá depois do resultado final do encontro com o Procon. A MRV aguarda a reunião com o Procon e os mutuários (ler texto abaixo). O MP foi procurado, mas a assessoria de imprensa informou que está de recesso, e o promotor que cuida do caso, Valcir Kobori, está em férias e só volta em fevereiro.ENTENDA
O caso começou em junho deste ano, quando a prefeitura embarcou empreendimentos da MRV e Goldfarb. Na época, foi determinada a suspensão dos alvarás de aprovação e execução da obra, até que uma série de análises técnicas e um depósito caução (garantia de contrato) do valor correspondente a 3,5% da contrapartida social do empreendimento sejam feitos.
A prefeitura exigiu que fossem analisadas soluções viárias, de drenagem, ambientais, entre outras.
As liberações são investigadas pelo MP porque há suspeita de que o procedimento faria parte de um esquema de corrupção supostamente comandado pela ex-primeira-dama e ex-secretária-chefe de Gabinete Rosely Nassim Jorge Santos.

ASSINATURA DE TAC É ADIADA E OBRAS SEGUEM INDEFINIDAS



Os preços dos imóveis subiram, em média, mais de 90% nos últimos três anos e, segundo reportagem do Estado (26/12), parecem, agora, tender para a estabilização. Isso ajudaria a evitar uma escassez de recursos das cadernetas de poupança, que, junto com os do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), abastecem as carteiras de financiamentos à moradia.
O mercado imobiliário viveu um período de euforia, em 2009 e 2010, que provocou a alta dos preços. Em 2011, o ritmo das vendas diminuiu. Na comparação entre os primeiros dez meses de 2010 e 2011, segundo levantamento do sindicato da habitação (Secovi), houve queda de 20,8% do número total de unidades comercializadas. Em outubro último, o recuo foi ainda mais forte (-37,7% em relação ao mesmo mês de 2010).
Para 2012, os especialistas esperam uma maior estabilização dos preços dos imóveis - e esta é uma boa notícia para os compradores em potencial.
Em 2011, segundo o Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-SP), o número de lançamentos de imóveis, em São Paulo, superou o de 2010. Boa parte desses imóveis será colocada à venda em 2012. Havendo maior oferta de moradias, será mais fácil a estabilização de preços, observou a economista Ana Maria Castelo, da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
O gestor de investimentos Fábio Colombo considera que os preços dos imóveis são "altíssimos" e a professora Denise Vasconcellos, da Universidade Mackenzie, sugere que "estamos próximos do teto". Para o presidente do conselho de corretores (Creci-SP), José Augusto Viana, os sinais de queda das vendas confirmam que os preços são altos - e estes terão de "parar de subir ou novos negócios não serão feitos".
A experiência histórica mostra que, desde os tempos do Banco Nacional da Habitação (BNH), crédito farto é fator decisivo para a manutenção de preços elevados no mercado de imóveis. Entre 2010 e 2011, a oferta de crédito imobiliário aumentou de cerca de R$ 90 bilhões para R$ 117 bilhões, calcula o Sinduscon. Os empréstimos asseguraram o ritmo da atividade imobiliária e deverão atingir R$ 152 bilhões, em 2012, dos quais R$ 107 bilhões com recursos das cadernetas de poupança e R$ 45 bilhões, do FGTS.
Entre janeiro e novembro, segundo o jornal Valor, os financiamentos concedidos com recursos das cadernetas de poupança atingiam R$ 71,6 bilhões, com aumento de desembolsos de 43% em relação aos R$ 50 bilhões do mesmo período de 2010. A maioria dos bancos privados prevê que o ritmo de crescimento do crédito ainda será de 30% a 40%, em 2012, mas alguns projetam esse aumento em 25% e a Caixa Econômica Federal (CEF), em apenas 15%, somando os empréstimos com recursos das cadernetas e do FGTS.
Mas o crescimento do crédito imobiliário - cujo ritmo oscilou entre 50% e 70% ao ano, na segunda metade da década passada, com a exceção de 2009 - já não é tão acentuado e as perspectivas, agora, são de um avanço mais lento em 2012.
Sem tanta pressão dos tomadores, os recursos da caderneta de poupança deverão atender à demanda por mais dois anos, na pior das hipóteses, ao contrário das previsões mais pessimistas.
Essa hipótese é fortalecida pela queda da taxa Selic, que torna a remuneração das cadernetas (de 7,45% ao ano, em 2011, não sujeita ao IR na fonte) atraente para os poupadores, nota o diretor de crédito imobiliário do Banco Santander, Antonio Barbosa. Além disso, o esfriamento da demanda por imóveis destinados à classe média, apontado pelos levantamentos do Secovi, deverá provocar um crescimento mais lento da procura de recursos pelas construtoras.
Recursos fartos depositados na poupança permitirão aos mutuários tomar empréstimos a custo reduzido. Enquanto isso, outras fontes mais recentes - certificados de recebíveis imobiliários (CRIs) e letras de crédito imobiliário (LCIs), além dos fundos imobiliários - serão mais bem testadas nas operações de crédito à moradia, de forma a oferecer resposta rápida, no futuro, quando os recursos das cadernetas escassearem.

IMOBILIÁRIAS DESENVOLVEM AÇÕES PARA RETER OS MELHORES CORRETORES



SÃO PAULO - Com o aquecimento do mercado imobiliário nas principais cidade do país, a corretagem de imóveis está cada vez mais atraente para profissionais dos mais diferentes perfis. Mas mesmo com o aumento no número de pessoas se aventurando na carreira - que pode trazer bom retorno financeiro, mas é de alta competitividade - as empresas da área encontram dificuldades para achar mão de obra qualificada e estão se esforçando para reter os profissionais que mais se destacam.
Um estudo da empresa de administração imobiliária Lello mostra que o perfil do corretor de imóveis da capital paulista é bastante heterogêneo. Pouco mais da metade (58%) é homem, cerca de 40% têm mais de 40 anos e 25%, mais de 50. A maior parte (60%) fez curso superior - a graduação mais comum é administração de empresas (30%), seguida por ciências contábeis, economia ou matemática (17%). Os outros 53% se dividem entre as formações mais variadas, como direito, comunicação social, química, pedagogia, arquitetura e engenharia.
Desde 2007, o Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (Creci-SP), órgão que credencia profissionais para atuar na área, recebe cerca de oito mil novos inscritos por ano. Segundo o presidente da instituição, José Augusto Viana Neto, antes a média anual era de 2,5 mil novos membros. O Creci tem cerca de 84 mil inscritos em todo o Estado, 36 mil apenas na capital. "Nós percebemos a migração de muita gente de outras atividades para o setor de corretagem", explica Neto. Ainda assim, ele diz que a mão de obra está escassa. "Se tivéssemos o dobro de profissionais trabalhando, ainda não seria suficiente para atender a demanda do mercado", estima.
A vice-diretora de operações da Abyara, imobiliária que atua na Grande São Paulo e cidades do interior do Estado, Carolina Quezada, diz sentir o aquecimento do mercado há cerca de dois anos. A empresa, que possui atualmente três mil corretores, tenta reter os melhores profissionais oferecendo um treinamento de três dias ao entrar na equipe, produtos com liquidez e prêmios a partir de metas cumpridas - prática que aumentou nos últimos anos.
A alta rotatividade sempre foi uma característica do mercado de trabalho dos corretores, que são profissionais autônomos e têm 100% da remuneração baseada em comissão. Por trabalharem com um contrato que pode ser rescindido a qualquer momento, a retenção dos talentos se tornou um dos principais desafios das empresas da área.
Na Coelho da Fonseca, que tem mil corretores apenas na capital paulista, a necessidade de reter os melhores profissionais teve como consequência a reformulação do setor de recursos humanos, que cresceu e passou a investir mais em treinamento. Segundo a gerente de RH, Daniela Godoy, a empresa nunca investiu tanto na área como em 2011 e a previsão é que o valor dobre no ano que vem. Além de treinar os corretores que entram na companhia, muitas vezes jovens inexperientes atraídos pelas vantagens financeiras, a empresa está oferecendo treinamento de liderança para a área comercial, que atua diretamente com esses profissionais. A companhia também está desenhando um piloto de plano de carreira, prática pouco comum no setor As ações, segundo Daniela, fizeram o "turnover" cair pela metade.
A Pronto!, braço de venda de imóveis usados do grupo Lopes, realizou mais de 400 contratações este ano na cidade de São Paulo - cerca de 30% a mais do que em 2010, mas ainda assim aquém do número de vagas abertas - 600 no ano todo. Segundo o diretor da empresa, Lucas Penteado, a corretagem de imóveis usados exige ainda mais qualificação, o que dificulta a busca por novos profissionais. "Vender imóveis prontos requer uma qualidade diferenciada. É preciso entender o mercado, o bairro e as características de cada casa ou apartamento que vai ser apresentado", explica. Por isso, a Pronto! decidiu apostar na formação dos profissionais sem experiência que entram na empresa. Com um investimento de R$ 200 mil, construiu uma academia de corretores, que oferece um curso de um mês com instrutores de diversas áreas da empresa. A primeira turma de 20 alunos se forma em dezembro e a Pronto! espera qualificar pelo menos 240 profissionais no ano que vem. "Nossa expectativa é que os corretores saiam da academia para ganhar mais de R$ 15 mil por mês", explica. Um colaborador de ponta da Pronto!, segundo Penteado, ganha de R$ 300 mil a R$ 500 mil por ano.

TRÊS APLICAÇÕES FINANCEIRAS LIGADAS A IMÓVEIS




CRI, LCI e LH são opções para investidor pessoa física
São Paulo - Além da compra direta de imóveis, da aplicação em papéis de construtoras e do investimento em fundos de investimento imobiliários, o investidor brasileiro tem também outras três opções principais para aplicar no setor imobiliário. As emissões dos títulos imobiliários estão aumentando e trazem mais uma alternativa de investimento.
Para pessoas físicas, as opções são o CRI (Certificados de Recebíveis Imobiliários), a LH (Letra Hipotecária), e a LCI (Letra de Crédito Imobiliário). Outro ativo menos popular para pessoas físicas (embora não seja restrito), é a CCI (Cédula de Crédito Imobiliário). Somando os quatro ativos, o estoque registrado na Cetip somava 106 bilhões de reais em outubro, um aumento de 43% ante o volume registrado no final de 2010, de 74 bilhões de reais. "As emissões estão muito associadas ao desempenho do mercado imobiliário, que gira em torno da economia. Ou seja, quando a economia vai bem, o mercado responde e as emissões aumentam", explica Fabio Zenaro, gerente executivo de desenvolvimento de negócios da Cetip.
Os títulos estão caindo cada vez mais nas graças do investidor pessoa física, que pode aplicar diretamente (o que exige investimentos mínimos parrudos), ou por meio de fundos de investimento que dediquem parte de sua estratégia aos títulos. Como algumas operações não exigem identificação do comprador final, não é possível precisar o percentual exato de investidores que aplicam nos ativos. Porém, fazendo uma extensão das operações identificadas, Zenaro estima que 50 bilhões de reais do estoque total está nas mãos dos investidores pessoa física, ou 47,16% do total.
Assim como nos fundos imobiliários, a principal vantagem para o investidor pessoa física é que ele fica isento do pagamento de imposto de renda. A desvantagem, porém, é que mesmo nos produtos mais simplificados, a aplicação mínima para investir nos títulos imobiliários é mais alta que as cotas mais baratas de fundos imobiliários. Conheça os títulos e suas principais diferenças:
CRI - Certificados de Recebíveis Imobiliários
Quando há uma concessão de crédito imobiliário, as companhias securitizadoras autorizadas transformam o crédito em um título, que pode ser lastreados em diferentes tipos de operação. "Um título pode ser de um imóvel já locado ou não. Dependendo da origem, também pode ser indexado ao IGP-M ou à Taxa Referencial), explica Romeu Pasquantonio, diretor de distribuição da Brazilian Finance & Real Estate (BFRE).
A grande variedade de lastro e indexadores é uma vantagem, pois deixa mais de uma opção à disposição do investidor. A opção, porém, não é acessível a um público muito grande. Sem o intermédio de um fundo de investimento, a aplicação mínima é de 300 mil reais.
Também é importante que o investidor entenda que esse título carrega o risco de crédito. Pasquantonio explica que as emissões têm avaliação de agências de rating e é importante que o investidor entenda essa análise antes de aplicar. De um estoque de 27 bilhões de reais em CRIs na Cetip, a estimativa é que 4 bilhões estejam nas mãos de investidores pessoa física.

VENDA DE USADOS CRESCE 1,91% EM SETEMBRO, ESTIMA O CRECI-SP



São Paulo -  As vendas de imóveis usados cresceram 1,91% na capital paulista em setembro ante agosto, com a venda de 246 imóveis, conforme pesquisa do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (Creci-SP). Em agosto, as vendas de imóveis usados caíram 14,47% ante julho. No levantamento foram consultadas 448 imobiliárias. Em setembro, os imóveis mais vendidos foram os de valor superior a R$ 200 mil, com 57,08% do total negociado. A maior parte das vendas foi por financiamento bancário (53,72% do total), seguido da venda à vista (42,56%), parcelada pelos proprietários (2,48%) e por consórcio imobiliário (1,24%).
A pesquisa apurou que a média geral de preços dos imóveis usados subiu 6,6% em relação à média de agosto. No acumulado do ano, entretanto, o valor médio dos usados vê queda de 2,51%, para a inflação de 7,31% medida pelo IBGE. Na locação residencial o clima de "ressaca" pós-férias prevaleceu, de acordo com o levantamento do Creci-SP. O índice de locação caiu 15,32% em setembro, após recuar 4,89% em agosto, com 879 imóveis sendo alugados. Em julho, lembra a entidade, o número de casas e apartamentos alugados cresceu 40,6% em relação ao mês anterior. Ao mesmo tempo, a média geral dos aluguéis novos subiu 5,03% em setembro ante agosto.
No período, as casas foram as preferidas dos novos inquilinos, representando 53,36% do total. A maior parte das locações teve o fiador como garantidor do contrato (47,12%), seguido do depósito de três meses do valor do aluguel (28,8%), do seguro-fiança (22,35%), da caução de imóveis (1,15%), da locação sem garantia (0,46%) e da cessão fiduciária (0,12%). Os imóveis com aluguel mensal de até R$ 1.000,00 concentraram 59,17% do total de novos contratos. Já o número de imóveis devolvidos às imobiliárias por inquilinos diminuiu 11,81% no comparativo mês a mês. As imobiliárias receberam em setembro as chaves de 566 casas e apartamentos, o equivalente a 64,39% do total de novas locações.
A inadimplência dos inquilinos também foi menor em setembro, recuando de 4,36% para 4,07%. Em nota, o presidente do Creci-SP, José Augusto Viana Neto, avalia que, neste final de ano, a expectativa é de crescimento mais acelerado nos mercados de venda e locação, impulsionado pelo 13º salário, pelas férias e pelos abonos recebidos por consumidores. O dirigente reconhece ainda que não é possível ignorar a crise europeia e seus efeitos já visíveis sobre a economia brasileira. "O governo vem baixando os juros, mas o peso deles ainda torna caras as prestações dos financiamentos para a maioria das famílias", acrescenta Viana Neto.

JOVENS ESTÃO MAIS EXIGENTES NA HORA DE COMPRAR UM IMÓVEL



SÃO PAULO - O perfil dos compradores de imóveis e também das unidades compradas têm mudado. Os imóveis com um dormitório têm alcançado o topo da preferência dos solteiros ou dos casais sem filhos, que estão cada vez mais exigentes. "Esses consumidores 'antenados' e contestadores analisam os investimentos, comparam preços e usam as redes sociais para trocar informações. Priorizam a individualidade e têm visão urbanística particular", comenta o presidente do Secovi-SP (Sindicato da Habitação) e da CII/CBIC (Comissão Nacional da Indústria Imobiliária da Câmara Brasileira da Indústria da Construção), João Crestana.
Segundo Crestana, a procura por esses imóveis acontece por conta do bônus demográfico brasileiro. "Situação em que o número de pessoas ativas entre 20 e 50 anos supera a soma de crianças e aposentados", completa, afirmando que "esta mudança, aliada à mobilização econômica de 40 milhões de cidadãos, registrada nos últimos anos, e às melhorias das condições de crédito, permitiu a geração de uma demanda imobiliária até então inédita".
Mais exigentes.
De acordo com presidente do Secovi, os solteiros e os casais sem filhos são mais dedicados à carreira e à formação profissional, por isso, o interesse imobiliário desse perfil é diferente. "O interesse imobiliário desses jovens vai de estúdios compactos e sem divisórias, com 35 metros quadrados e sem vaga de garagem, perpassam os 'sala e quarto' e se alçam aos sofisticados lofts de 100 metros quadrados e duas vagas", afirma.
Segundo Crestana, as condições para escolher um determinado imóvel também mudaram, e o valor não é mais o fator decisivo. "Uns exigem preços acessíveis e dispensam equipamentos comunitários, fator preponderante para a redução da taxa condominial. Outros procuram condomínios adjacentes ao metrô e a corredores de ônibus e valorizam funcionalidades, como lavanderia coletiva", explica.
Arquitetura moderna, espaços abertos, raia de natação e espaço gourmet são algumas das exigências mais refinadas desse público, que, segundo Crestana, consideram essencial a proximidade do imóvel com o local de trabalho, universidades, cinemas, bares, restaurantes e baladas.
Segundo o presidente, nas regiões periféricas da cidade de São Paulo, há procura por unidades menores e disponíveis por aproximadamente R$ 100 mil. Em regiões mais centrais, há aquelas disponíveis por R$ 250 mil e, dependendo da localização e dos atributos, encontram-se as que ultrapassam R$ 1 milhão. Um dos tipos de imóveis que perdeu espaço foram as quitinetes. "Sucesso nas décadas de 1960 e 1970, a locação de quitinetes complementava a aposentadoria de seus proprietários. Porém, o protecionismo danoso da lei do inquilinato vigente à época permitiu que inquilinos de má-fé deixassem de pagar o aluguel, danificando imóveis e se recusando a sair. Com isso, essas unidades perderam reputação", explica Crestana, explicando que, "agora, imóveis de um dormitório recuperam importância e incentivam a volta da locação como investimento. As modernidades legais e a demanda permitem este progresso".

CRESCE AUDIÊNCIA DE SITES IMOBILIÁRIOS



O mercado de imóveis residenciais pode não estar tão aquecido quanto em anos anteriores, mas na internet o movimento não para de crescer. Enquanto a previsão é de que as vendas de imóveis em geral vão cair 11% - para 32 mil unidades, segundo o Secovi-SP (Sindicato da Habitação) -, a audiência dos sites imobiliários aumentou 18% em outubro, para 4,9 milhões de usuários únicos, acima da audiência total da internet, que avançou 16%, para 50,6 milhões de visitantes únicos, segundo a consultoria ComScore.
No portal Zap Imóveis, líder de audiência em outubro no ranking da ComScore, o número de visitantes chegou a 750 mil usuários únicos, 2% acima do mesmo mês de 2010. Em 12 meses até setembro, o aumento foi de 30%, com um total de 3,2 milhões de visitantes, diz Eduardo Schaeffer, presidente do Zap Imóveis. A oferta de imóveis também cresceu. A expansão no acumulado do ano foi de 31%, para 255,3 mil unidades. Isso torna o Zap Imóveis o portal com maior número de anúncios pagos, ao contrário do que o Valor publicou em reportagem no dia 18 de novembro.
Em parte, o sucesso dos sites de imóveis é reflexo de um fenômeno comum ao mercado de consumo em geral - a melhoria da renda de parte significativa dos brasileiros. "A audiência cresceu com a entrada de uma parcela das classes C e D que não usava a internet", afirma Schaeffer.
O Zap Imóveis detém 25,96% do mercado brasileiro de classificados imobiliários on-line em audiência, o que o coloca na primeira posição, segundo dados da HitWise (SerasaExperian) referentes a outubro. Em um ano, o portal cresceu 4,45 pontos percentuais em participação. De acordo com o levantamento, o site Imovelweb aparece em segundo lugar, com 10,57% de participação no total de visitas. Em seguida estão o site Trovit Brasil - imóveis, com 8,77% de participação, e o portal VivaReal, com 5,4% de participação. Esses três sites não tinham representatividade em outubro de 2010, segundo informou a SerasaExperian. A competição tende a se acirrar. Atraídos pelo crescimento do mercado, novos competidores começam a explorar o serviço.
A Imobox foi criada este ano pelo Apontador, que já tem outros negócios de internet. O site funciona como um agregador: reúne, em um só lugar, anúncios de imóveis publicados em sites de imobiliárias, corretoras, construtoras e incorporadoras. Segundo a empresa, a oferta é de 349 mil imóveis. O site recebe em média 323 mil visitantes únicos por mês, o que torna a empresa a quarta colocada em audiência no ranking da ComScore.
O movimento no segmento não passou despercebido pelos investidores. Nesta semana, a Imobox recebeu um aporte de capital da gestora de fundos Astella Investimentos, que assumiu uma participação minoritária na companhia. O valor da operação não é revelado. "A Imobox apresentou serviços mais interessantes na avaliação do fundo, mas há outras oportunidades nesse setor em análise", diz Martino Bagini, sócio da Astella. O Imobox tem receita projetada para este ano de R$ 250 mil.
No levantamento da ComScore, à frente da Imobox estão a Webcasas, que apresentou 544 mil usuários únicos em outubro, e a Imovelweb, com 493 mil usuários únicos. As empresas não retornaram os pedidos de entrevista. O site VivaReal, fundado em 2010, ocupou a quinta posição no ranking da ComScore, com 291 mil visitantes únicos. Brian Requarth, executivo-chefe do VivaReal, diz que a empresa chegou a ter 260 mil imóveis cadastrados, mas esse número foi reduzido para 212 mil.
É difícil medir o mercado de imóveis on-line por número de ofertas porque os métodos de cálculo variam entre elas. No Zap Imóveis, diz Schaeffer, os mais de 255 mil imóveis anunciados representam ofertas pagas publicadas no portal. "É diferente dos classificados gratuitos ou dos agregadores que muitas vezes têm um volume maior de ofertas, mas com grande volume de repetições em função dos sites concorrentes que possuem os mesmos anúncios".
A internet também tornou-se uma extensão significativa dos negócios para as empresas tradicionais do setor - imobiliárias, construtoras e incorporadoras. Nesse grupo, a empresa que apresentou maior audiência em outubro foi a Rossi, com 231 mil usuários únicos, segundo a ComScore. Cintia Valente, gerente de marketing da Rossi, diz que a audiência cresceu 20% neste ano. "A internet tornou-se uma ótima ferramenta para começar um relacionamento, que muitas vezes acaba na venda do imóvel", afirma. De acordo com a executiva, 70% das pessoas que compram imóveis na Rossi visitaram o site. No terceiro trimestre, a companhia apresentava 4,9 mil imóveis lançados, totalizando R$ 1 bilhão em volume geral de vendas.
Na imobiliária Lopes, com 224 mil usuários únicos em outubro, 20% dos lançamentos feitos em São Paulo neste ano foram vendidos por corretores on-line, totalizando R$ 1,5 bilhão. "Nos outros Estados, o percentual é semelhante", diz Roberto Nascimento, diretor de marketing da Lopes. O site também é usado para avaliação de imóveis. Do total de consumidores que compraram na Lopes, 90% fizeram pesquisas no site.
A incorporadora Tenda, pertencente à Gafisa, também reforçou a área de atendimento on-line, diz Leandro Lozada, coordenador de marketing da Tenda. O resultado foi um aumento de 30% na audiência, para 194 mil usuários únicos em outubro. O site tem 150 imóveis à venda.

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