INVESTIMENTO SEGURO

Conheça as vantagens de aplicar o seu dinheiro em empreendimentos imobiliários

Na última década, os imóveis localizados na RPT (Região do Polo Têxtil) valorizaram em torno de 10% a 15% ao ano. A estimativa é do diretor de uma imobiliária em Americana, José Roberto Renesto. Para os investidores, essa é uma informação tentadora. Mas realmente investir no mercado imobiliário é um bom negócio?

Segundo Renesto, é a aplicação mais indicada para quem quer ter segurança e tranquilidade. "O investimento em imóvel é seguro, obviamente tomando os devidos cuidados na hora da aquisição, avaliando bem o tipo de imóvel, a idoneidade documental, tanto do vendedor como do imóvel", explica.

Quem compartilha a opinião é o presidente do Secovi-SP (Sindicato da habitação), Claudio Bernardes. "É muito mais seguro que qualquer outro tipo de renda. Quem viveu na época do Collor, quando tiraram o dinheiro de todo mundo, deixando apenas R$ 50, entende muito bem o que é a segurança de um investimento imobiliário", ressalta.

De acordo com Bernardes, é mais seguro aplicar em imóveis a bancos. "Normalmente as pessoas comparam o quanto ganharão por mês se comprar um imóvel ou se aplicar no banco. Porém, esquecem que o dinheiro está desvalorizando e o imóvel está valorizando. No imóvel não está incluso a valorização que está ocorrendo a longo prazo. Para o investidor, é mais vantajoso, é sempre um melhor negócio", garante. O presidente do Secovi explica que o investimento imobiliário tem dois focos: venda e locação. "O primeiro que é do ganho da valorização do imóvel deve ser feito com perspectiva de retorno de longo prazo. Na locação, você conta com esse processo de valorização a longo prazo, mas conta também com uma remuneração de curto prazo", afirma.

Erro

No entanto, é preciso entender do mercado de imóveis para conseguir fazer um bom negócio. "Um erro comum, e que existe em outros investimentos, é fazer um investimento sem o auxílio de um profissional. Afinal, quando alguém quer investir na bolsa, procura um corretor da bolsa. Agora, no imóvel a pessoa sempre acha que entende, esse é um erro que deveria ser evitado. Se você está procurando um imóvel para investir, é interessante procurar um especialista", orienta Bernardes.

Declare fim às dúvidas!

De acordo com o diretor de uma imobiliária em Americana, José Roberto Renesto, antes de comprar um imóvel, seja para venda ou locação, o investidor deve ficar atento quanto ao valor, localização e condições do imóvel. Agora, se você está com dúvidas e não sabe se adquire um terreno, um apartamento na planta ou uma casa, confira as dicas do profissional.

- Terreno: a melhor opção para investimento em terrenos é na ocasião do lançamento do loteamento. Nessa fase os preços são mais atraentes e existe a possibilidade de parcelamento diretamente com o loteador. Com a evolução das vendas e o início das construções, melhoria na infraestrutura urbana e nos serviços comunitários, ocorre uma valorização natural do imóvel, obtendo vantagens em caso de revenda.

- Na planta: a vantagem de adquirir um apartamento na planta é a futura valorização. No momento da entrega o imóvel terá um valor de revenda superior ao do lançamento. Esse investimento é mais indicado para quem não necessita usar o imóvel imediatamente.

- Casa: a residência pronta é, tradicionalmente, o imóvel mais procurado, devido aos anseios e necessidades familiares de espaço e privacidade. Quando é bem localizada, com espaço físico e de lazer, a casa torna-se um bem de fácil aceitação no mercado. A valorização é ainda maior quando se trata de uma casa num condomínio fechado, justamente em decorrência da segurança.

Curiosidade

O mercado de imóveis novos residenciais na cidade de São Paulo registrou a venda de 2.109 unidades em fevereiro deste ano, com crescimento de 12,8% em relação ao mesmo mês de 2011 (1.869 unidades) e de 97,5% comparado a janeiro de 2012 (1.068 unidades).

De acordo com o Departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP (Sindicato da Habitação), responsável pela pesquisa sobre Mercado Imobiliário, foi o terceiro melhor desempenho para o mês, considerando a evolução de vendas desde a mudança de metodologia, a partir de 2004.

GOVERNO ESTÁ ESTUDANDO NOVA LINHA DE FINANCIAMENTO PARA MATERIAL DE CONSTRUÇÃO

Guido Mantega reclamou da linha de crédito atual, que tem muitas condicionantes estipuladas pelo Conselho Curador

SÃO PAULO - O ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, anunciou nesta sexta-feira (25), que o ministério está estudando em conjunto com a Caixa Econômica Federal (Caixa), uma modalidade de financiamento de materiais de construção que seja mais eficaz do que a que está em vigor e que foi criticada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, esta semana. Segundo Ribeiro, na próxima reunião do Conselho Curador do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), em junho, a nova linha de financiamento já deve estar pronta.

Na última segunda-feira (21), o ministro Guido Mantega reclamou da linha de crédito atual, que, segundo ele, tem muitas condicionantes estipuladas pelo Conselho Curador, o que restringe a concessão para as empresas. Depois de participar de reunião fechada com o Conselho Superior da Indústria da Construção (Consic), da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o ministro Aguinaldo Ribeiro explicou que o assunto está sendo discutido e não há nada definido.

"Tudo está sendo discutido. A questão do spread tem sido discutida não só para o financiamento do material de construção como para outros setores, inclusive com essa nova dinâmica da política de juros. Essa nova linha contemplará todas as demandas. Até junho, deve estar tudo definido. O fundamental é que haja uma boa execução", disse.

Segundo ele, o objetivo é tornar a concessão de crédito para materiais de construção mais ágil e melhor utilizada. A linha de financiamento para materiais de construção sobre a qual se refere o ministro e que está sendo rediscutida conta com cerca de R$ 1 bilhão com juros de 12% ao ano.

DICAS PARA COMPRAR IMÓVEIS NO FEIRÃO DA CASA PRÓPRIA

Se você planeja visitar o feirão nos próximos dias, confira as dicas para comprar a tão sonhada casa própria

Uma dica é ficar sempre atento aos juros, que mudam conforme o valor do imóvel e do financiamento

São Paulo - Até o dia 10 de junho, a Caixa Econômica Federal (CEF) realiza o 8º Feirão da Casa Própria em 13 cidades de todo o Brasil. No evento, estarão à venda 430 mil imóveis, entre novos e usados. A grande vantagem do Feirão é a possibilidade de se realizar o processo de aquisição do imóvel num único espaço, uma vez que lá estarão imobiliárias, construtoras, incorporadoras, corretores, cartórios e agentes da Caixa, responsáveis por analisar e liberar o financiamento. Se você é uma das pessoas que planeja visitar o Feirão para comprar a tão sonhada casa própria, fique atenta às dicas:

1 Aproveite os feirões para comparar os preços dos imóveis e pesquisar as taxas de juros.

2 Fique atento aos juros, que mudam conforme o valor do imóvel e do financiamento - por isso é essencial consultar outros bancos, sem se esquecer de incluir na comparação as taxas administrativas e encargos cobrados por cada instituição financeira. Para facilitar, os bancos oferecem simuladores online e você pode fazer a pesquisa em casa para ir ao Feirão já munido de informações.

3 Por mais que as condições de compra encontradas no feirão sejam vantajosas, não deixe de fazer um bom planejamento, pois o financiamento vai comprometer a renda da família por muitos anos. "O ideal é que a prestação não comprometa mais de 30% da renda familiar e é bom ter cerca de 50% do valor do imóvel depositado em FGTS, poupança ou em aplicações", orienta Marco Aurélio luz, presidente da AMSPA (Associação dos Mutuários de São Paulo e Adjacências).

4 Se estiver interessado em um imóvel novo ou em construção, certifique-se da idoneidade da construtora com o pedido do CNPJ e a consulta ao Procon. Também faça o levantamento da incorporação do imóvel - verifique se o engenheiro e arquiteto estão devidamente registrados no CREA; consulte o INSS; ações cível, trabalhista e criminal; débitos junto à prefeitura; situação do corretor junto ao Creci e memorial descritivo registrado. "Vale a pena pedir auxílio de um especialista para certificar-se sobre a qualidade dos produtos", sugere Luz.

5 No caso do imóvel ser usado, é fundamental conhecer a residência e conversar com vizinhos para checar as condições do imóvel e da vizinhança (infraestrutura, segurança, iluminação etc.). Verifique a matrícula atualizada do imóvel no Cartório de Registro de Imóveis e solicite a cópia do projeto arquitetônico da edificação devidamente aprovada pela Prefeitura e, em tratando-se de imóvel em condomínio, a cópia da convenção. Cheque, também, se a imobiliária e/ou corretor que estiver intermediando a negociação está cadastrada no Creci.

6 Antes de fechar o negócio, peça ao banco uma projeção da primeira até a última prestação. Se o financiamento for realizado diretamente com a construtora, solicite a projeção de parcelas e uma simulação se a dívida for repassada para o banco.

7 Não aceite pagar nenhum valor além do que estiver estipulado em contrato. "Em muitas das situações, o futuro mutuário acaba pagando taxas abusivas como, a SATI e Corretagem sem saber da sua ilegalidade e depois quando vai atrás dos seus direitos tem dificuldade de comprovar o pagamento feito a parte", alerta o especialista.

8 Guarde folders, anúncios, foto da maquete do estande e qualquer outro material de divulgação que sirva de respaldo, caso haja uma eventual propaganda enganosa ou uma promessa não cumprida.

PREÇO E TAMANHO SÃO VANTAGENS DE USADOS

Despesas com reparos e reformas, no entanto, devem ser levadas em conta por comprador.

Se os imóveis em construção trazem a incerteza sobre o prazo da entrega, os usados podem ser uma boa opção.

O comprador terá que fazer algumas escolhas: condomínio mais em conta ou infraestrutura de lazer? Preço menor ou mais de uma vaga de garagem? Espaços mais amplos ou instalações elétricas novas?

"O novo oferece vantagens como economia com reparos e possibilidade de escolha do andar e insolação, além da infraestrutura. Alguns condomínios são verdadeiros clubes", diz Maurício Bianchi, do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo.

Com menos opções de lazer e mais gastos com reparos, os benefícios do usado estão em preço e tamanho.

"Plantas anteriores a 2004 têm de 10% a 15% a mais em metragem, resultado de uma adequação do mercado ao bolso do consumidor da base da pirâmide, afirma Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP (Sindicato da Habitação).

Mas a prioridade de alguns é desvantagem para quem preza pela economia. O lazer oferecido pelos novos pesa no valor do condomínio. Por outro lado, os prédios mais antigos têm o chamado rateio de despesas, destinado a reparos e reformas.

O presidente do Creci-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis), José Augusto Viana Neto, alerta para a importância da taxa condominial, que, quando muito alta, pode dificultar a venda.

PRAZO

O empresário Henrique Borges e sua noiva, Michelle Ribeiro, acreditam ter unido o melhor dos dois mundos. Com previsão de se casarem até 2014, a prioridade era o prazo. "Todos os que vimos na planta ficariam prontos após essa data", diz Michelle.

Foi então que encontraram a solução em um empreendimento ainda em fase de obras. "Só precisaríamos esperar um ano. A entrega está prevista para abril de 2013. Então, fechamos negócio."

INTERNET SE TRANSFORMA EM ALIADA NA COMPRA DA CASA PRÓPRIA

Construtoras e imobiliárias oferecem ferramentas para facilitar escolha de imóvel; veja os riscos e conheça seus direitos

Já pensou em comprar uma casa ou apartamento pela televisão? Esse é o novo hábito que a Tecnisa, construtora e incorporadora sediada em São Paulo, espera estimular a partir de setembro, quando algumas "smart TVs" - aquelas que contam com dispositivos que permitem acessar conteúdos na web - passarão a ser vendidas com aplicativos para navegar por seu website. "Será mais um canal de relacionamento com os clientes", resume Romeo Busarello, diretor de E-business e Relacionamento com Clientes da Tecnisa.

A novidade visa atrair o público para o site da Tecnisa, que já oferece diversos aplicativos compatíveis com tablets e smartphones e está presente nas principais redes sociais. O investimento em novas tecnologias vai ao encontro dos resultados já obtidos pela empresa. A cada 100 pessoas que compraram apartamentos da Tecnisa no ano passado, 97 chegaram ao imóvel pela web. "A internet é o principal canal de vendas e de construção da nossa marca", afirma Busarello.

O esforço de fortalecer a presença na internet não é uma exclusividade da Tecnisa. Há dois anos, a MRV, construtora sediada em Belo Horizonte, investiu na criação de uma equipe de corretores que permanece online 24 horas por dia. "Notamos que 20% dos clientes acessavam nosso site fora do horário comercial", justifica Rodrigo Resende, diretor de marketing da MRV. E a construtora tem apostado nesse tipo de atendimento. Afinal, 30% das vendas do ano passado - que totalizaram 36 mil imóveis - foram iniciadas com essa interação virtual. Nesse ano, Resende diz que espera elevar essa parcela para 35% das vendas.

Já a Lopes, empresa paulista de comercialização de imóveis, tem ampliado a oferta de aplicativos. Neste mês passou a oferecer a ferramenta para iPhone, após ter lançado, em junho, a versão mobile de seu portal. No dia do lançamento do aplicativo, de acordo com Adriana Sanches, gerente de marketing da Lopes, foram contabilizados mais de 300 downloads. "Todas as iniciativas relacionadas à internet são bem recebidas pelos clientes", acredita. "Uma empresa do mercado imobiliário não pode deixar de dar atenção a isso", enfatiza.

Essa concorrência virtual entre as empresas, na avaliação de Luciano de Souza Godoy, professor de Direito Civil da Faculdade de Direito Fundação Getulio Vargas (FGV), é bastante positiva para quem quer comprar um imóvel. "A grande vantagem da internet é o acesso à informação", afirma. "É um benefício pesquisar preços, condições de pagamento, qualidade e localização sem despender um dia de trabalho ou o fim de semana".

Luciano de Souza Godoy, da FGV: "a grande vantagem da internet é o acesso à informação"

Internet substituiu classificados

A opinião é compartilhada por Gerson Rolim, consultor da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico. A internet, afirma, é de grande ajuda para a pesquisa de imóveis prontos, substituindo os antigos classificados de jornais. Mas as muitas ferramentas que hoje são disponibilizadas pelos sites das construtoras são especialmente úteis para imóveis na planta. "Permitem a experimentação do imóvel sem que ele exista", diz.

As facilidades não param aí. A expansão do crédito para os imóveis, nos últimos anos, aliada ao aumento de oferta de casas e apartamentos, refletiu-se em um processo de compra menos burocrático e mais acessível. Godoy comenta que as exigências de documentos, por parte das construtoras, são menores que tempos atrás. Para alguns empreendimentos, basta apresentar CPF, RG e certidão de casamento, quando for o caso, com o único intuito de checar o regime de comunhão. Comprovante de renda, obrigatório em qualquer compra em um passado não muito distante, nem sempre é pedido, principalmente em empreendimentos voltados à classe C.

"Muitos não têm como comprovar a renda, o que inviabilizaria a transação", diz Godoy. Para levantar informações sobre os compradores, as construtoras acabam recorrendo a bancos de dados, como os da Serasa e do SPC (Sistema de Proteção ao Crédito). "Com tanta concorrência, quem é mais burocrático, perde o negócio".

A adesão aos sites das corretoras tem sido crescente. Porém, comenta Godoy, são poucos os que sabem que os sites das construtoras são uma espécie de pré-contrato, sob a ótica jurídica. "O site da construtora ou incorporadora é uma proposta", explica Godoy. Por isso, ao concordar os termos, o comprador deve assinar um documento pessoalmente, saindo do contato virtual com a construtora, etapa que também é viabilizada sem maiores complicações. Muitas construtoras ou incorporadoras levam o documento até o comprador, para colher a assinatura.

Direitos dos clientes

Comprar um imóvel pela internet - ou apenas iniciar os contatos para essa negociação - envolve cuidados e direitos similares às transações do mundo real. É preciso verificar a existência, solidez ou idoneidade da construtora ou imobiliária. Essa prática, no caso de imóveis na planta, deve ser acrescida ao acompanhamento e supervisão da obra.

Já em relação aos direitos, o cliente tem assegurado o cumprimento da proposta. No caso de atraso da entrega do imóvel, o comprador tem direito a ser ressarcido com a multa que recai sobre a construtora. Mas quem compra pela internet, ainda que tenha apenas iniciado os contatos pelos portais dos imóveis, tem um direito adicional, que é o de se arrepender. Previsto no Código de Defesa do Consumidor, permite que o comprador desista da compra até sete dias corridos após a assinatura do contrato, sem ter de justificar as razões e com a segurança de ter a devolução dos valores pagos. "Comprar um imóvel em casa, pela internet, deixa o comprador em uma condição vulnerável", justifica Godoy. "Por isso, a lei prevê que ele pode se arrepender".

Por um lado, o comprador encontra uma burocracia mais branda na compra de imóveis. Mas as construtoras e incorporadoras também estão mais seguras, pois houve uma melhora das garantias para que retomem os imóveis dos inadimplentes. Godoy explica que, caso o comprador acumule três prestações em atraso, poderá ser cobrado e correrá o risco de ter de desocupar o imóvel em até seis meses. "Apesar das facilidades, as pessoas precisam ter consciência do nível de endividamento", alerta. Depois de devolver o imóvel à construtora, ele será encaminhado a leilão. Nessa etapa, já será tarde para se arrepender.

IMÓVEL MAIS CARO FICA ACESSÍVEL

As taxas mais baixas para o crédito imobiliário ampliaram a capacidade de financiamento de um imóvel em 10%. De acordo com cálculo do Sindicato da Habitação (Secovi), o mesmo valor desembolsado nas parcelas para manter um financiamento antigo de R$ 150 mil vai valer para um de R$ 165 mil com as taxas atuais, por exemplo.

A Caixa Econômica Federal reduziu as taxas de juros de 10% ao ano para 9% para imóveis de até R$ 500 mil. Os clientes do banco com conta salário tiveram redução ainda maior, chegando a 7,9% ao ano para financiamento de imóveis de até R$ 450 mil pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH).
"Essa redução dos juros pode ser utilizada de duas formas: quem não conseguia comprar imóvel pode ter o seu imóvel e, agora, quem tiver condição pode comprar um imóvel 10% mais caro pagando as mesmas parcelas", afirma o economista-chefe da entidade, Celso Petrucci.

Apesar do cenário positivo, a recomendação dos especialistas é de cautela ao fechar o negócio. O cliente deve levar em conta que os contratos para o financiamento imobiliário podem chegar a 30 anos. "Não é para ficar exageradamente ansioso com as novidades do setor. O mais importante ainda é identificar se você quer mesmo o imóvel. É uma decisão que vale por 30 anos", diz o professor Roy Martelanc, da Fundação Instituto de Administração (FIA).

A portabilidade para financiamentos imobiliários também costuma ser burocrática, o que faz com que a decisão tenha de ser a mais correta possível. De acordo com o Secovi, o governo já estuda algumas mudanças nas regras para tornar a operação mais fácil.

As taxas mais baixas também preveem que o poder de barganha do consumidor deve aumentar nos próximos meses. Nesta semana, o consumidor tem uma boa oportunidade de testar isso. As cidades de São Paulo, Curitiba e Fortaleza vão receber a 8ª edição do Feirão da Caixa da Casa Própria a partir de sexta-feira. O evento vai até domingo. "É importante pesquisar em vários bancos antes de fechar o negócio", afirma Martelanc. Em São Paulo, a Caixa estima que a oferta será de 195.500 unidades de imóveis.

Na avaliação do educador financeiro Mauro Calil, sempre que o orçamento permitir deve-se optar pela compra da casa própria. "Não dá para medir o estresse de não ter de renegociar o contrato de aluguel", afirma. "Só não compre por impulso, é ruim porque a pessoa pode se meter numa divida por 30 anos", diz.

Os analistas não são unânimes sobre o futuro dos preços. Para o professor Samy Dana, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o valor dos imóveis deve recuar. "Eu acho que os preços estão exagerados, acho que a gente passou do limite do razoável", afirma. "Tem de esperar, os preços estão estáveis e em alguns lugares estão caindo", diz.

Ele recomenda que, independentemente da decisão, consumidor deve sempre checar o Custo Efetivo Total (CET) da operação para confirmar se não foi cobrada nenhuma taxa que encareça demais o contrato.

Na avaliação do economista Eduardo Zylberstajn, a queda dos juros para o financiamento da casa própria deverá ser lenta. Ele explica que boa parte do estoque que financia a poupança ainda é remunerada pela regra antiga (6% ao ano mais a TR; pela regra nova a rentabilidade é de 70% da Selic, a taxa básica de juros, mais TR).

"Ou seja, fica difícil para o banco emprestar a menos de 9% ou 10% ao ano", afirma. "Seria preciso que todo o estoque de poupança fosse resgatado. Isso vai demorar para acontecer", diz Zylberstajn, para quem os juros do financiamento imobiliário são baixos para os parâmetros do Brasil.
Segundo o economista-chefe do Secovi, os preços dos imóveis deverão permanecer estáveis este ano. Para os imóveis novos, a variação será entre 5% e 10%. "É um repasse no preço do custo de construção e aumento de mão de obra", afirma Petrucci.

Pelos dados do Secovi, no primeiro trimestre houve uma alta de 27% no número de unidades vendidas e também no valor das vendas. Já o número de lançamentos de imóveis caiu 30% nos primeiros três meses do ano.

FINANCIAR IMÓVEL VIRA BOA OPÇÃO DE APLICAÇÃO

Para emprestar dinheiro a quem quer comprar a casa própria, o banco pega da caderneta de poupança de outros clientes, pagando um juro pequeno e cobrando um tanto mais do mutuário.

Só que o financiamento de imóveis dobra a cada dois anos e os depósitos na caderneta crescem 10% ao ano.

O resultado é que, no mais tardar em 2014, a poupança não será mais suficiente para carregar todo o crédito imobiliário nas costas.

Como ocorre no mundo todo, a solução será apelar ao conjunto de investidores-fundos de pensão, gestores de investimento, seguradoras e o investidor pessoa física.

Até agora, havia pouco interesse dos investidores. Afinal, por que assumir o risco de calote dos mutuários para ganhar de 9% a 12% se dá para levar mais emprestando sem perigo ao governo?

A boa notícia é que os juros do governo caíram muito (a previsão é de 8,5% no final do mês) e hoje 9% ao ano é uma taxa bastante alta.

Quase nenhuma aplicação atrelada a juros rende 12% -taxa paga por títulos de dívida que representam empréstimos feitos pelos bancos ou construtoras que têm imóveis como garantia.

"Os juros baixos ajudam muito nosso negócio. Temos mais investidor interessado em comprar título imobiliário do que empréstimo disponível para investimento", diz Fernando Cruz, diretor da Brazilian Mortgages, a maior empresa brasileira que transforma dívida imobiliária em aplicação -a securitização.

ISENÇÃO DE IR

Para o investidor pessoa física, há a vantagem de não pagar Imposto de Renda quando aplica em títulos ou em fundos imobiliários.

Alguns fundos imobiliários, como o do shopping Higienópolis (centro de SP), pagam ao investidor pessoa física rendimento mensal líquido de até 0,87% direto na conta, como se fosse um aluguel, sem a desvantagem de empatar dinheiro em um imóvel. O fundo é cotado na Bolsa, mas ninguém consegue comprá-lo porque não há cotista disposto a vendê-lo.

Enquanto a poupança trouxe R$ 71,68 bilhões para financiar a casa própria em 2011, os investidores do mercado de capitais foram responsáveis por comprar R$ 13,61 bilhões em títulos de dívida imobiliária -aumento de 60% em relação a 2010.

Só os fundos de investimento imobiliário, que compram grande parte desses papéis, somaram R$ 8,23 bilhões em recursos -alta de 89,2% em relação a 2010.

COMERCIAIS

A securitização ainda é mais comum em imóveis comerciais. Nos fundos, 55% têm escritório como garantia.

"Houve uma mudança de foco desse mercado, que está mais pulverizado e com uma presença maior de empreendimentos residenciais", afirma Fernando Brasileiro, presidente da Cibrasec, segunda maior securitizadora.

"Historicamente, os grandes compradores eram os bancos e as operações eram comerciais -shoppings, escritórios, hospitais. Agora, você começa a vender mais para pessoa física, que tem benefício fiscal", diz Brasileiro.

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