ABECIP PREVÊ ALTA DE 30% DO CRÉDITO IMOBILIÁRIO

SÃO PAULO - O presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), Octavio de Lazari, afirmou nesta quarta-feira que a instituição mantém a projeção de crescimento de 30% do crédito imobiliário neste ano, para o montante de R$ 103,9 bilhões. O resultado representa uma desaceleração ante o salto de 42% registrada no ano passado.

"Um crescimento menor não significa um resultado ruim", disse Lazari, afirmando que o nível de expansão vista nos anos anteriores era insustentável e que causou dificuldades para incorporadoras, como falta de insumo, alto preço da mão de obra e atraso na entrega de empreendimentos.

Lazari também disse acreditar que a redução dos juros nos financiamentos imobiliários da Caixa Econômica Federal, anunciada nesta quarta-feira, vai contribuir para a expansão do crédito no País. "À medida que ocorre redução da Selic, as demais taxas de juros também são pressionadas a cair", disse.

Ainda assim, Lazari manteve a previsão de expansão de 30% do crédito imobiliário em 2012. Ele lembrou que o ciclo produtivo da construção é longo - abrange licenciamento, obtenção de terrenos, comercialização e construção dos imóveis - e não passará por nenhuma aceleração significativa por conta dos cortes dos juros. "Não é um produto que pode ser disponibilizado no mercado de um dia para o outro", explicou, refutando variações mais profundas no mercado neste ano.

Lazari avaliou que o crescimento de 9,9% no volume de financiamentos imobiliários registrados no primeiro trimestre deste ano ficou até acima das expectativas. "Nós contávamos com uma alta em torno de 9%", disse, lembrando que o começo do ano concentra boa parte dos gastos das pessoas físicas com impostos, além de ser um período de férias e feriados. "Os financiamentos costumam crescer a partir do segundo trimestre."

A Abecip também informou hoje que a taxa de inadimplência dos financiamentos imobiliários - considerando os atrasos no pagamento superiores a três meses - se manteve estável em março ante fevereiro, no patamar de 2,0%.

Poupança

Lazari afirmou que o setor segue atento a possíveis alterações na remuneração da poupança em meio ao ciclo de queda da Selic, a taxa básica de juros. "Essa é uma possibilidade que segue no nosso radar", disse. No entanto, ele afirmou achar menos provável que uma alteração ocorra no curto prazo. "Por enquanto, não estamos vendo um crescimento acentuado das aplicações na caderneta de poupança que apontem uma migração dos investimentos", o que justificaria uma intervenção mais rápida do governo. E Lazari completou: "Não nos parece que será uma medida para ser tomada agora."

Em meio ao cenário atual e à perspectiva de crescimento do crédito imobiliário de 30% em 2012, os recursos da poupança serão suficientes para alimentar o crédito imobiliário até 2014, estimou o presidente da Abecip.

NOVO CUIDADO NA HORA DE COMPRAR IMÓVEIS


Se uma pessoa adquirir imóvel cuja venda for verificada como realizada em fraude estará correndo o risco de perder o bem

Todo o cuidado é pouco quando se está prestes a comprar um imóvel. Os riscos envolvendo esse tipo de transação são diversos, mas podem ser mitigados se adotadas algumas precauções pelas partes envolvidas.  Como se sabe, antes de finalizar o negócio, o comprador deve cercar-se de todos os subsídios que o façam ter certeza ou quase de que o imóvel está livre e desembaraçado de quaisquer ônus, bem como de que o vendedor está livre de dívidas ou, no caso de as ter, tem liquidez para saldá-las, visto que eventuais apontamentos dessa ordem, dependendo do caso, podem prejudicar o negócio.

Em termos práticos, esse cuidado é o pedido pelo comprador para que o vendedor apresente certidão de quitação do IPTU, de verba condominial, matrícula atualizada do bem comprovando ausê ncia de penhora, certidão do distribuidor contendo relação dos processos judiciais que envolvem o imóvel ou seu vendedor, entre outros itens, sendo que a análise desses documentos possibilitará a verificação de eventual risco para o negócio. Aliás, na grande maioria das vezes, os problemas relacionados à venda de imóvel advêm de ônus que recaíram sobre o imóvel em processos judiciais, os quais não eram do conhecimento do comprador que, posteriormente, pode-se ver sem o seu bem, em decorrência de desfazimento da venda em âmbito processual.

Pois bem. Recentemente entrou em vigor a Lei nº 12.440/11, que criou a Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas (CNDT), a qual é expedida eletrônica e gratuitamente pela Justiça do Trabalho, tendo o objetivo de atestar se determinada pessoa física ou jurídica está quite com suas obrigações perante a Justiça do Trabalho, melhor dizendo, se existem dívidas com seus empregados.  Diante da importância do conteúdo dessa certidão, e aí a relação d esse assunto com o tema do artigo, é que, com toda certeza, ela deverá ser mais um dos documentos a serem solicitados pelos compradores de imóveis quando em tratativas com o vendedor.

Nessa linha, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) editou a "Recomendação nº3" para que tabeliães de notas cientifiquem as partes envolvidas em transações imobiliárias e partilhas de bens imóveis sobre a possibilidade de obtenção da Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas, que passará a ser usada, também, como instrumento de combate às fraudes à execução, geralmente configuradas pela venda de imóveis e da transferência de bens para evitar sua penhora para pagamento de dívidas trabalhistas.

Mais uma informação: Se uma pessoa adquirir imóvel cuja venda, posteriormente, for verificada como realizada em fraude, ou seja, quando seu proprietário tinha dívidas a quitar, estará correndo o risco de perder o bem, caso não consiga comprovar que foi adquirido em total boa-fé e desconhecimento do débito.

E é nesse ponto que se enquadra a CNDT. Considerando que o ônus de provar que adquiriu o bem de boa-fé e que se cercou dos cuidados necessários é do próprio comprador, é bastante recomendável, como o fez, aliás, o Conselho Nacional de Justiça, que seja solicitada a CNDT do vendedor, sob pena de, não o tendo feito, entender o juiz que o comprador não agiu prudentemente e, consequentemente, desfazer a venda.

IMOBILIÁRIAS JÁ ESQUENTAM A BRIGA POR LOCAÇÃO


SÃO PAULO - Em busca de mais oportunidades para locação de imóveis na cidade de São Paulo e região metropolitana, as imobiliárias começam uma guerra em busca de apartamentos disponíveis. Exemplo disso, a imobiliária Lello lançou um modelo de negócio que envolve os chamados de "caçadores de casas" (em inglês, house-hunters).

A ideia é que a empresa encontre mais opções de imóveis e saia na frente das concorrentes. Quem também aposta em inovação para atrair novas opções é a imobiliária Silvério Dias, em Sorocaba, que viu sua carteira de imóveis subir 15% depois de investir em mídias sociais.

"Estamos crescendo acima da média porque, diferentemente de muitas imobiliárias da região, estamos um passo à frente na hora de buscar imóveis", afirma Eduardo Dias, diretor de Novos Negócios da Silvério Dias.

Ele explica também que foi a ferramenta no Facebook que aumentou em 15% a carteira de imóveis do grupo. "Na Internet as coisas se multiplicam muito rapidamente; é essencial para uma imobiliária, hoje em dia, estar presente com força nas mídias sociais", completa.

Entre os caçadores de imóveis o resultado também já foi obtido. Na imobiliária Lello, os 12 profissionais que formam a equipe de caçadores saem às ruas de São Paulo para encontrar o maior número de imóveis disponíveis possível. "Eles batem à porta das casas, conversam com os proprietários, zeladores de prédios, vizinhos, atrás de uma pista que os leve a uma casa ou apartamento vago", disse Roseli Hernandes, diretora da Lello Imóveis.

A executiva explica também que, diferentemente dos corretores de imóveis, house-hunters não intermedeiam negócios entre proprietários e inquilinos: sua função é apenas captar imóveis e disponibilizá-los à atual fila de interessados em alugar, cadastrados no banco de dados da administradora. "Com esse trabalho, descobrimos imóveis fechados na cidade. Os captadores trabalham para convencer os proprietários de que ofertar a unidade para locação é bom negócio, gerando rendimento mensal e evitando gastos desnecessário com o pagamento de encargos como IPTU e cota de condomínio", diz.

Em um ano, o número de interessados em alugar um imóvel cresceu 25% na Lello. As unidades mais procuradas são as de um e dois dormitórios, com uma vaga na garagem e valor de aluguel em torno de R$ 1,6 mil a R$ 1,8 mil. E metade dos imóveis disponibilizados é alugada em até 30 dias.

Alta na Roosevelt

Entre os locais em que as imobiliárias de São Paulo mais encontram dificuldade em encontrar apartamentos vagos, destaca-se a Praça Roosevelt, no Centro, que está a cinco meses de terminar obras e com alta no valor imóveis.

De acordo com a Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp) o valor dos imóveis já está até 50% mais alto do que o registrado antes da obra e, em alguns locais, o valor do aluguel mais do que dobrou. "Esta é uma obra que os moradores da região aguardam desde 2006 e isso significa que há muita especulação sobre o resultado", afirmou Angelo Lopes, professor de Desenvolvimento Imobiliário e Economia da construção civil da Universidade de São Paulo (USP).

De acordo com a Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras (Siurb) da prefeitura de São Paulo, a obra custou cerca de R$ 55 milhões e contará com um boulevard que incentivará o comércio na região. "Esta obra é pontapé inicial para a mudança do perfil do que era conhecido como Baixo Augusta e que era área criminalizada, com a obra teremos mais segurança, opções e valorização", explica o professor.

Na última semana, o Vegas, boate tradicional localizada na Augusta foi fechado. O motivo, de acordo com o proprietário do empreendimento, Facundo Guerra, foi a especulação imobiliária. "Lutei o quanto consegui para manter o local aberto. Não foi possível continuar", diz o executivo, sobre o fechamento.

No local da balada será construído um edifício, ainda sem mais informações. "A alta nos alugueis gera impossibilidade de se manter muitos empreendimentos comerciais na região, no último ano notamos algumas outras boates, lojas e livrarias fecharem em função do valor, que triplicou nos últimos anos", afirma Lopes.

Grande ABC

E para driblar as adversidades, a Viana Negócios Imobiliários também já começa seus planos de expansão nas sete cidades do ABC. De acordo com Aparecido Viana, presidente do grupo a movimentação e busca por locação tem crescido em ritmo alto na região. "Temos ações em São Caetano, como por exemplo os 850 escritórios lançados no Espaço Cerâmica e vendidos pela Gafisa em dois dias", detalha.

De acordo com o executivo, hoje a cidade conta cerca de 12 empreendimentos comerciais , o que é considerado pouco. "Ainda é necessário mais oportunidades de locação em São Caetano", diz. Para driblar estes problemas, o executivo anuncia investimentos também em São Bernardo, Santo André, Diadema, São Paulo e Sorocaba. "Contamos hoje com 500 corretores, que buscam boas oportunidades".

Este ano a empresa espera atingir R$ 5 bilhões em VGV, contra os R$ 2 bilhões de 2011. "Até agora temos contratos assinados de R$ 2,5 bilhões", detalha.

Fora do Estado

E não é só em São Paulo que o mercado vem criando boas oportunidades de expansão para o segmento de intermediação imobiliária. Este mês a Colliers International Brasil anunciou o inicio das operações de mais um escritório no Brasil. A nova base, localizada em Fortaleza (CE), vem como parte da ação estratégica da empresa para acompanhar o crescimento imobiliário.

Com o início das operações em Fortaleza, a Colliers, que já possui um escritório em Recife, quer ampliar atuação no Nordeste,. "Nosso objetivo é atender da melhor forma possível à demanda dos nossos clientes. A presença em diversas regiões é fundamental para conseguirmos os melhores resultados e ainda alavanca os negócios imobiliários de cada uma destas localidades", diz Ricardo Betancourt, presidente da Colliers International Brasil.

DECISÃO FACILITA LEILÃO DE IMÓVEL


Advogado Rodrigo Badaró diz que não há sentido em ter o imóvel em seu nome sem poder tomar posse

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que os imóveis de inadimplentes podem ser recuperados pelo credor antes da realização de leilões extrajudiciais. Em uma das primeiras decisões nesse sentido, a Corte entendeu que nos contratos de alienação fiduciária - em que o próprio imóvel é dado como garantia do pagamento - não há necessidade de esperar a venda do bem para pedir a reintegração de posse. O entendimento foi unânime entre os ministros da 3ª Turma.

Para a relatora do caso, ministra Nancy Andrighi, nos casos de inadimplência, o destino do bem deve ser econômico. "A permanência daquele que promoveu esbulho no imóvel não atende a essa destinação", disse, no acórdão. Até então, o Judiciário tinha posição favorável aos devedores. Ou seja, o bem só poderia ser recuperado d epois de leiloado.

Na prática, a decisão significa que o tempo para retomar a posse do bem poderá ser reduzido, assim como os riscos da concessão de crédito imobiliário e dos juros dos financiamentos. "O impacto sobre as operações financeiras é interessante. Para reduzir juros, os bancos mostram a necessidade de ter no mercado mecanismos mais ágeis para recuperação do crédito", diz Fábio Braga, sócio da área bancária do Demarest & Almeida Advogados. Além disso, com o imóvel desocupado, afirmam advogados, seria mais fácil leiloar o bem com preços próximos ao valor de mercado.

O STJ analisou o tema a partir do recurso de um mutuário de Brasília contra decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJ-DF), que havia negado seu pedido para impedir que a Via Empreendimentos Imobiliários retomasse a posse do bem. Inadimplente por 14 meses, o mutuário foi notificado para pagar a dívida. Sem receber, a construtora iniciou o procedimento previsto na Lei do Sistema de Financiamento Imobiliário (Lei nº 9.514, de 1997) para retomar o bem. Primeiramente, registrou em cartório a propriedade do imóvel. A fase seguinte seria realizar os dois leilões extrajudiciais. Entretanto, em novembro de 2008, o mutuário obteve decisão judicial para suspender a hasta pública. A empresa entrou, então, com uma ação para adiantar a reintegração de posse.

Na decisão, os ministros entenderam que uma vez quebrado o contrato de compra e venda, o bem seria do credor. Ou seja, a posse do imóvel seria decorrente da quitação do financiamento. Segundo advogados, a interpretação é importante, pois a Lei do Sistema de Financiamento Imobiliário não é clara sobre a possibilidade de retomar a posse antes dos leilões. "Não há sentido ter o imóvel em seu nome sem poder tomar posse", diz o advogado da construtora, Rodrigo Badaró, do Azevedo Sette Advogados. Segundo o professor de processo civil da USP, Paulo Henrique Lucon, o artigo 23 da lei garante ao credor a posse in direta do imóvel durante o financiamento. "Basta ter a inadimplência para recuperá-lo plenamente", afirma.

Os advogados que representam os mutuários, no entanto, defendem que há diferença entre os contratos de compra e venda e o de garantia do imóvel. Para eles, somente a partir do leilão a dívida poderia ser quitada. Com o débito extinto, o credor poderia pedir a reintegração de posse. "Sem a posse do imóvel, o cliente fica impossibilitado de discutir o valor da dívida", diz o especialista em direito imobiliário, Marcelo Tapai, do Tapai Advogados. "A interpretação abriu um precedente tenebroso", afirma Leandro Pacífico, advogado da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH).

As incorporadoras e bancos, entretanto, consideram a interpretação acertada. A diretora-executiva do departamento jurídico da incorporadora Brookfield, Denise Goulart, diz que a decisão abre espaço para a reintegração ser solicitada quando for constatada a inadimplência. Ainda assim, afirma que a empresa continuará conservadora. "Não sei se temos condições de contar com esse precedente na primeira instância", diz. Segundo Ana Carolina de Souza Medina, gerente da área jurídica da Gafisa, o contrato firmado com o cliente deve deixar claro que ele terá a posse somente após a quitação do imóvel ou da obtenção de financiamento do saldo devedor.

A Caixa Econômica Federal também considerou a decisão acertada, mas afirmou que não haverá impacto sobre a taxa de juros dos financiamentos. "A Caixa já precificava seus produtos considerando um cenário semelhante ao da decisão do STJ", diz a instituição. Em nota, a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) informou que a decisão é importante para manter o volume de financiamentos de longo prazo a taxas adequadas.

CAIXA REDUZ EM ATÉ 21% JUROS PARA FINANCIAR CASA PRÓPRIA


A Caixa Econômica Federal anunciou nesta quarta-feira (25) a redução das taxas de juros voltadas a financiamento imobiliário em até 21% pelo (SFH) Sistema Financeiro de Habitação. Ontem, o banco já havia antecipado que diminuiria os juros. As novas taxas passam a valer a partir do dia 4 de maio, data de abertura do 8º Feirão da Caixa. Os contratos que já existem não serão modificados.

Uma das medidas anunciadas é de que os imóveis de até R$ 500 mil, dentro do SFH (Sistema Financeiro de Habitação), terão os juros reduzidos de 10% para 9% ao ano. Os clientes da Caixa pagam juros menores, de 7,9% ao ano. Já para os imoveis que estão fora do SFH , os juros caem de 11% para 10%.



AS NOVAS TAXAS COBRADAS NO CRÉDITO IMOBILIÁRIO



TIPO DE FINANCIAMENTO
TAXAS ANTERIORES
TAXAS NOVAS
Imóveis de até R$ 500 mil (SFH)
De 8,9% a 10% ao ano
De 7,9% a 9% ao ano
Imóvel de valor superior a R$ 500 mil (fora do SFH)
De 10,5% a 11% ao ano
De 9% a 10% ao ano

·         Fonte: Caixa Econômica Federal



A Caixa estima que as contratações de crédito imobiliário em 2012 chegarão a R$ 90 bilhões após R$ 81,8 bilhões em empréstimos habitacionais tomados em 2011, afirmou nesta quarta-feira o vice-presidente de governo e habitação do banco, José Urbano Duarte.

Em simulação da Caixa, se contratar um financiamento de imóvel no valor de R$ 600 mil, o cliente economizará mais de R$ 54 mil durante 20 anos, dos quais R$ 5,6 mil logo no primeiro ano.

A redução acontece após uma série de rodadas de cortes nas taxas de juros para empréstimos concedidos a empresas e consumidores.

A Caixa e o Banco do Brasil já promoveram cortes duas vezes. Bradesco, Itaú, Santander, HSBC e Citibank também promoveram cortes.

Na segunda-feira (23), a Caixa também anunciou o lançamento de uma linha de financiamento com recursos de R$ 2 bilhões voltada à compra de móveis e itens de linha branca para participantes do programa "Minha Casa, Minha Vida".












APÓS BB E QUEDA DA SELIC, CAIXA ECONÔMICA FAZ NOVA REDUÇÃO DE JUROS


A Caixa Econômica Federal anunciou nesta sexta-feira uma nova redução de juros. A medida atinge juros tanto para pessoas físicas quanto jurídicas.

As justificativas da Caixa são as mesmas do Banco do Brasil, que ontem também anunciou uma nova redução nos juros: a queda na Selic.


Na quarta-feira, o Banco Central anunciou a redução de 9,75% para 9% dos juros do governo, piso das taxas, o menor patamar em dois anos.

Também da mesma forma que o BB, as novas taxas passam a vigorar na próxima segunda-feira (23).

De acordo com o banco, a redução para pessoas físicas abrange os juros mínimos e máximos para empréstimo consignado para aposentados INSS e as taxas mínimas para financiamento de veículos e crédito pessoal.

Para pessoa jurídica, a redução atinge produtos para micros, pequenas e médias empresas.

A Caixa também lançou um programa de renegociação de dívidas. O banco ainda anunciou ontem que irá aumentar o horário de atendimento ao público entre os dias 23 de abril e 11 de maio para atender a demanda do programa de redução de juros.

VEJA AS NOVAS TAXAS, EM % AO MÊS

Pessoa Física
Juros atuais
Juros a partir de 23.abr
Consignado INSS taxa mínima
0,84%
0,75%
Consignado INSS taxa máxima
1,80%
1,77%
Crédito pessoal (CDC salário) taxa mínima
2,39%
1,80%
Financiamento veículos taxa mínima
0,98%
0,89%
Pessoa Jurídica
Juros atuais
Juros a partir 23.abr
Capital de giro (crédito especial empresa pré)*
min. 1,47% e max 2,69%
min 1,37¨% e max 2,05%
Capital de giro (crédito especial empresa pós)*
min 1,39% a max 2,63%
min 1,29% e max 1,99%
Antecipação de recebíveis imobiliários (Construgiro)**
min 1,01% e max 1,50%
min 0,97% e max 1,46%

* com garantia do FGO (Fundo Garantidor de Operações) ** para empresas de construção civil

Fonte: Caixa

QUEDAS

O BB foi o primeiro banco a anunciar queda nas taxas de juros, em 4 de abril, com o lançamento do programa BomPraTodos. No dia seguinte (5 de abril) foi a vez da Caixa Econômica Federal.

O HSBC foi o primeiro banco privado a anunciar queda nas taxas, no dia 12. O Santander reduziu os juros para micro e pequenas empresas na última terça-feira. Ontem (18), Bradesco e Itaú, os maiores bancos privados do país, também anunciaram medidas semelhantes. O Santander também reduziu ontem as cobranças para pessoas físicas.

A Caixa também lançou um programa de renegociação de dívidas. O banco ainda anunciou hoje que irá aumentar o horário de atendimento ao público entre os dias 23 de abril e 11 de maio para atender a demanda do programa de redução de juros.

ESTÍMULO A ECONOMIA

O movimento de redução das taxas nos bancos públicos atende ao chamado da presidente Dilma Rousseff, que tem o assunto como uma de suas prioridades. A iniciativa é uma forma de acirrar a concorrência com os bancos privados, que também anunciaram cortes após o BB e a Caixa, e estimular a economia para garantir um crescimento próximo a 4% neste ano.

A Caixa Econômica Federal informou ontem que também registrou um crescimento no volume de concessões de crédito. Os financiamentos voltados para pessoa física alcançaram R$ 518 milhões nos cinco primeiros dias de vigência do programa, que foi chamado de Melhor Crédito. A cifra representa um avanço de 17% na comparação com a semana anterior ao lançamento.

A base de clientes pessoa física cresceu 11%, de acordo com o banco. Houve aumento também nas concessões para empresas, com um volume 9% superior ao registrado na semana anterior ao início do programa.


SERAFIM TERÁ DIFICULDADES PARA APROVAR IPTU MAIOR


Vereadores mostram-se pouco dispostos a votar aumento em ano eleitoral
Thiago Ferrari (PTB) afirma que ônus não pode recair sobre a Câmara

O prefeito Pedro Serafim (PDT) terá dificuldades para aprovar a revisão do valor venal de 300 mil Imóveis em Campinas. Vereadores ouvidos pelo TodoDia demonstram-se pouco dispostos a votar, em ano eleitoral, uma proposta que terá como consequência o aumento do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). O presidente do Legislativo, Thiago Ferrari (PTB), diz que “esse ônus não pode recair sobre a Câmara”.

“Não posso opiniar sobre o que vai ser proposto porque ainda não conheço o projeto, mas é preciso discutir os critérios e não utilizar isso de forma leviana”, afirmou Ferrari.

O cálculo do valor venal começa a ser realizado ainda neste semestre, conforme revelou o TodoDia ontem. Anteontem, o secretário-chefe de Gabinete, Alcides Mamizuka, explicou que o valor venal em Campinas não é atualizado há cerca de dez anos e representa apenas 30% do preço de mercado dos imóveis. É sobre o valor venal que o IPTU incide.

Uma comissão formada por funcionários da prefeitura, corretores de imóveis, empresários, comerciantes e moradores será encarregada de fazer o cálculo. Depois de revisados, os valores serão enviados à Câmara em forma de projeto de lei.

O projeto faz parte do “choque de gestão” anunciado nesta semana pelo governo Serafim, que tem como objetivo sanear as contas públicas e recuperar o equilíbrio fiscal. O novo cálculo do IPTU passaria a vigorar a partir de 2013.

O vereador e ex-presidente da Câmara Tadeu Marcos (PTB) diz que a proposta vai ser tema de um longo debate na Casa. “Acredito que quando esse projeto chegar, deve demandar um tempo não muito curto de discussão.”

Tadeu, que compõe a base aliada, elogia o “choque de gestão”, mas faz uma ressalva. “É preciso ter cuidado para que essa ação não se transforme em volúpia tributária. A revisão do valor venal deve considerar as distorções de todos os lados, não apenas sobre imóveis subavaliados.”

Tadeu cita como exemplo imóveis localizados em bairros sem qualquer infraestrutura, mas que estão supervalorizados. “O cidadão até brinca que, se a prefeitura pagar o valor venal que está estipulado, vende na hora”.

Para o líder da bancada do PP, Rafa Zimbaldi, esse não é o momento de revisar o valor venal. “A população não pode pagar pela corrupção que ocorreu na prefeitura. Cidades vizinhas a Campinas têm valores bem menores de IPTU”, considerou.

Dário Saadi (PMDB) afirma que “o momento político” não permite aumento de IPTU. “A cidade acaba de sair de uma crise institucional e um aumento de imposto não traria de volta a credibilidade desejada”.

Para o vereador Artur Orsi (PSDB), não há como emitir juízo de valor porque o projeto ainda não foi apresentado à Câmara. “Mas obviamente, do ponto de vista político, não é bom aumentar imposto.” Orsi afirma querer analisar com critério o que for apresentado e, desde que haja justificativa técnica, aprovar.

Na opinião do vereador Josias Lech (PT), vice-presidente da Casa, aumento de imposto “é sempre complicado”. “É preciso ter criatividade para aumentar a arrecadação e não simplesmente jogar isso para a sociedade.”

O líder do PMDB e aliado de primeira hora do governo Serafim, Sebastião dos Santos, desconversa sobre o projeto. “Ainda não tive conhecimento disso, mas tenho certeza que nada será feito para desequilibrar o Orçamento e prejudicar o cidadão.”

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