IMÓVEL MAIS CARO FICA ACESSÍVEL

As taxas mais baixas para o crédito imobiliário ampliaram a capacidade de financiamento de um imóvel em 10%. De acordo com cálculo do Sindicato da Habitação (Secovi), o mesmo valor desembolsado nas parcelas para manter um financiamento antigo de R$ 150 mil vai valer para um de R$ 165 mil com as taxas atuais, por exemplo.

A Caixa Econômica Federal reduziu as taxas de juros de 10% ao ano para 9% para imóveis de até R$ 500 mil. Os clientes do banco com conta salário tiveram redução ainda maior, chegando a 7,9% ao ano para financiamento de imóveis de até R$ 450 mil pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH).
"Essa redução dos juros pode ser utilizada de duas formas: quem não conseguia comprar imóvel pode ter o seu imóvel e, agora, quem tiver condição pode comprar um imóvel 10% mais caro pagando as mesmas parcelas", afirma o economista-chefe da entidade, Celso Petrucci.

Apesar do cenário positivo, a recomendação dos especialistas é de cautela ao fechar o negócio. O cliente deve levar em conta que os contratos para o financiamento imobiliário podem chegar a 30 anos. "Não é para ficar exageradamente ansioso com as novidades do setor. O mais importante ainda é identificar se você quer mesmo o imóvel. É uma decisão que vale por 30 anos", diz o professor Roy Martelanc, da Fundação Instituto de Administração (FIA).

A portabilidade para financiamentos imobiliários também costuma ser burocrática, o que faz com que a decisão tenha de ser a mais correta possível. De acordo com o Secovi, o governo já estuda algumas mudanças nas regras para tornar a operação mais fácil.

As taxas mais baixas também preveem que o poder de barganha do consumidor deve aumentar nos próximos meses. Nesta semana, o consumidor tem uma boa oportunidade de testar isso. As cidades de São Paulo, Curitiba e Fortaleza vão receber a 8ª edição do Feirão da Caixa da Casa Própria a partir de sexta-feira. O evento vai até domingo. "É importante pesquisar em vários bancos antes de fechar o negócio", afirma Martelanc. Em São Paulo, a Caixa estima que a oferta será de 195.500 unidades de imóveis.

Na avaliação do educador financeiro Mauro Calil, sempre que o orçamento permitir deve-se optar pela compra da casa própria. "Não dá para medir o estresse de não ter de renegociar o contrato de aluguel", afirma. "Só não compre por impulso, é ruim porque a pessoa pode se meter numa divida por 30 anos", diz.

Os analistas não são unânimes sobre o futuro dos preços. Para o professor Samy Dana, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o valor dos imóveis deve recuar. "Eu acho que os preços estão exagerados, acho que a gente passou do limite do razoável", afirma. "Tem de esperar, os preços estão estáveis e em alguns lugares estão caindo", diz.

Ele recomenda que, independentemente da decisão, consumidor deve sempre checar o Custo Efetivo Total (CET) da operação para confirmar se não foi cobrada nenhuma taxa que encareça demais o contrato.

Na avaliação do economista Eduardo Zylberstajn, a queda dos juros para o financiamento da casa própria deverá ser lenta. Ele explica que boa parte do estoque que financia a poupança ainda é remunerada pela regra antiga (6% ao ano mais a TR; pela regra nova a rentabilidade é de 70% da Selic, a taxa básica de juros, mais TR).

"Ou seja, fica difícil para o banco emprestar a menos de 9% ou 10% ao ano", afirma. "Seria preciso que todo o estoque de poupança fosse resgatado. Isso vai demorar para acontecer", diz Zylberstajn, para quem os juros do financiamento imobiliário são baixos para os parâmetros do Brasil.
Segundo o economista-chefe do Secovi, os preços dos imóveis deverão permanecer estáveis este ano. Para os imóveis novos, a variação será entre 5% e 10%. "É um repasse no preço do custo de construção e aumento de mão de obra", afirma Petrucci.

Pelos dados do Secovi, no primeiro trimestre houve uma alta de 27% no número de unidades vendidas e também no valor das vendas. Já o número de lançamentos de imóveis caiu 30% nos primeiros três meses do ano.

FINANCIAR IMÓVEL VIRA BOA OPÇÃO DE APLICAÇÃO

Para emprestar dinheiro a quem quer comprar a casa própria, o banco pega da caderneta de poupança de outros clientes, pagando um juro pequeno e cobrando um tanto mais do mutuário.

Só que o financiamento de imóveis dobra a cada dois anos e os depósitos na caderneta crescem 10% ao ano.

O resultado é que, no mais tardar em 2014, a poupança não será mais suficiente para carregar todo o crédito imobiliário nas costas.

Como ocorre no mundo todo, a solução será apelar ao conjunto de investidores-fundos de pensão, gestores de investimento, seguradoras e o investidor pessoa física.

Até agora, havia pouco interesse dos investidores. Afinal, por que assumir o risco de calote dos mutuários para ganhar de 9% a 12% se dá para levar mais emprestando sem perigo ao governo?

A boa notícia é que os juros do governo caíram muito (a previsão é de 8,5% no final do mês) e hoje 9% ao ano é uma taxa bastante alta.

Quase nenhuma aplicação atrelada a juros rende 12% -taxa paga por títulos de dívida que representam empréstimos feitos pelos bancos ou construtoras que têm imóveis como garantia.

"Os juros baixos ajudam muito nosso negócio. Temos mais investidor interessado em comprar título imobiliário do que empréstimo disponível para investimento", diz Fernando Cruz, diretor da Brazilian Mortgages, a maior empresa brasileira que transforma dívida imobiliária em aplicação -a securitização.

ISENÇÃO DE IR

Para o investidor pessoa física, há a vantagem de não pagar Imposto de Renda quando aplica em títulos ou em fundos imobiliários.

Alguns fundos imobiliários, como o do shopping Higienópolis (centro de SP), pagam ao investidor pessoa física rendimento mensal líquido de até 0,87% direto na conta, como se fosse um aluguel, sem a desvantagem de empatar dinheiro em um imóvel. O fundo é cotado na Bolsa, mas ninguém consegue comprá-lo porque não há cotista disposto a vendê-lo.

Enquanto a poupança trouxe R$ 71,68 bilhões para financiar a casa própria em 2011, os investidores do mercado de capitais foram responsáveis por comprar R$ 13,61 bilhões em títulos de dívida imobiliária -aumento de 60% em relação a 2010.

Só os fundos de investimento imobiliário, que compram grande parte desses papéis, somaram R$ 8,23 bilhões em recursos -alta de 89,2% em relação a 2010.

COMERCIAIS

A securitização ainda é mais comum em imóveis comerciais. Nos fundos, 55% têm escritório como garantia.

"Houve uma mudança de foco desse mercado, que está mais pulverizado e com uma presença maior de empreendimentos residenciais", afirma Fernando Brasileiro, presidente da Cibrasec, segunda maior securitizadora.

"Historicamente, os grandes compradores eram os bancos e as operações eram comerciais -shoppings, escritórios, hospitais. Agora, você começa a vender mais para pessoa física, que tem benefício fiscal", diz Brasileiro.

DISPARA EMISSÃO DE LETRA IMOBILIÁRIA

Diante do apetite dos investidores para papéis de renda fixa que oferecem isenção de Imposto de Renda, os bancos têm utilizado as emissões de Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) como uma fonte de funding alternativa para financiar as operações de crédito imobiliário, engrossando os estoques desses papéis.

O saldo de LCIs cresceu 52,3% nos últimos 12 meses encerrados em abril, atingindo R$ 53,679 bilhões, segundo dados da Cetip. No período, a captação desses títulos avançou 42,65%, somando R$ 25,268 bilhões.

A Caixa é uma das instituições que têm utilizado esse instrumento para captar recursos para novas concessões de financiamento à habitação, respondendo por 33% do mercado. A carteira de LCIs do banco já soma R$ 20 bilhões, um crescimento de 58,2% do estoque nos últimos 12 meses encerrados em março. "Esses títulos têm sido uma importante fonte de funding, dado o ritmo de crescimento dos financiamentos imobiliários", afirma Márcio Percival Alves Pinto, vice-presidente de finanças da Caixa. A carteira de crédito imobiliário do banco tinha um saldo de R$ 164,6 bilhões em março, sendo R$ 85 bilhões relacionados a recursos da poupança.

No caso do crédito imobiliário, como a legislação obriga os bancos a aplicarem 65% do que é captado via caderneta de poupança em financiamento habitacional, as instituições acabam emitindo as LCIs quando a carteira de crédito imobiliário é maior que o volume destinado para cumprir essa exigência. Como a concessão de crédito tem crescido a um ritmo superior ao da captação da poupança, muitas instituições financeiras têm buscado fontes de recursos alternativas para bancar essas operações.

A emissão desses títulos representa uma fonte de funding mais barata que a captação de recursos por meio de Certificados de Depósito Bancário (CDBs) ou de Letras Financeiras para as operações de crédito imobiliário, tipicamente financiado com recursos da poupança. Isso porque como as LCIs contam com isenção de Imposto de Renda para os investidores pessoas físicas, os bancos podem oferecer uma taxa inferior a dos CDBs aos clientes.

O rendimento das LCIs varia entre 85% a 95% do CDI, dependo do prazo e valor da aplicação. Com o benefício fiscal, porém, o retorno acaba sendo superior ao dos CDBs, que contam com a incidência de Imposto de Renda - com alíquota que varia de 22,5% a 15% sobre os rendimentos.

Assim com os CDBs, as LCI também contam com a garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Além disso, esses títulos são isentos de recolhimento de compulsório e também estão liberados da cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), destaca o vice-presidente da Caixa.

No Itaú Unibanco, por exemplo, o estoque de LCIs ao fim do primeiro trimestre já alcançava o mesmo volume de Letras Financeiras, somando R$ 16,750 bilhões, crescimento de 67,75% em relação ao mesmo período do ano passado. Boa parte desses títulos é vendida para clientes do "private banking" do banco, que têm mais de R$ 3 milhões em investimentos, com alocação mínima em torno de R$ 100 mil.

O prazo das LCIs varia de 60 dias a dois anos. Mesmo sendo de curto prazo, o vice-presidente da Caixa não vê um risco de descasamento com o passivo imobiliário, que é de longo prazo, uma vez que a taxa de renovação desses investimentos costuma ser alta.

"Temos visto um alongamento dos prazos desses papéis, com os investidores aumentando a parcela de ativos de menor liquidez na carteira", reitera Charles Ferraz, responsável pelo aconselhamento aos investidores do private banking do Itaú Unibanco.

Na Caixa o prazo médio das emissões tem ficado entre 15 e 18 meses, e a aplicação mínima é de R$ 50 mil. "Estamos estudando reduzir esse valor para oferecer acesso a esses papéis aos clientes de varejo", afirma Alves Pinto.

O Santander já oferece LCIs para o segmento de varejo, com aplicação mínima a partir de R$ 30 mil. "Esse é um funding considerado estável, com maior pulverização na base de clientes de varejo, e é uma alternativa interessante que ajuda a compor com a poupança o funding para a carteira imobiliária", afirma José Roberto Machado, diretor executivo de negócios imobiliários do Santander. O volume de LCIs emitidas pelo banco cresceu 12% no ano passado em relação a 2010, somando um saldo de R$ 8,6 bilhões.

COMO APROVEITAR O FEIRÃO DA CAIXA

Veja o que o banco oferece e confira dicas de especialistas para fazer um negócio bom e seguro na compra da casa própria

O 8º Feirão Caixa da Casa Própria, que acontece neste final de semana em algumas cidades e termina em 10 de junho, é uma boa oportunidade para os brasileiros realizarem o sonho de ter um imóvel próprio para morar. Mas especialistas advertem que é preciso ter muito cuidado antes de fechar o negócio. "O ideal é voltar para casa e amadurecer a ideia da compra antes de assinar qualquer documento," diz Marco Aurélio Luz, presidente da Associação dos Mutuários de São Paulo e Adjacências (AMSPA). 

Quem quiser sair do evento com um contrato de financiamento fechado consegue atingir o objetivo em poucas horas. Foi o que fizeram 31 mil participantes da primeira etapa do evento, que aconteceu duas semanas atrás em Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife e Salvador. Segundo a Caixa, com carteira de identidade, CPF e comprovante de rendimento é possível conseguir a carta de crédito durante o evento. "Mas isso não é o ideal, pois muitas vezes a compra é feita por impulso," diz Luz. 

Veja: Feirão da Caixa oferece mais de 200 mil imóveis em São Paulo

A sugestão dele para os participantes é que aproveitem o evento ao máximo, tirem todas as dúvidas e contem com a ajuda de especialistas para fazer contas. Mas antes de assinar qualquer documento, voltem para casa, leiam atentamente o contrato e, se possível, peçam a opinião de quem já financiou um imóvel ou de um advogado especialista. 

A possibilidade de obter um crédito de até 90% do valor do imóvel - como a Caixa oferece para os participantes da feira, dependendo de seu perfil - é atraente, principalmente pelo fato de a instituição ser conhecida e confiável. No entanto, o comprador tem que saber que os negócios fechados durante o evento não têm a garantia do banco estatal. 

"Embora o evento tenha o nome Feirão da Caixa, não é a Caixa que está vendendo os imóveis, mas sim as imobiliárias, incorporadoras e construtoras. Então os cuidados com a compra têm que ser o mesmo de outras situações,"diz Marcelo Tappia, especialista em direito imobiliário e sócio-fundador do escritório Tapai Advogados. 

Mais: Quer comprar a casa própria? Veja as taxas de juro do crédito imobiliário

Assim, a sugestão dos especialistas é que o visitante busque informações durante a feira, mas não se sinta pressionado para fechar negócios. Segundo a Caixa, as taxas oferecidas durante o feirão são as mesmas das agências. "Se as empresas forem sérias, saberão que o comprador precisará de um tempo para avaliar melhor a compra e fazer alguns levantamentos," acrescenta Tappia. 

Entre as pesquisas essenciais, segundo ele, está a comparação das taxas da Caixa com as oferecidas por outros bancos. A pesquisa pode ser feita na internet, nas agências bancárias ou nas próprias construtoras e incorporadoras. É possível inclusive fazer simulações nos sites das instituições financeiras. 

Também é importante pesquisar a idoneidade da construtora. É possível fazer isso com o CNPJ da empresa, que pode ser usado para consultas no Procon e no Cartório de Registro de Imóveis e Prefeitura. É bom verificar também se os engenheiros e os arquitetos responsáveis estão devidamente registrados no CREA, se estão envolvidos com ações cíveis, trabalhistas e criminais e se possuem débitos com a Prefeitura. 

Leia: Planeje-se para aproveitar os cortes das taxas de juros

Confira também a situação do corretor no Conselho Regional de Corretores de Imóveis (CRECI) e o memorial descritivo registrado. "Esse último documento deve conter a marca de todos os materiais e equipamentos que serão utilizados na obra, como elevadores, pisos, azulejos, pias, entre outros. Vale a pena pedir auxílio de um especialista para certificar-se sobre a qualidade dos produtos", diz Luz. Se preferir, o comprador pode solicitar todas essas informações às empresas durante ou após a feira. 

No caso de imóveis usados, é preciso pesquisar sobre os donos atuais. A sugestão é verificar os pagamentos do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e condomínio, para checar se as cobranças devidas foram quitadas, e de eventuais ações ou embaraços judiciais em que o vendedor possa estar envolvido. Todas essas informações também podem ser solicitadas diretamente à imobiliária

Aproveite a feira 

Durante o feirão, o comprador tem a opção de escolher entre 431 mil imóveis. Quem quiser comprar um imóvel que não está na lista deve procurar uma agência do banco para fazer negócio fora do evento. 

Sobre as taxas oferecidas pela Caixa, a mínima é de 7,8% ao ano mais a taxa referencial (TR) para imóveis de até R$ 500 mil, enquanto para valores superiores é possível obter uma alíquota de 8,8% ao ano mais TR. Agentes públicos, servidores e demais empregados do setor público podem financiar 100% do imóvel em até 360 meses, segundo a Caixa, desde que não optem pela carência de até 6 meses para o pagamento da primeira parcela de amortização. 

Para os demais visitantes da feira, é possível chegar a uma quota de 90% do imóvel, dependendo da avaliação de risco de crédito, que varia de acordo com a capacidade de pagamento do cliente, segundo o banco, e do valor de avaliação da casa ou do apartamento feita pela Caixa. 

Mais: Caixa reduz juros para crédito imobiliário em até 21%

Para quem já sabe exatamente o que quer, a Caixa sugere que o comprador leve para a feira informações como o tipo de imóvel (novo ou usado, casa ou apartamento) que pretende adquirir, a localização, o valor aproximado, o quanto de recursos próprios possui para entrada, se tem FGTS e, em caso positivo, qual o seu saldo aproximado. 

O visitante que não sabe exatamente o que quer, ou não se preparou bem para fechar o negócio, deve aproveitar o evento para comparar as condições oferecidas pelas incorporadoras, imobiliárias, construtoras e demais empresas do setor imobiliário. É importante aproveitar a ocasião para tirar dúvidas e também se informar sobre todas as taxas administrativas e encargos cobrados para a compra da casa própria e para obter o do financiamento.

A dica de Marco Aurélio Luz para o comprador é que ele peça uma projeção da primeira até a última prestação do financiamento, para que saiba exatamente quanto gastará quando incluídas as taxas.

ALVENARIA ESTRUTURAL COM BLOCOS DE CONCRETO: MELHOR SOLUÇÃO TÉCNICO-ECONÔMICA

O Brasil vive, desde 2004, quando foi aprovado o novo marco regulatório para a indústria da construção, um boom de crescimento no mercado imobiliário e programas habitacionais, com o lançamento do Programa Minha Casa, Minha Vida, em 2009. De lá para cá, o número de unidades financiadas e a expansão do crédito para a casa própria não deixou de crescer: dos cerca de R$ 3 bilhões de crédito para o setor, em 2004, passou-se a R$ 205,8 bilhões, em janeiro de 2012, de acordo com o Banco Central.

Esse aumento do crédito, amparado em maior segurança para construtoras e incorporadoras e compradores de imóveis, também repercutiu no Distrito Federal e na Região Centro-oeste do país. Fatores como o crescimento da economia, mercado interno aquecido, aumento da renda familiar e a proximidade dos megaeventos esportivos mundiais devem garantir a manutenção desse aquecimento. O crescimento é reforçado por diferentes entidades internacionais. A Associação de Investidores Estrangeiros no Setor Imobiliário (Afire), por exemplo, estima que o Brasil será, em 2012, o segundo melhor mercado imobiliário do mundo na atração de investidores estrangeiros, superando até mesmo a China na lista de preferências. Especialistas avaliam que devido a Brasília ser uma cidade relativamente nova, com grandes possibilidades de crescimento, e as cidades do entorno, como Samambaia e Ceilândia, tende a dar continuidade a essa dinâmica. Segundo o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal (Sinduscon-DF), Julio Cesar Peres, a tendência é que o mercado alcance relativa estabilidade, mantendo crescimento de cerca de 12% ao ano.

Nessa conjuntura, porém, nem tudo são flores. Construtoras e incorporadoras precisam estar atentas aos custos dos empreendimentos, a fim de evitar problemas. Nesse sentido, um dos melhores sistemas construtivos disponíveis no país é a alvenaria estrutural com blocos de concreto. As maiores vantagens desse sistema é que ele oferece a possibilidade de erguer edifícios com até 30% de economia (em prédios de até cinco pavimentos), comparado aos sistemas convencionais de construção, de acordo com pesquisas desenvolvidas por pesquisadores de universidades renomadas, como a Poli-USP, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Universidade Federal de São Carlos-SP, entre outras.

A construção com blocos de concreto estruturais permite que, ao se erguer as paredes, a estrutura já está pronta, dispensando a execução de pilares e vigas e o uso de fôrmas para o concreto. Além disso, esse sistema estrutural conta com normas atualizadas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que abrangem desde a fabricação e ensaios dos blocos, projetos de arquitetura e engenharia e a construção. Todos esses fatores contribuem com o crescimento do uso dos blocos estruturais de concreto no Distrito Federal e no Centro-Oeste. "É visível o aumento do uso de blocos estruturais de concreto nos empreendimentos do DF, graças às vantagens técnico-econômicas que oferece", avalia o empresário Martim Francisco Marcondes, da indústria de bloc os Original, de Brasília, e diretor da Regional Centro-Oeste da BlocoBrasil-Associação Brasileira da Indústria de Blocos de Concreto. Essa opinião é compartilhada por Marley Antônio Rocha, proprietário da Goiarte, indústria de blocos de concreto localizada em Aparecida de Goiânia, a 25 km da capital goiana. "Tivemos um crescimento expressivo no uso dos blocos de concreto em nossa região, devido às suas evidentes vantagens em relação aos outros sistemas construtivos", avalia Rocha, integrante da BlocoBrasil. A Associação reúne os fabricantes de blocos que têm o Selo da Qualidade fornecido pela Associação Brasileira de Cimento Portland. O Selo de Qualidade é uma garantia aos compradores de que os blocos são fabricados de acordo com as normas da ABNT e, portanto, oferecem segurança aos compradores - construto ras e usuários finais.

TECNOLOGIA É ALIADA NO DIA A DIA DOS CONDOMÍNIOS



Produtos tecnológicos facilitam o dia-a-dia dos condôminos e gestores
Sensores de presença, softwares inteligentes, sistema de CFTV (Circuito Fechado de Televisão), identificadores com leitura biométrica, assembleias virtuais - todos esses recursos já podem ser encontrados em diversos condomínios espalhados pelo país.
Em alguns condomínios, é possível encontrar fechaduras que são acionadas por leitura da impressão digital e aparelhos eletroeletrônicos que podem ser acionados a distância.
A internet merece um grande destaque nesse cenário. Hoje, a maioria dos condôminos é composta por pessoas conectadas e que não possuem muito tempo para participar de reuniões de condomínio, ir até o banco, entre outros. O uso da internet é praticamente obrigatório e, dentro do condomínio, essa realidade não é diferente. 
Para Carlos Henrique Cêra, diretor da Superlógica, empresa que criou a plataforma de assembleia virtual para condomínios, a tecnologia se torna indispensável para o bom gerenciamento do condomínio. "O avanço da tecnologia dentro dos condomínios é impressionante. Um exemplo é a grande aceitação do uso da plataforma de assembleia virtual. A ferramenta existe a pouco mais de um ano e mais de 400 condomínios já aderiram ao sistema", explica.
De acordo com Cêra, a proposta de virtualizar as reuniões de condomínio, eximindo o morador de participar das discussões presenciais intermináveis, é uma invenção indispensável nos dias de hoje e mostra um novo caminho a ser seguido, adequado às expectativas dos moradores. "Esperamos que em dez anos todos os condomínios do Brasil já estejam utilizando o sistema para assembleia virtual e a proposta já esteja totalmente consolidada. Os benefícios são inúmeros", completa.
O executivo acrescenta que a tecnologia, além de facilitar o cotidiano do condomínio, gera economia e sustentabilidade. "Alguns recursos tecnológicos também ajudam a reduzir as contas do condomínio e são altamente sustentáveis. A economia de papel, energia, água, entre outros, pode ser sentida no pagamento mensal do condomínio".
Conheça um pouco mais sobre algumas tecnologias utilizadas pelos condomínios:
- Assembleia Virtual: Baseada em recursos online, a plataforma funciona da seguinte maneira: os condôminos são convidados via e-mail a fazerem um cadastro e, uma vez inscritos, passam a participar da elaboração da pauta e das votações. Qualquer condômino tem o direito de sugerir melhorias para o condomínio e cada sugestão é analisada e discutida por todos. A ferramenta também possibilita a realização de assembleias híbridas (aquelas onde o condômino escolhe participar virtualmente ou presencialmente);
- "Sem Parar": Alguns condomínios já utilizam o mesmo recurso do sistema Sem Parar, utilizado em pedágios de rodovias e estacionamentos de shopping centers. Ele funciona por meio das etiquetas de RFID (Radio Frequency Identification) e permite a criação de um banco de informações sobre o usuário do sistema;
- Sensores de presença: Acionam lâmpadas, torneiras e aparelhos de ar-condicionado;
- Sistema de CFTV: Permite captar e transmitir imagens do condomínio em tempo real e online;
- Identificadores com leitura biométrica: Aliados ao controle de acesso do prédio, podem ser leitores de reconhecimento facial, de impressão digital e da íris;
- Sistema de captação de chuva: Capta toda a água proveniente da chuva para a irrigação de jardins plantados sobre lajes. A água fica armazenada entre o jardim e a laje e é sugada pelas plantas em época de estiagem.
SOBRE A SUPERLÓGICA
Fundada em 2001, a Superlógica é hoje uma das principais especialistas em soluções tecnológicas para gestão de condomínios no Brasil. Com presença em todo o território nacional, tem seus produtos em mais de um milhão de unidades imobiliárias, mais de 15 mil condomínios e mais de 900 administradoras.
A Superlógica desenvolve diversas soluções para administração de condomínios e empresas, como a plataforma de assembleia virtual, o software Condor e o SL Financeiro. A empresa também criou e mantém o portal LicitaMais (www.licitamais.com.br), voltado a condomínios, um dos sites especializados mais acessados do país, com média de 250 mil acessos por mês.

SECOVI ESPERA ALTA DE 10% EM VENDA RESIDENCIAL



As vendas de imóveis residenciais na cidade de São Paulo projetadas para o ano de 2012 devem atingir 31,1 mil unidades, segundo a Pesquisa sobre Mercado Imobiliário realizada pelo Departamento de Economia e Estatística do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP). Se alcançado, este número representará um crescimento de 10% em relação as 28,3 mil unidades vendidas no ano passado, e movimentará cerca de R$ 14,8 bilhões, R$ 1,3 bilhão a mais que em 2011.
O economista-chefe do Sindicato da Habitação, Celso Petrucci, afirmou nesta terça-feira que o mercado caminha para um equilíbrio: "Os números da pesquisa nos permitem supor que há um processo de redução na diferença entre as unidades lançadas e as comercializadas", afirmou.
A projeção de lançamentos para 2012, na capital, totaliza 36,2 mil unidades, o que representa uma redução de 5%. De acordo com Petrucci, o mercado imobiliário passa agora por um processo natural de acomodação, mas que crescerá de modo sustentável ao longo do ano.
O presidente do Secovi-SP, Claudio Bernardes, salientou que as novas regras da poupança devem ser positivas para o mercado: "Existe uma tendência de queda de juros para os financiamentos imobiliários. Isso impactará positivamente o mercado". Ele afirmou ainda que a manutenção de alta nas vendas de imóveis neste ano será relevante para que o País atravesse mais uma onda anticíclica, sem se contaminar com a crise que atinge os países desenvolvidos.
Petrucci ponderou que o setor ainda não sentiu "efetivamente" o impacto da redução dos juros. Mas as perspectivas do mercado paulista de imóveis para este ano são favoráveis, por fatores como a reurbanização de áreas e criação de bairros dotados de lazer, comércio, serviços e residência para todos os padrões. Ele citou ainda fatores macroeconômicos, como baixas taxas de desemprego e aumento da renda média e da massa salarial, para as expectativas positivas. (AE)

LANÇAMENTO - CONDOMÍNIO FECHADO - VARANDAS DOS JEQUITIBÁS - HOME RESORT

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