Equipamentos influenciam no preço do condomínio, mas proteção envolve treinamento de funcionários e conscientização dos moradores.
Mal começava 2012 e já se registrava, na capital paulista, o primeiro arrastão a um condomínio residencial. Na noite de 7 de janeiro, primeiro sábado do ano, um grupo de 15 criminosos armados invadiu os apartamentos de um edifício na Vila Buarque, nas imediações do Centro. Segundo o Sindicato da Habitação do Estado de São Paulo (Secovi-SP), os assaltantes fugiram, levando jóias, barras de ouro, dinheiro e dois automóveis dos moradores. Porém, informa o Secovi-SP, não há maiores registros sobre o crime, pois a câmera de vigilância do prédio não funcionava naquele momento.
Segurança influencia na decisão de compra, ao lado de área de lazer e espaço verde.
Vai morar em condomínio pela primeira vez? Veja regras de boa convivência.
Casos como esse, comenta Carlos Progianti, presidente da Associação Brasileira de Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança (Abese), evidenciam a fragilidade que às vezes pode acontecer com os sistemas de segurança. "Situações como essa expõem a vulnerabilidade desses sistemas".
José Elias Godoy, consultor em segurança, estima que oito em cada dez pessoas preferem apartamentos a casas pela segurança que oferecem. "Sentir que está seguro, nesses ambientes, é a maior motivação", diz.
Para os que buscam empreendimentos de médio e alto padrões, destaca Fabio Valle, diretor de vendas e marketing da AlphaVille Urbanismo, a segurança, de fato, é um critério que influencia a decisão de compra. Valle comenta que isso ficou claro por meio de uma pesquisa que recentemente fizeram com compradores. Nela, a segurança foi citada como o terceiro item mais valorizado, atrás apenas de lazer e áreas verdes.
Mas ainda que esse seja o principal direcionador, a segurança nem sempre faz parte das conversas entre o comprador e vendedor de um imóvel, acredita Rosely Schwartz, professora do curso de administração de condomínios da Escola Paulista de Direito (EPD). "Raramente se pergunta sobre a existência de um sistema de segurança no condomínio ou por quais itens é composto", diz. Uma das principais preocupações na hora da compra de um imóvel, diz ela, é o valor do condomínio. Esse quesito também é influenciado pela infraestrutura de segurança. "Quanto maior o número e cobertura de equipamentos, menor é o número de funcionários necessários para a supervisão das áreas comuns", detalha. "No longo prazo, o investimento correto em segurança volta para o morador em economia nas taxas de condomínio".
Equipamentos eletrônicos, como câmeras, alarmes, portões e sistemas de monitoramento, possuem duas funções, de acordo com Progianti, da Abese. Por um lado, dificultam o acesso das pessoas às áreas do condomínio. Por outro, monitoram o fluxo de pessoas e bens. "Sua única função é detectar a invasão e comunicá-la a polícia", diz. Por isso, o sistema não se restringe a equipamentos. "A fórmula de um bom sistema de segurança é somar os equipamentos ao treinamento dos funcionários e à conscientização dos moradores, explica Sérgio de Castro Neto, diretor de Condomínios do Secovi-SP. "A boa segurança é um tripé", diz. "Os equipamentos auxiliam, mas quem efetivamente faz a segurança são os funcionários e os moradores dos condomínios".
O Secovi-SP oferece palestras dirigidas aos funcionários de condomínios e também para integrantes de corpos diretivos, como síndicos, subsíndicos e conselheiros. Outra iniciativa do Secovi-SP, diz Castro Neto, é a aproximação com a Secretaria de Segurança Pública. Ambos se uniram, em 2009, para criar um grupo de trabalho, cujo principal objetivo é fomentar alternativas para reduzir, prevenir e repreender roubos e assaltos em condomínios. Nessa linha, já instituíram, na capital paulista, uma delegacia especializada em ocorrências em condomínios, além de programas de prevenção e frentes educativas.
Castro Neto avalia que tanto essa parceria, como os trabalhos de educação nos condomínios, surtem efeitos. Em 2009, ano em que foi instituída a parceria, foram registrados 45 assaltos/arrastões a condomínios localizados na capital paulista. Em 2011, o número caiu para 12.
Os especialistas enfatizam que é necessário fazer algumas perguntas no momento de comprar um imóvel. Rosely, da EPD, recomenda que se informe sobre a infraestrutura de equipamentos, qual a cobertura que possuem sobre as áreas do condomínio, como são mantidos e se há um controle e supervisão de profissionais ou empresas especializadas. "Se o condomínio não tiver o básico, o valor do imóvel será depreciado, principalmente em cidades grandes", diz Rosely. Afinal, o fato de o condomínio já ter sido assaltado certamente influenciará na decisão de compra. Pior, ainda, se já houver sido registrado mais de um crime no mesmo local.
Castro Neto, do Secovi, orienta checar se há treinamentos e reciclagens dos funcionários, além de iniciativas voltadas a conscientizar os moradores, como manuais e procedimentos de segurança, palestras e regras claras sobre o que pode ou não ser feito em termos de controle de acesso. "Se as pessoas não estão aptas a cumprir as ordens da segurança, tornam o sistema eletrônico frágil", afirma Rosely.
Tais cuidados, destaca Castro Neto, também valem para quem já é morador de condomínios. "É importante checar, com o síndico e com o zelador, como estão os equipamentos, se os funcionários estão aptos a operá-los e se os moradores estão fazendo a parte que lhes cabe", diz.
Lázaro Gomes, diretor da Security Shop, afirma que muitas pessoas têm a sensação de que um sistema de segurança é muito caro. "É uma impressão que vem de anos atrás", diz. Em 1984, um alarme tinha preço equivalente ao de um carro. Hoje, diz, custa em torno de R$ 500 reais. "As tecnologias evoluíram, popularizando esses equipamentos".
Para se ter uma ideia, a instalação de um sistema mínimo de segurança em uma casa de 100 metros quadrados, nos dias de hoje, custa cerca de R$ 15 mil, na avaliação de Godoy, consultor em segurança. Nos anos 1990, diz, esse valor chegava a ser cinco vezes maior. Com esses recursos, explica, dá para montar uma estrutura de controle de entrada, ou seja, instalar alarme nas janelas e portas, além de automatizar as entradas e as câmeras no perímetro, e de contar com monitoramento por TV. "Os valores dos equipamentos caíram muito nos últimos anos", diz. "Hoje, estão acessíveis a grande parte da população".
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PREOCUPAÇÃO COM VALOR DO CONDOMÍNIO DEVE LEVAR EM CONTA SEGURANÇA
IMÓVEIS MAIS ALUGADOS NA CAPITAL EM OUTUBRO FORAM OS DE ALUGUEL.
Depois da queda de 22,91% em setembro, o mercado de locação residencial recuperou-se e cresceu 10,77% no estado de São Paulo em outubro. A mudança de rumo foi apurada em pesquisa feita com 1.478 imobiliárias de 37 cidades, incluída a Capital, pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CreciSP).
As imobiliárias alugaram 2.974 imóveis, o que fez o índice estadual de locação subir de 1,8165 em setembro para 2,0122 em outubro. Foram 1.757 casas (59,08%) e 1.217 apartamentos (40,92%) alugados. O desempenho foi positivo nas quatro regiões em que se divide a pesquisa Creci: Capital (+ 2,04%), Interior (+ 13,1%), Litoral (+ 4,52%) e as cidades de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Guarulhos e Osasco (+ 27,04%).
"Oscilações são típicas do mercado de locação, com um mês em alta e outro eventualmente em baixa, porque as decisões sobre alugar um determinado imóvel demoram, e ainda tem a burocracia da documentação", explica José Augusto Viana Neto, presidente do Creci. "Mas quando olhamos o conjunto do ano, de janeiro a outubro, os números são bons, com saldo positivo de 27,25% no volume alugado", destaca.
Os imóveis mais alugados na Capital em outubro foram os de aluguel mensal até R$ 1.000,00, com 56,77% do total de novos contratos. Já as casas e apartamentos com aluguel de até R$ 800,00 predominaram no Interior (60,55%), no Litoral (50,51%) e nas cidades do A, B, C, D, Guarulhos e Osasco (67,63%).
As imobiliárias receberam de volta em outubro 1.777 imóveis, o equivalente a 59,75% das novas locações, e fizeram os contratos adotando o fiador como garantidor do pagamento em caso de inadimplência dos novos inquilinos. A participação do fiador foi de 78,81% no Interior, de 53,5% no Litoral, de 48,56% na Capital e de 42,36% nas cidades do A, B, C, D, Guarulhos e Osasco. A inadimplência teve queda de 6,86% - estava em 3,64% do total de contratos em vigor em setembro e baixou para 3,39% em outubro.
A pesquisa apurou que no Interior, 77,04% das novas locações em outubro se concentraram em bairros das regiões centrais, distribuindo-se as demais pelas áreas nobres (15,33%) e por bairros das regiões mais periféricas (7,63%).
A cidade de Americana teve em outubro, o menor aluguel do estado. Casas de 1 dormitório localizadas na região central foram alugadas por valores entre R$ 150,00 e R$ 380,00. No outro extremo, aluguel mais caro, apartamentos de 5 dormitórios foram locados por R$ 12.000,00, único imóvel com esta configuração, em Sorocaba.
IMÓVEIS ATRAEM CAPITAIS
O Brasil passou do 4.º para o 2.º
lugar entre os países mais atraentes para os investimentos imobiliários
globais, segundo a 20.ª Pesquisa Anual dos Membros da Associação de
Investidores Estrangeiros em Imóveis (Afire, na sigla em inglês). A cidade de
São Paulo, no mesmo levantamento, passou do 26.º lugar para o 4.º lugar,
atrás apenas de Nova York, Londres e Washington. Confirmadas as expectativas
indicadas na pesquisa, os investidores imobiliários globais darão importante
contribuição para o balanço de pagamentos do País.
Investidores com aplicações
imobiliárias de US$ 874 bilhões - equivalentes a quase uma terça parte do
Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro - foram consultados pela Afire,
entidade com sede em Washington, cuja pesquisa anual é considerada um
importante instrumento para a tomada de decisões sobre investimento em
imóveis nos principais centros econômicos.
Desde o início da década passada, ampliaram-se os investimentos imobiliários no Brasil, sobretudo em propriedades comerciais, como shopping centers, edifícios de escritórios de alto padrão e hotéis. Corporações imobiliárias multinacionais, como CBRichard Ellis, Cushman&Wakefield, Equity International, Jonas Lang LaSalle, Tishman Speyer e Colliers International ampliaram sua atuação no Brasil.
No setor residencial, a Sotheby's
International Realty ingressou na corretagem, enquanto investidores de menor
porte, em geral provenientes da Espanha e Portugal, estão prospectando áreas
no Nordeste para construir condomínios. Em São Paulo e no Rio, investidores
globais atuam, seja diretamente, como faz o grupo canadense Brookfield
(ex-Brascan), seja mediante a aquisição de participações acionária em
construtoras e incorporadoras com ações negociadas em Bolsa. O maior grupo hoteleiro
do mundo, o norte-americano Wyndham, acaba de ingressar no mercado paulistano
e pretende investir R$ 460 milhões no País, até 2014.
O fortalecimento da posição do Brasil ainda não ameaça a liderança dos Estados Unidos, que continuam sendo o país mais atrativo do mundo para os investimentos imobiliários, dadas as dimensões da economia norte-americana e a existência de um forte mercado interno. Mas o porcentual dos investidores que preferem os Estados Unidos para investir em imóveis caiu de 64% para 42%, em um ano - e o Brasil foi o maior beneficiário: 18,6% dos entrevistados já consideram que o País oferece as melhores oportunidades de retorno.
No Brasil, os preços dos imóveis
subiram muito nos últimos anos, mas, em média, ainda são inferiores aos dos EUA
e da Europa. Além disso, "o Brasil passou a ser considerado um lugar
muito mais seguro para investir e um local onde se consegue uma boa
valorização do capital", enfatizou o CEO da Afire, James Fetgatter.
Assim, o Brasil superou a China na lista das preferências dos investidores
globais, além de confirmar o primeiro lugar entre os países emergentes mais
atraentes para os aplicadores.
São Paulo é um caso à parte. O mercado imobiliário da cidade superou, em atratividade, o de todas as capitais dos países da zona do euro e dos demais países Brics. Deixou para trás cidades que sempre se destacaram pela atração de investidores imobiliários, como São Francisco e Frankfurt. Comparativamente, a atratividade de São Paulo aumentou em contraste com a diminuição da confiança dos investidores na recuperação econômica dos países desenvolvidos, notou a presidente do conselho da Afire, Barbara Knoflach.
Para o investidor estrangeiro, o
investimento imobiliário no Brasil oferece vantagens em relação ao de outros
países, tais como a segurança jurídica da propriedade, a redução dos custos
de transação e a introdução de instrumentos inovadores no negócio, como a
alienação fiduciária de bem imóvel e o patrimônio de afetação.
Mas, acima de tudo, os investidores
que escolheram o Brasil como um mercado muito atrativo não acreditam que
exista aqui o risco de formação de uma bolha imobiliária.
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FGTS VAI FINANCIAR MATERIAL DE CONSTRUÇÃO
Linha com foco na classe média tem limite de R$ 20 mil, com juros de até 12% ao ano e 120 meses para pagamento.
De início, estarão disponíveis R$ 300 mi; empréstimo só ocorrerá para imóveis com valor até R$ 500 mil.
Com o objetivo de estimular a construção civil, o governo aprovou ontem uma nova linha de financiamento, com foco na classe média, para compra de material para reforma ou ampliação de imóveis. Os recursos virão do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).
Hoje, há linha para material de construção destinada a famílias de menor poder aquisitivo, com renda bruta mensal de até R$ 5.400, a juro máximo de 8,16% ao ano.
A modalidade aprovada ontem não prevê limite de renda e determina custo anual máximo, incluindo juro, comissões e encargos, de 12%, com 120 meses para pagar.
Segundo o Conselho Curador do FGTS, que tomou a decisão em reunião extraordinária, antecipada na edição de ontem do jornal "O Globo", hoje a linha mais barata destinada à classe média no mercado tem juros de 23,14% ao ano, com prazo para pagamento de até 60 meses.
O limite máximo de financiamento da nova linha será de R$ 20 mil por tomador. "É um limite adequado, já que em média as reformas requerem R$ 8.000", afirmou Paulo Eduardo Furtado, assessor do Ministério do Trabalho.
A princípio, serão disponibilizados R$ 300 milhões para a linha, montante que poderá chegar a R$ 1 bilhão, dependendo da demanda.
O limite máximo de financiamento da nova linha será de R$ 20 mil por tomador. "É um limite adequado, já que em média as reformas requerem R$ 8.000", afirmou Paulo Eduardo Furtado, assessor do Ministério do Trabalho.
A princípio, serão disponibilizados R$ 300 milhões para a linha, montante que poderá chegar a R$ 1 bilhão, dependendo da demanda.
A linha de financiamento anterior, voltada para a baixa renda, emprestou R$ 3,5 bilhões nos últimos oito anos.
"É pouco", afirmou Claudio Conz, presidente da Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção) e membro do Conselho Curador.
"Mas uma taxa de 8,16% ao ano é tão baixa que é irreal. Essa nova medida ampliará o leque.”
Como o FGTS faz parte do Sistema Financeiro da Habitação, que abrange imóveis de até R$ 500 mil, esse será o teto do valor das residências que serão reformadas com a nova linha de crédito.
Os recursos a serem emprestados são originários do FGTS, mas o tomador não precisará retirar dinheiro de sua conta no fundo para ter acesso ao financiamento. O crédito será oferecido pela Caixa Econômica Federal, mas o Banco do Brasil, segundo o Ministério do Trabalho, tem interesse na linha, aberta também a bancos privados.
A linha, que também poderá ser usada para instalação de hidrômetros individuais e implementação de sistemas por aquecimento solar, entra em vigor em 30 dias.
ESTÍMULO
O objetivo do governo é estimular a construção civil, que no segundo semestre do ano passado sentiu o impacto das restrições de crédito.
"Em 2011, nosso crescimento no volume de vendas foi de 4,5% sobre 2010, quando a alta tinha sido muito maior, de 10,8%", disse Conz.
Com as medidas tomadas ontem, a expectativa é crescer, em 2012, entre 7% e 8% na comparação com 2011.
"Em 2011, nosso crescimento no volume de vendas foi de 4,5% sobre 2010, quando a alta tinha sido muito maior, de 10,8%", disse Conz.
Com as medidas tomadas ontem, a expectativa é crescer, em 2012, entre 7% e 8% na comparação com 2011.
OBRAS EMBARGADAS NO PARQUE JAMBEIRO DEVEM SER LIBERADAS EM FEVEREIRO
Prefeitura e construtoras analisam mudanças para
assinatura de TAC
Os empreendimentos imobiliários do Parque Jambeiro, em Campinas, das construtoras MRV e Goldfarb, embargadas em junho, só devem ser liberadas em fevereiro de 2012. Após dez horas de reunião, entre a tarde e noite de quinta-feira (29), a prefeitura e as construtoras discutiram mudanças exigidas pelo Ministério Público para a assinatura do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para a liberação das obras. Entre os itens acrescidos pelo promotor Valcir Kobori ao acordo fechado em outubro entre a prefeitura e as empresas estão alterações nas regras da Secretaria de Urbanismo para a liberação de alvarás e o acrescimento de R$ 16 milhões de investimentos de infraestrutura na região dos empreendimentos da MRV e da Goldfarb. O problema se arrasta desde junho, e o documento com as mudanças terá que ser assinado novamento pela prefeitura e as construtoras. Somente depois disso, as obras poderão ser desembargadas. As construções na região do Parque Jambeiro foram paralisadas depois de serem consideradas irregulares porque, por exemplo, não foram feitas obras de contrapartida necessárias para melhorias de infraestrutura no entorno dos empreendimentos.
Após reunião na manhã desta sexta-feira (30) com
os secretários de Gestão, André Launstein, de Urbanismo, Luis Yabiku, e de
Assuntos Jurídicos, Antonio Caria Neto, o prefeito de Campinas, Pedro Serafim
(PDT), pretende analisar na semana que vem as exigências da Promotoria antes
de assinar o acordo. A previsão é que as obras sejam desembargadas em
fevereiro, se as empresas também aceitarem as alterações apontadas pelo
promotor.
A MRV Engenharia aguarda a posição da prefeitura para assinar o TAC. Já a Goldfarb disse que tomou conhecimento das exigências e está analisando o conteúdo.
A EPTV tentou falar com a Sol Panamby e a Rossi,
que também fazem parte do TAC, mas que não têm obras embargadas no Parque
Jambeiro, mas ninguém foi encontrado até o começo da tarde desta sexta-feira
para comentar o assunto.
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NEGOCIAÇÕES PARA O DESEMBARGO DAS OBRAS DA GOLDFARB E DA MRV AVANÇAM
O prefeito Pedro Serafim reuniu-se no final da
tarde desta segunda-feira, dia 2 de janeiro, com representantes das empresas
Goldfarb, MRV e com uma comissão de compradores das unidades das duas
construtoras para discutir as exigências a serem cumpridas para a assinatura
do TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) e a liberação das obras.
Ficou agendada uma nova reunião para as 10h desta
terça-feira, dia 3, entre os responsáveis pela MRV, representantes dos
compradores e o Procon. Durante o encontro, serão discutidas formas de
harmonizar as exigências feitas pelo Procon com as condições impostas pelo
Ministério Público para a liberação das obras.
Entre outros itens, os compradores discutirão novamente
o fato de que os termos propostos para o TAC – Termo de Ajuste de Conduta –
não contemplam condições estabelecidas pelo programa Minha Casa Minha Vida.
Segundo a comissão de adquirentes, se esses termos forem oficializados e os
valores sofrerem atualização, muitos compradores perderão parte do subsídio
de R$ 23 mil por unidade concedido pelo governo federal para moradias do
programa.
O prefeito afirmou que se a reunião desta
terça-feira resultar no acerto das condições entre os interessados, ele assinará
de imediato o TAC da construtora MRV, possibilitando a liberação das obras.
“Temos todo o interesse na continuidade das obras, desde que as condições
legais sejam obedecidas e ninguém saia prejudicado”, garantiu Serafim.
Goldfarb
Como resultado das conversas e de uma
intermediação do prefeito junto ao Promotor de Urbanismo, Valcir Kobori,
ficou decidido que, no caso da Goldfarb, será elaborada uma carta de
intenções contendo os pedidos dos moradores para agilizar a liberação e os
compromissos assumidos pela empresa.
Segundo o prefeito, o promotor determinou que a
carta seja feita em comum acordo por todas as partes envolvidas e contenha
termos que representem um consenso. O documento será analisado por Kobori em
fevereiro, no retorno das férias. Se ele julgar as condições satisfatórias,
será concedido o desembargo das unidades.
A Goldfarb tem dois empreendimentos passando pela
análise da Promotoria, os residenciais Gold Espírito Santo e Gold China. O
promotor condicionou a liberação das obras do Espírito Santo ao cumprimento
das exigências relativas do Gold China, argumento que está sendo contestado
pela comissão de moradores.
“Os adquirentes das unidades reclamam que as
obras do Espírito Santo já estão adiantadas e, da forma como o processo vem
sendo conduzido, eles terão que esperar o desembargo também do Gold China”,
explicou Serafim. No Gold China, o problema principal é a exigência de que o
parcelamento seja executado de forma diferente daquela especificada no
projeto.
Outra dificuldade diz respeito à negativa da Promotoria de enquadrar o empreendimento Gold China como EHIS. Como a construção encontra-se em um zoneamento industrial, nenhum outro tipo de edificação residencial que não as definidas como EHIS poderiam ser erguidas no local. Além de representantes das empresas e dos compradores, e de secretários municipais, participaram da reunião os vereadores Sebastião Torres e Miguel Arcanjo. |
ECONOMISTA DO SECOVI-SP ANALISA FUTURO DO CRÉDITO IMOBILIÁRIO
SÃO PAULO - O economista-chefe do Secovi-SP
(Sindicato da Habitação de São Paulo), Celso Petrucci, acredita que a
proximidade do fim do ano é um bom momento para avaliar o futuro do financiamento
imobiliário.
Segundo ele, estimativas apontam que o ano de 2011 se encerrará com um volume próximo a 1,3 milhão de operações de financiamentos, dos quais 760 mil serão com recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e 540 mil oriundos dos recursos da caderneta de poupança. Para 2013, informa o economista, a Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança) estima que os recursos da poupança não suportarão uma expansão do crédito imobiliário em níveis de 30% a 40% ao ano, pois seus depósitos têm crescido de 15% a 20% ao ano. Diante deste cenário e considerando outros pontos, argumenta, deve-se pensar se tanto os agentes financeiros, como os recursos serão suficientes para garantir o crédito imobiliário ou se será atingido o limite possível de operações.
Possibilidades
Para contornar possíveis problemas, Petrucci
aponta para a possibilidade de se adotar uma taxa variável nos financiamentos imobiliários, como acontece em outros países, o que, para ele, fará com que
seja possível, em um futuro próximo, conviver com financiamentos do FGTS
(Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) a taxas de juros entre 4,5% e 8,16%;
com recursos da poupança com taxas médias entre 9,5% e 10,5% ao ano; e com o
uso de recursos oriundos de outras fontes, repassados aos índices do IPCA ou
IGP-M + x% ao ano, por exemplo.
"Nesse último caso, inclusive, o governo
federal poderia estudar a redução do pagamento dos juros anuais do
financiamento na base de cálculos do IRPF (Imposto de Renda da Pessoa
Física), como forma de incentivo ao comprador".
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