Prefeitura e construtoras analisam mudanças para
assinatura de TAC
Os empreendimentos imobiliários do Parque Jambeiro, em Campinas, das construtoras MRV e Goldfarb, embargadas em junho, só devem ser liberadas em fevereiro de 2012. Após dez horas de reunião, entre a tarde e noite de quinta-feira (29), a prefeitura e as construtoras discutiram mudanças exigidas pelo Ministério Público para a assinatura do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para a liberação das obras. Entre os itens acrescidos pelo promotor Valcir Kobori ao acordo fechado em outubro entre a prefeitura e as empresas estão alterações nas regras da Secretaria de Urbanismo para a liberação de alvarás e o acrescimento de R$ 16 milhões de investimentos de infraestrutura na região dos empreendimentos da MRV e da Goldfarb. O problema se arrasta desde junho, e o documento com as mudanças terá que ser assinado novamento pela prefeitura e as construtoras. Somente depois disso, as obras poderão ser desembargadas. As construções na região do Parque Jambeiro foram paralisadas depois de serem consideradas irregulares porque, por exemplo, não foram feitas obras de contrapartida necessárias para melhorias de infraestrutura no entorno dos empreendimentos.
Após reunião na manhã desta sexta-feira (30) com
os secretários de Gestão, André Launstein, de Urbanismo, Luis Yabiku, e de
Assuntos Jurídicos, Antonio Caria Neto, o prefeito de Campinas, Pedro Serafim
(PDT), pretende analisar na semana que vem as exigências da Promotoria antes
de assinar o acordo. A previsão é que as obras sejam desembargadas em
fevereiro, se as empresas também aceitarem as alterações apontadas pelo
promotor.
A MRV Engenharia aguarda a posição da prefeitura para assinar o TAC. Já a Goldfarb disse que tomou conhecimento das exigências e está analisando o conteúdo.
A EPTV tentou falar com a Sol Panamby e a Rossi,
que também fazem parte do TAC, mas que não têm obras embargadas no Parque
Jambeiro, mas ninguém foi encontrado até o começo da tarde desta sexta-feira
para comentar o assunto.
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OBRAS EMBARGADAS NO PARQUE JAMBEIRO DEVEM SER LIBERADAS EM FEVEREIRO
NEGOCIAÇÕES PARA O DESEMBARGO DAS OBRAS DA GOLDFARB E DA MRV AVANÇAM
O prefeito Pedro Serafim reuniu-se no final da
tarde desta segunda-feira, dia 2 de janeiro, com representantes das empresas
Goldfarb, MRV e com uma comissão de compradores das unidades das duas
construtoras para discutir as exigências a serem cumpridas para a assinatura
do TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) e a liberação das obras.
Ficou agendada uma nova reunião para as 10h desta
terça-feira, dia 3, entre os responsáveis pela MRV, representantes dos
compradores e o Procon. Durante o encontro, serão discutidas formas de
harmonizar as exigências feitas pelo Procon com as condições impostas pelo
Ministério Público para a liberação das obras.
Entre outros itens, os compradores discutirão novamente
o fato de que os termos propostos para o TAC – Termo de Ajuste de Conduta –
não contemplam condições estabelecidas pelo programa Minha Casa Minha Vida.
Segundo a comissão de adquirentes, se esses termos forem oficializados e os
valores sofrerem atualização, muitos compradores perderão parte do subsídio
de R$ 23 mil por unidade concedido pelo governo federal para moradias do
programa.
O prefeito afirmou que se a reunião desta
terça-feira resultar no acerto das condições entre os interessados, ele assinará
de imediato o TAC da construtora MRV, possibilitando a liberação das obras.
“Temos todo o interesse na continuidade das obras, desde que as condições
legais sejam obedecidas e ninguém saia prejudicado”, garantiu Serafim.
Goldfarb
Como resultado das conversas e de uma
intermediação do prefeito junto ao Promotor de Urbanismo, Valcir Kobori,
ficou decidido que, no caso da Goldfarb, será elaborada uma carta de
intenções contendo os pedidos dos moradores para agilizar a liberação e os
compromissos assumidos pela empresa.
Segundo o prefeito, o promotor determinou que a
carta seja feita em comum acordo por todas as partes envolvidas e contenha
termos que representem um consenso. O documento será analisado por Kobori em
fevereiro, no retorno das férias. Se ele julgar as condições satisfatórias,
será concedido o desembargo das unidades.
A Goldfarb tem dois empreendimentos passando pela
análise da Promotoria, os residenciais Gold Espírito Santo e Gold China. O
promotor condicionou a liberação das obras do Espírito Santo ao cumprimento
das exigências relativas do Gold China, argumento que está sendo contestado
pela comissão de moradores.
“Os adquirentes das unidades reclamam que as
obras do Espírito Santo já estão adiantadas e, da forma como o processo vem
sendo conduzido, eles terão que esperar o desembargo também do Gold China”,
explicou Serafim. No Gold China, o problema principal é a exigência de que o
parcelamento seja executado de forma diferente daquela especificada no
projeto.
Outra dificuldade diz respeito à negativa da Promotoria de enquadrar o empreendimento Gold China como EHIS. Como a construção encontra-se em um zoneamento industrial, nenhum outro tipo de edificação residencial que não as definidas como EHIS poderiam ser erguidas no local. Além de representantes das empresas e dos compradores, e de secretários municipais, participaram da reunião os vereadores Sebastião Torres e Miguel Arcanjo. |
ECONOMISTA DO SECOVI-SP ANALISA FUTURO DO CRÉDITO IMOBILIÁRIO
SÃO PAULO - O economista-chefe do Secovi-SP
(Sindicato da Habitação de São Paulo), Celso Petrucci, acredita que a
proximidade do fim do ano é um bom momento para avaliar o futuro do financiamento
imobiliário.
Segundo ele, estimativas apontam que o ano de 2011 se encerrará com um volume próximo a 1,3 milhão de operações de financiamentos, dos quais 760 mil serão com recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e 540 mil oriundos dos recursos da caderneta de poupança. Para 2013, informa o economista, a Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança) estima que os recursos da poupança não suportarão uma expansão do crédito imobiliário em níveis de 30% a 40% ao ano, pois seus depósitos têm crescido de 15% a 20% ao ano. Diante deste cenário e considerando outros pontos, argumenta, deve-se pensar se tanto os agentes financeiros, como os recursos serão suficientes para garantir o crédito imobiliário ou se será atingido o limite possível de operações.
Possibilidades
Para contornar possíveis problemas, Petrucci
aponta para a possibilidade de se adotar uma taxa variável nos financiamentos imobiliários, como acontece em outros países, o que, para ele, fará com que
seja possível, em um futuro próximo, conviver com financiamentos do FGTS
(Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) a taxas de juros entre 4,5% e 8,16%;
com recursos da poupança com taxas médias entre 9,5% e 10,5% ao ano; e com o
uso de recursos oriundos de outras fontes, repassados aos índices do IPCA ou
IGP-M + x% ao ano, por exemplo.
"Nesse último caso, inclusive, o governo
federal poderia estudar a redução do pagamento dos juros anuais do
financiamento na base de cálculos do IRPF (Imposto de Renda da Pessoa
Física), como forma de incentivo ao comprador".
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BRASIL VIRA 2º MELHOR MERCADO IMOBILIÁRIO
SP saltou de 26º lugar para a 4ª posição nas
prioridades dos investidores estrangeiros
SÃO PAULO - O boom de construções no Brasil passa
a ser a principal novidade no mercado imobiliário mundial e o País se transformará
em 2012 no segundo lugar mais atraente para investidores estrangeiros,
superando a China e toda a Europa. Uma pesquisa publicada ontem pela
Associação de Investidores Estrangeiros no Setor Imobiliário (Afire, sigla em
inglês), apontou ainda São Paulo como a quarta cidade mais atraente para
aplicações em imóveis entre as grandes metrópoles internacionais no ano.
A pesquisa mostra que, apesar da crise, o mercado americano ainda é o que oferece as opções de investimentos em imóveis comerciais mais estáveis e seguras do mundo. Segundo a entidade, a crise já começa a dar sinais de estar sendo superada nos Estados Unidos, pelo menos no setor imobiliário. Preços de aluguéis, pela primeira vez desde 2008, começam a subir. Se a liderança é dos Estados Unidos, a pesquisa mostra que o boom brasileiro no setor da construção fez do País passou a atrair um interesse global. O grande destaque é a cidade de São Paulo. No ranking elaborado no ano passado, a capital paulista era a 26.ª na lista de prioridades de investidores estrangeiros.
Na classificação de ontem, subiu para a quarta
posição. O local preferido de investidores em 2012 será Nova York, seguido
por Londres e Washington. São Paulo superou a cidade de Frankfurt e todas as
capitais de países da zona do euro e das economias dos Brics.
O crescimento da economia, eventos esportivos e
as garantias legais são os fatores que transformam o País e a cidade em uma
das prioridades de investidores.
"O Brasil passou a ser considerado como um
lugar muito mais seguro para investir e um local onde se consegue uma boa
apreciação de capital", afirmou o CEO da entidade, James Fetgatter. Para
realizar a pesquisa, a associação consultou investidores com um portfólio
total de US$ 874 bilhões pelo mundo.
42% dos entrevistados apontaram que planejam investimentos nos Estados Unidos em 2012 como o lugar que oferece as melhores oportunidades. Em 2011, porém, 64% dos entrevistados havia escolhido o mercado americano. ‘Roubo’ de investimentos. Segundo a pesquisa, o Brasil "roubou" investimentos dos Estados Unidos. Hoje, 18,6% dos entrevistados indicam que o País oferece as melhores oportunidades de retorno de investimentos no setor imobiliário. Em 2011, apenas 4,4% dos entrevistados escolheram o Brasil para investir.
Com o resultado, o Brasil superou a China na
lista das preferências dos investidores imobiliários. Entre os emergentes, a
classificação é seguida pela Turquia, enquanto Vietnã e Índia sofreram quedas.
Na Europa, a crise envolvendo o euro e a
possibilidade de recessão em 2012 praticamente tirou o continente da lista
dos locais preferidos por investidores. Nem mesmo a Alemanha resistiu e
desabou no ranking organizado pela entidade.
Preços altos. A pesquisa destaca que os Estados
Unidos ainda são muito almejados e foram o segundo país, depois da
Grã-Bretanha, a atrair mais investimentos estrangeiros em 2011, segundo dados
preliminares da Real Capital Analytics.
"O ponto baixo é que o país não promete
muita valorização de capital, pois os maiores mercados já estão com preços
altos", disse Fetgatter.
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ASSINATURA DE TAC É ADIADA E OBRAS SEGUEM INDEFINIDAS
Prefeito Pedro Serafim (PDT) exige encontro entre
Procon, MRV, Goldfarb e mutuários para liberar as construções.
Mutuários da MRV durante protesto em frente à
Prefeitura de Campinas: impasse segue sem solução.
A liberação para desembargar a construção de 11
mil imóveis do Parque Jambeiro continua indefinida. O prefeito interino de
Campinas, Pedro Serafim (PDT), disse que só vai assinar o TAC (Termo de
Ajustamento de Conduta) que permitiria a retomada quando todas as pendências
entre Procon, construtoras e mutuários forem resolvidas. As construtoras, por
sua vez, também esperam a definição.
No final da tarde de ontem, aconteceu uma reunião
entre a prefeitura, representantes das construtoras MRV e Goldfarb,
responsáveis pelas obras, e mutuários. Não houve acordo. O principal problema
a ser resolvido é a questão do subsídio do Programa Minha Casa Minha Vida. No
lançamento dos conjuntos, os mutuários fizeram as simulações e conseguiram
subsídios de até R$ 23 mil. Como as obras foram embargadas, muitos deles
tiveram aumento na renda e, por esta razão, acabaram perdendo parte do
benefício.
Os mutuários argumentam que não tiveram culpa pelo interrompimento das obras e querem que os valores sejam os mesmo da época que compraram os apartamentos. "Está faltando esse pequeno detalhe para que o TAC seja assinado e as obras liberadas. Esperamos que tudo se resolva o mais rápido possível. Assim, a liberação para a retomada das obras também vai acontecer o mais rápido possível", afirmou o secretário de Urbanismo, Luís Yabiku.
PENDENGAS
O prefeito explicou que quer todas as pendências
resolvidas antes de assinar o TAC. Por isso, pediu que a reunião com o Procon
aconteça antes da assinatura. "Não quero que haja dúvida para nenhuma
das partes. Assim que tudo for resolvido, já pedi para os mutuários e as
empresas me avisarem, que eu assino o TAC", comentou.
A reunião com o Procon, mutuários e MRV vai
acontecer hoje, na parte da manhã. Amanhã, também na parte da manhã, o Procon
vai se reunir com representantes da Goldfarb e mutuários para resolver a
situação.
Procurada, a advogada da GoldFarb, Luciana Ismael, afirmou que a posição oficial só virá depois do resultado final do encontro com o Procon. A MRV aguarda a reunião com o Procon e os mutuários (ler texto abaixo). O MP foi procurado, mas a assessoria de imprensa informou que está de recesso, e o promotor que cuida do caso, Valcir Kobori, está em férias e só volta em fevereiro.ENTENDA
O caso começou em junho deste ano, quando a
prefeitura embarcou empreendimentos da MRV e Goldfarb. Na época, foi
determinada a suspensão dos alvarás de aprovação e execução da obra, até que
uma série de análises técnicas e um depósito caução (garantia de contrato) do
valor correspondente a 3,5% da contrapartida social do empreendimento sejam
feitos.
A prefeitura exigiu que fossem analisadas
soluções viárias, de drenagem, ambientais, entre outras.
As liberações são investigadas pelo MP porque há
suspeita de que o procedimento faria parte de um esquema de corrupção
supostamente comandado pela ex-primeira-dama e ex-secretária-chefe de
Gabinete Rosely Nassim Jorge Santos.
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ASSINATURA DE TAC É ADIADA E OBRAS SEGUEM INDEFINIDAS
Os preços dos
imóveis subiram, em média, mais de 90% nos últimos três anos e, segundo
reportagem do Estado (26/12), parecem, agora, tender para a estabilização.
Isso ajudaria a evitar uma escassez de recursos das cadernetas de poupança,
que, junto com os do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), abastecem
as carteiras de financiamentos à moradia.
O mercado imobiliário viveu um período de euforia, em 2009 e 2010, que provocou a alta dos preços. Em 2011, o ritmo das vendas diminuiu. Na comparação entre os primeiros dez meses de 2010 e 2011, segundo levantamento do sindicato da habitação (Secovi), houve queda de 20,8% do número total de unidades comercializadas. Em outubro último, o recuo foi ainda mais forte (-37,7% em relação ao mesmo mês de 2010). Para 2012, os especialistas esperam uma maior estabilização dos preços dos imóveis - e esta é uma boa notícia para os compradores em potencial. Em 2011, segundo o Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-SP), o número de lançamentos de imóveis, em São Paulo, superou o de 2010. Boa parte desses imóveis será colocada à venda em 2012. Havendo maior oferta de moradias, será mais fácil a estabilização de preços, observou a economista Ana Maria Castelo, da Fundação Getúlio Vargas (FGV). O gestor de investimentos Fábio Colombo considera que os preços dos imóveis são "altíssimos" e a professora Denise Vasconcellos, da Universidade Mackenzie, sugere que "estamos próximos do teto". Para o presidente do conselho de corretores (Creci-SP), José Augusto Viana, os sinais de queda das vendas confirmam que os preços são altos - e estes terão de "parar de subir ou novos negócios não serão feitos". A experiência histórica mostra que, desde os tempos do Banco Nacional da Habitação (BNH), crédito farto é fator decisivo para a manutenção de preços elevados no mercado de imóveis. Entre 2010 e 2011, a oferta de crédito imobiliário aumentou de cerca de R$ 90 bilhões para R$ 117 bilhões, calcula o Sinduscon. Os empréstimos asseguraram o ritmo da atividade imobiliária e deverão atingir R$ 152 bilhões, em 2012, dos quais R$ 107 bilhões com recursos das cadernetas de poupança e R$ 45 bilhões, do FGTS. Entre janeiro e novembro, segundo o jornal Valor, os financiamentos concedidos com recursos das cadernetas de poupança atingiam R$ 71,6 bilhões, com aumento de desembolsos de 43% em relação aos R$ 50 bilhões do mesmo período de 2010. A maioria dos bancos privados prevê que o ritmo de crescimento do crédito ainda será de 30% a 40%, em 2012, mas alguns projetam esse aumento em 25% e a Caixa Econômica Federal (CEF), em apenas 15%, somando os empréstimos com recursos das cadernetas e do FGTS.
Mas o
crescimento do crédito imobiliário - cujo ritmo oscilou entre 50% e 70% ao
ano, na segunda metade da década passada, com a exceção de 2009 - já não é
tão acentuado e as perspectivas, agora, são de um avanço mais lento em 2012.
Sem tanta
pressão dos tomadores, os recursos da caderneta de poupança deverão atender à
demanda por mais dois anos, na pior das hipóteses, ao contrário das previsões
mais pessimistas.
Essa hipótese é
fortalecida pela queda da taxa Selic, que torna a remuneração das cadernetas
(de 7,45% ao ano, em 2011, não sujeita ao IR na fonte) atraente para os
poupadores, nota o diretor de crédito imobiliário do Banco Santander, Antonio
Barbosa. Além disso, o esfriamento da demanda por imóveis destinados à classe
média, apontado pelos levantamentos do Secovi, deverá provocar um crescimento
mais lento da procura de recursos pelas construtoras.
Recursos fartos
depositados na poupança permitirão aos mutuários tomar empréstimos a custo
reduzido. Enquanto isso, outras fontes mais recentes - certificados de
recebíveis imobiliários (CRIs) e letras de crédito imobiliário (LCIs), além
dos fundos imobiliários - serão mais bem testadas nas operações de crédito à
moradia, de forma a oferecer resposta rápida, no futuro, quando os recursos
das cadernetas escassearem.
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IMOBILIÁRIAS DESENVOLVEM AÇÕES PARA RETER OS MELHORES CORRETORES
SÃO PAULO - Com o aquecimento do
mercado imobiliário nas principais cidade do país, a corretagem de imóveis
está cada vez mais atraente para profissionais dos mais diferentes perfis.
Mas mesmo com o aumento no número de pessoas se aventurando na carreira - que
pode trazer bom retorno financeiro, mas é de alta competitividade - as
empresas da área encontram dificuldades para achar mão de obra qualificada e
estão se esforçando para reter os profissionais que mais se destacam.
Um estudo da empresa de administração
imobiliária Lello mostra que o perfil do corretor de imóveis da capital
paulista é bastante heterogêneo. Pouco mais da metade (58%) é homem, cerca de
40% têm mais de 40 anos e 25%, mais de 50. A maior parte (60%) fez curso
superior - a graduação mais comum é administração de empresas (30%), seguida
por ciências contábeis, economia ou matemática (17%). Os outros 53% se
dividem entre as formações mais variadas, como direito, comunicação social,
química, pedagogia, arquitetura e engenharia.
Desde 2007, o Conselho Regional de
Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (Creci-SP), órgão que credencia
profissionais para atuar na área, recebe cerca de oito mil novos inscritos
por ano. Segundo o presidente da instituição, José Augusto Viana Neto, antes
a média anual era de 2,5 mil novos membros. O Creci tem cerca de 84 mil
inscritos em todo o Estado, 36 mil apenas na capital. "Nós percebemos a
migração de muita gente de outras atividades para o setor de
corretagem", explica Neto. Ainda assim, ele diz que a mão de obra está
escassa. "Se tivéssemos o dobro de profissionais trabalhando, ainda não
seria suficiente para atender a demanda do mercado", estima.
A vice-diretora de operações da
Abyara, imobiliária que atua na Grande São Paulo e cidades do interior do
Estado, Carolina Quezada, diz sentir o aquecimento do mercado há cerca de
dois anos. A empresa, que possui atualmente três mil corretores, tenta reter
os melhores profissionais oferecendo um treinamento de três dias ao entrar na
equipe, produtos com liquidez e prêmios a partir de metas cumpridas - prática
que aumentou nos últimos anos.
A alta rotatividade sempre foi uma característica do mercado de trabalho dos corretores, que são profissionais autônomos e têm 100% da remuneração baseada em comissão. Por trabalharem com um contrato que pode ser rescindido a qualquer momento, a retenção dos talentos se tornou um dos principais desafios das empresas da área. Na Coelho da Fonseca, que tem mil corretores apenas na capital paulista, a necessidade de reter os melhores profissionais teve como consequência a reformulação do setor de recursos humanos, que cresceu e passou a investir mais em treinamento. Segundo a gerente de RH, Daniela Godoy, a empresa nunca investiu tanto na área como em 2011 e a previsão é que o valor dobre no ano que vem. Além de treinar os corretores que entram na companhia, muitas vezes jovens inexperientes atraídos pelas vantagens financeiras, a empresa está oferecendo treinamento de liderança para a área comercial, que atua diretamente com esses profissionais. A companhia também está desenhando um piloto de plano de carreira, prática pouco comum no setor As ações, segundo Daniela, fizeram o "turnover" cair pela metade. A Pronto!, braço de venda de imóveis usados do grupo Lopes, realizou mais de 400 contratações este ano na cidade de São Paulo - cerca de 30% a mais do que em 2010, mas ainda assim aquém do número de vagas abertas - 600 no ano todo. Segundo o diretor da empresa, Lucas Penteado, a corretagem de imóveis usados exige ainda mais qualificação, o que dificulta a busca por novos profissionais. "Vender imóveis prontos requer uma qualidade diferenciada. É preciso entender o mercado, o bairro e as características de cada casa ou apartamento que vai ser apresentado", explica. Por isso, a Pronto! decidiu apostar na formação dos profissionais sem experiência que entram na empresa. Com um investimento de R$ 200 mil, construiu uma academia de corretores, que oferece um curso de um mês com instrutores de diversas áreas da empresa. A primeira turma de 20 alunos se forma em dezembro e a Pronto! espera qualificar pelo menos 240 profissionais no ano que vem. "Nossa expectativa é que os corretores saiam da academia para ganhar mais de R$ 15 mil por mês", explica. Um colaborador de ponta da Pronto!, segundo Penteado, ganha de R$ 300 mil a R$ 500 mil por ano. |
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