RODOVIAS VIRAM 'AVENIDAS' EM CAMPINAS

Expansão da cidade faz regiões próximas a estradas ganharem cada vez mais empreendimentos residenciais

Parque Prado, região do shopping Iguatemi e Mansões Santo Antônio são locais que concentram expansão

Com a saturação das áreas centrais, os lançamentos de imóveis residenciais de Campinas têm se concentrado em bairros próximos às rodovias.

Os empreendimentos crescem às margens das estradas que passam pela cidade paulista, um dos principais municípios do Estado.

Anhanguera e Bandeirantes, entre outras estradas, ligam a cidade à capital, que fica a 93 km, além de conectarem o município com outros da região metropolitana.

"Campinas cresceu e passou pelas rodovias, que viraram 'avenidas' da cidade", diz Rodrigo Coelho, diretor de compra e venda do Secovi-SP da região, sindicato que representa as construtoras.

O aumento do trânsito também foi um dos fatores que contribuíram para a tendência. "As pessoas querem facilidade, chegar mais rapidamente ao trabalho."

A geografia local permite em muitos casos que o morador vá de um ponto a outro da cidade sem entrar em Campinas. "Por mais que o trecho seja maior em quilômetros, o tempo é mais curto", diz o supervisor comercial Felipe José Vendrame, 31.

Ele comprou um terreno e começa, em dois meses, a construir uma casa no Swiss Park, um bairro planejado. O endereço: rodovia Anhanguera, km 90. "Há toda a infraestrutura de que preciso, de supermercado a padaria."

Sergio Gerin Filho, sócio-proprietário da Criar Soluções Imobiliárias, vende terrenos no Swiss Park. Segundo ele, desde 2006 foram entregues 13 áreas residenciais. Outras quatro serão lançadas, uma delas daqui a um mês. "O terreno tem 5 milhões de m². Há muito espaço para crescimento", diz.

Outros locais próximos às rodovias que têm crescido são o Parque Prado, a região do shopping Iguatemi e Mansões Santo Antônio (veja quadro acima).

MACROZONAS

Um dos empecilhos para o desenvolvimento de novas regiões é a incerteza sobre as macrozonas da cidade, nove áreas criadas após revisão do Plano Diretor.

Cada uma delas tem ao menos um plano local de gestão. "O processo está em discussão na Câmara e, enquanto não houver definições, fica difícil expandir", diz Silvio Chaimovitz, presidente da ACS Incorporadora.

"É arriscado comprar terreno em locais que hoje têm certas características e que, com a revisão, podem inviabilizar um empreendimento no futuro", acrescenta.

DIRETORES DO SECOVI-SP ORIENTAM SOBRE COBRANÇA DE CONDÔMINOS

Estratégias judiciais para a cobrança das despesas dos condomínios: este foi o tema central do Encontro PQE (Programa Qualidade Essencial) do Secovi-SP (Sindicato da Habitação), realizado na sede de Sorocaba, em 13/6.

Estratégias judiciais para a cobrança das despesas dos condomínios: este foi o tema central do Encontro PQE (Programa Qualidade Essencial) do Secovi-SP (Sindicato da Habitação), realizado na sede de Sorocaba, em 13/6. Para discutir a questão, foram convidados o diretor da vice-presidência de Gestão Patrimonial e Locações do Sindicato, Jaques Bushatsky, e o diretor de Legislação da vice-presidência de Administração Imobiliária e Condomínios do Sindicato, Juraci Baena Garcia.

Bushatsky, que também é coordenador geral do PQE, comparou a difícil tarefa de cobrar os condôminos à compra de um iPhone. "Quando compramos um iPhone, temos de ler o manual e conhecer as regras de uso para poder manusear o aparelho. O mesmo acontece quando cobramos um morador inadimplente: é necessário conhecer toda a legislação, antes de tomar qualquer atitude", explicou.

Ele informou que o primeiro passo para agilizar a cobrança é saber de quem cobrar. De acordo com o Código Civil, existem três opções: proprietário (Art. 1336 - I), possuidor (Art. 1333 "in fine") e adquirente (Art. 1345). O segundo passo é selecionar a melhor alternativa de cobrança: negociação, câmara de mediação ou os setores de conciliação prévia criados por Tribunais de Justiça. A cobrança judicial é o último recurso, ao qual se recorre quando todas as tentativas anteriores falharam. No entanto, essa opção tem sido cada vez mais utilizada, motivo pelo qual a quantidade de ações de cobranças de despesas de condomínio cresceu 34% no primeiro trimestre de 2012, em comparação ao mesmo período de 2011.

"O problema é que um único processo pode levar entre sete e 10 anos para ser concluído", apontou o advogado. Para enfrentar a burocracia legal, algumas alternativas têm sido pensadas, entre elas afastar o efeito suspensivo das defesas e dos recursos oferecidos pelo devedor, permitindo a imediata execução da sentença - sob responsabilidade do credor -, obviamente sem vedar o direto de rediscussão em instâncias superiores, o que depende de nova lei. Outra possibilidade é preconizar o uso da "antecipação da tutela". Bushatsky afirmou que a lei admite tal antecipação quando o pedido do autor se mostre incontroverso. "E, em cobranças de rateios de condomínio, essa certeza existe em quase 100% dos casos, conforme demonstram as reiteradas decisões judiciais. Logo, pode ser dito que o direito de se cobrar nesses moldes é incontroverso", justifica Bushatsky.

A origem do problema

Para o diretor de Legislação Juraci Baena Garcia, os problemas de pagamento surgem, principalmente, quando as despesas são rateadas. "O problema da inadimplência no Brasil é cultural, pois sempre há um número reduzido de pessoas que realmente abusam, pois sabem que no final tudo será dividido e, consequentemente, existe outro grupo que se sente lesado, pois considera os valores do rateio indevidos", esclareceu.

Para Juraci, o principal erro que ocorre é o "jogo do empurra-empurra" entre síndico, administradora e condôminos. Para ele, a melhor maneira de se resolver essa questão seria por meio de leis mais rigorosas, que efetivamente mudassem a cultura da inadimplência no País. "Hoje, a multa de 2% é praticamente nula. Além disso, o morador continua utilizando todos os serviços do condomínio, exceto votar nas Assembleias. Isso não basta", concluiu.

ALUGUEL: AUMENTA A PROCURA POR SEGURO-FIANÇA EM SP

Encontrar alguém disposto a se tornar fiador em um contrato de aluguel não é tarefa fácil. Justamente essa dificuldade tem ajudado a impulsionar o mercado de outro tipo de garantia: o seguro-fiança. Só nos primeiros quatro meses do ano a modalidade movimentou R$ 57,5 milhões em contratações, um crescimento de 25% em comparação aos R$ 45,8 milhões registrados no mesmo período de 2011no Estado de São Paulo.

Em abril, a garantia foi usada em 20,5% dos contratos de locação. Há quatro anos, a participação era de 17%. Para se chegar nas vantagens e desvantagens do seguro-fiança, o diretor do Sindicato da Habitação (Secovi-SP), Jaques Bushatsky, explica primeiro os outros dois tipos comuns de garantia. A caução é um depósito no valor de três aluguéis na poupança. Caso ocorra algum problema, o dono do imóvel tem direito ao dinheiro.

"O problema é que em caso de inadimplência, uma ação de despejo demora cerca de sete meses, um tempo maior do que os três meses garantidos pelo depósito. Por isso, não é tão usado", destaca o diretor do Secovi-SP.

Já o fiador continua no topo da preferência entre locador e locatário. O problema é conseguir um. Existe uma dificuldade para encontrar uma pessoa disposta a garantir o pagamento e quando o candidato a inquilino acha alguém, seu cadastro econômico deve ser bom. Ou seja, ele precisa ter um imóvel em seu nome já quitado e sem pendências na mesma cidade, não deve ter o nome sujo, e renda três vezes superior ao valor do aluguel.

A figura do fiador está presente em 48% dos contratos. "A tendência é de queda à medida que fica mais difícil encontrar um fiador", lembra Bushatsky.

Diante desse cenário, o seguro-fiança aparece como solução, porém tem seu custo. Em média, segundo o Secovi-SP, o preço cobrado é de 80% do valor de um aluguel por ano. A estimativa é apenas para a garantia do aluguel. Se o inquilino quiser incluir coberturas adicionais, como condomínio, IPTU, água e luz, o preço pode chegar a uma vez e meia o valor do aluguel.

Mas segundo o gerente de Produto Porto Aluguel - Seguro de Fiança Locatícia, Luiz Carlos Henrique, a vantagem está no recebimento em caso de inadimplência. Após ser comunicada sobre o não pagamento, a seguradora é acionada e garante o aluguel até a desocupação do imóvel mesmo com a ação de despejo ainda em andamento.

Na Porto Seguro, que responde por 95% do mercado, a prática em São Paulo é parcelar o valor do seguro em quatro vezes. No Grupo BB e Mapfre, é possível parcelar em até nove vezes.

Apesar de haver a possibilidade do parcelamento, a diretora da Lello Imóveis Roseli Hernandes afirma que existe uma negociação do proprietário do imóvel para o inquilino desembolsar o valor à vista evitando assim o risco de o morador deixar de pagar as parcelas seguintes.

Na Lello, 26% dos contratos incluem o seguro-fiança. No começo do ano passado, a participação era de 23%. "Quem faz o seguro, geralmente, não quer pedir favor para ninguém ou veio de longe e não tem uma pessoa próxima para ser fiador", diz Roseli.

Condições

A contratação da garantia é feita por intermediação do corretor de seguros, que vai solicitar os documentos do interessado para passar por uma análise cadastral. O inquilino não pode ter o nome sujo e precisa comprovar renda.

O valor do seguro se refere ao prazo de um ano. Caso o contrato do aluguel seja de 30 meses, por exemplo, o gerente da Porto Seguro explica que a renovação do seguro é feita anualmente dentro de determinados prazos sem uma nova análise cadastral, mas com a necessidade de uma formalização.

VENDA DE IMÓVEIS USADOS CRESCE PELO SEGUNDO MÊS SEGUIDO NO ESTADO DE SÃO PAULO, COM ALTA DE 9,3%

As vendas de imóveis usados no Estado de São Paulo cresceram 9,3% em março, sustentando o movimento de alta registrado em fevereiro, quando o número de transações foi 4,54% maior que o de janeiro. A locação de casas e apartamentos, porém, caminhou em sentido contrário, acumulando dois meses de queda no número de novas locações - 1,71% e março e 5,38% em fevereiro.

Os números foram levantados em pesquisa feita com 1.418 imobiliárias de 37 cidades do Estado pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CRECISP). Março foi o terceiro mês seguido de queda dos preços médios de venda e de locação residencial registrado pelo Índice Estadual de Preços de Imóveis Usados Residenciais do CRECISP.

O Índice Crecisp encolheu 7,49% em março. Em fevereiro, a queda foi de 1,94% e em janeiro, de 5,2%. No ano, o índice acumula queda de 14%, mas em 12 meses o saldo é positivo, com alta de 8,79%. O Índice Crecisp é composto pela média de preços de imóveis vendidos e de novos aluguéis contratados no Estado. Em março, foram considerados preços de venda e de locação de 4.441 imóveis pesquisados nas 37 cidades, incluída a Capital.

"A manutenção das vendas em março é um bom resultado, considerando o estado geral da Economia, de encolhimento da produção e das vendas em vários setores, o crescimento da inadimplência e os sinais aparentes de esgotamento da capacidade de endividamento das famílias", afirma José Augusto Viana Neto, presidente do CRECISP. Sem que defina tendência para os próximos meses, o bom desempenho das vendas em março é indicativo de que o temor do endividamento, que começa a se espalhar, não contaminou os compradores potenciais de um dos bens mais caros que as famílias adquirem, que é a casa própria.

"Imóvel é sempre um bom negócio, no qual não se perde dinheiro, somente se ganha, se respeitadas regras essenciais na hora da compra", destaca o presidente do CRECISP. Ele lista entre essas regras o comprometimento da renda com prestações até o limite de 30%, a pesquisa minuciosa e exaustiva das condições do imóvel, como localização, vizinhança, solidez da construção, e a destinação que se pretende dar a ele no médio e longo prazos. "Comprar pensando em vender no curto prazo é péssimo negócio, e garantia certa de frustração porque não se vende uma casa como se vendia um carro usado", alerta Viana Neto. O uso do verbo no passado, ele explica, se deve ao fato de que "o aperto no orçamento das famílias está fazendo o carro usado virar um ´mico´ no mercado".

Liderança dos financiamentos

O número de unidades comercializadas neste período fez com o índice estadual de vendas evoluiu de 0,6529 em fevereiro para 0,7137 em março, uma alta de 9,3%. O mercado não teve comportamento uniforme nas quatro regiões pesquisadas: houve queda de 5,01% no Litoral e de 0,32% no Interior e alta de 34,64% na Capital e de 23,07% nas cidades de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Guarulhos e Osasco.

As 1.418 imobiliárias pesquisadas pelo CRECISP nas 37 cidades venderam a maioria dos imóveis com financiamento bancário. O crédito da Caixa Econômica Federal e de outros bancos privados e públicos respondeu por 55,7% das vendas na Capital, por 62,81% no Interior e por 68,26% nas cidades do A, B, C, D, Guarulhos e Osasco. Somente no Litoral as vendas à vista superaram as feitas a prazo, com 51,6% e 43,62% do total negociado, respectivamente.

A pesquisa CRECISP constatou que foram vendidos em março mais casas do que apartamentos, com perfis diferentes de valor nas quatro regiões em que se divide a pesquisa. Na Capital, 67,98% das casas e apartamentos vendidos tinham preço médio superior a R$200 mil. Essa faixa de valor também foi domi nante nas cidades da região do A, B, C, D, Guarulhos e Osasco, 54,55% do total.

O imóvel mais caro em março no Estado de São Paulo foram os apartamentos de 4 dormitórios na cidade do Guarujá. Conforme apurou a pesquisa CRECISP, eles foram vendidos em bairros da área nobre pelo preço de R$6.696,42 o metro quadrado.

Assim como o mais caro, o imóvel mais barato negociado pelas imobiliárias consultadas pelo CRECISP em março também estava no Litoral. Em Praia Grande, no Sul, casa de três dormitórios foi vendida por R$426,00 o metro quadrado.

Casas à frente dos apartamentos

É uma preferência que praticamente não muda. Em março, como em outros meses, a maioria dos novos inquilinos paulistas preferiu alugar uma casa para morar (55,1% do total alugado) do que um apartamento (44,9% das locações). O número de imóveis alugados em março fez com que o índice estadual de locação recuasse 1,71%, de 2,5391 em fevereiro para 2,4958 em março.

Das quatro regiões pesquisadas, duas tiveram alta no número de novas locações na comparação de março com fevereiro: Capital (+ 5,98%) e A, B, C, D, Guarulhos e Osasco (+ 9.98%). Houve queda no Interior (- 9,7%) e no Litoral (- 16,9%).

Imóveis com aluguel mensal de até R$800,00 foram os mais alugados no Litoral (50% do total de novos contratos) e no Interior (58,6%). Na Capital, a faixa dos mais alugados foi a de até R$1.000,00 (50,95%), valor que baixou para R$600,00 no A, B, C, D, Guarulhos e Osasco (59,03%).

O fiador segue sendo a opção número 1 dos novos inquilinos como instrumento jurídico de garantia de pagamento em caso de inadimplência. Segundo mostram os resultados da pesquisa CRECISP, ele esteve presente em 45,48% dos novos contratos na Capital, em 79,88% no Interior, em 52,05% no Litoral e em 44,02% no A, B, C, D, Guarulhos e Osasco.

O aluguel mais barato do Estado em março foi encontrado em São Caetano, onde casas de 1 dormitório situadas em bairros da área central foram alugadas por valores entre R$120,00 e R$750,00. Já o aluguel mais caro foi o de apartamento de 3 dormitórios em bairro da área nobre de Bertioga, alugado por R$5.500,00.

Segundo os dados apurados nas 1.418 imobiliárias pesquisadas pelo CRECISP, a inadimplência aumentou em março. Passou de 4,1% em fevereiro para 4,32% em março, uma alta de 5,34%.

Imóveis situados em áreas centrais das cidades pesquisadas tiveram a preferência dos novos inquilinos em março, com participação de 80,79% nos contratos formalizados no Interior, 78,31% na região do A, B, C, D, Guarulhos e Osasco e 73,68% no Litoral.

A pesquisa CRECISP foi realizada em 37 cidades do Estado de São Paulo: Americana, Araçatuba, Araraquara, Bauru, Campinas, Diadema, Guarulhos, Franca, Itu, Jundiaí, Marília, Osasco, Piracicaba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Rio Claro, Santo André, Santos, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, São Carlos, São José do Rio Preto, São José dos Campos, São Paulo, Sorocaba, Taubaté, Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião, Bertioga, São Vicente, Peruíbe, Praia Grande, Ubatuba, Guarujá, Mongaguá e Itanhaém.

PESQUISA SECOVI-SP CONFIRMA TENDÊNCIA DE CRESCIMENTO DO MERCADO

O mercado de imóveis novos residenciais na cidade de São Paulo confirmou em abril as expectativas de crescimento do setor neste ano. De acordo com a Pesquisa Sobre Mercado Imobiliário realizada pelo Secovi-SP, as vendas no primeiro quadrimestre atingiram 7.407 unidades, com alta de 12,5% em relação ao mesmo período de 2011 (6.584 unidades).

O Departamento de Economia e Estatística do Sindicato apurou aumento também no volume de vendas expresso em valores monetários atualizados para abril. De janeiro a abril, vendeu-se R$ 3,6 bilhões, frente aos R$ 3,4 bilhões do primeiro quadrimestre de 2011, um incremento real de 6,9% entre os períodos.

O desempenho de comercialização expresso pelo indicador Velocidade de Vendas acumulado de 12 meses vem crescendo mês a mês: passou de 56,7% em dezembro de 2011 para 60,4% em abril de 2012, contribuindo para explicar o papel relevante do crescimento de vendas em unidades.

Segundo a Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio), foram lançadas 1.622 unidades em abril, contra 1.578 no mês anterior (alta de 2,8%). O volume de lançamentos em unidades acumulado no primeiro quadrimestre (5.257 imóveis) foi 27,6% inferior ao de igual período de 2011 (7.262 unidades).

A oferta final de imóveis novos residenciais na cidade de São Paulo apresentou redução de 10,6% no quadrimestre, com 17.632 unidades em oferta na Capital no final de abril, diante do total de 19.731 referentes ao estoque de dezembro.

Em abril, 2.007 unidades foram vendidas, com redução de 9,7% em relação às 2.223 unidades comercializadas no mês anterior. Parte desse ajuste ocorrido no quarto mês do ano foi reflexo de notícias econômicas, que sinalizam para este ano crescimento próximo ao de 2011, apesar das medidas anticíclicas governamentais, incluindo a redução da taxa básica de juros.

O levantamento mensal aponta que as unidades com até seis meses de oferta, a partir do momento de lançamento, representaram 78,7% das vendas em abril. Esse período de 180 dias se caracteriza por intensa campanha promocional dos produtos, com forte utilização de meios de comunicação e a realização eventos no local de comercialização do empreendimento.

Outro aspecto observado no mês foi predominância, novamente, de vendas de imóveis de 2 e de 3 dormitórios, com participação conjunta dos dois segmentos de 85,6% do total negociado. O nicho de 2 dormitórios contribuiu com 1.051 unidades e 52,4%, enquanto o segmento de 3 quartos correspondeu a 33,2% e 666 unidades.

QUEM TORNA O IMÓVEL 'INTELIGENTE' É O MORADOR

Projeto e construção são meios para reduzir o impacto ambiental do imóvel. Mas quem faz a diferença, mesmo, é o morador ou usuário.

"Ele é o elemento-chave para que a sustentabilidade se consolide, pois é quem vai usar as soluções implantadas e investir na manutenção", observa Roberto de Souza, diretor do Centro de Tecnologia de Edificações, empresa de consultoria ambiental.

Grandes administradoras de condomínios estão atrás de certificação, de forma a reduzir custos para os moradores e implantar operações mais sustentáveis nos edifícios já existentes.

"Em edifícios comerciais isso já é regra. Nos habitacionais, a tendência vai se disseminar. Crianças e jovens questionam os pais sobre o condomínio não ter coleta seletiva e cobram medidas amigas do ambiente", diz Souza.

A prática de retrofit (reforma para modernizar o imóvel) é um caminho para introduzir sustentabilidade, diz Luiz Henrique Ferreira, diretor da Inovatech, empresa de consultoria especializada.

Entre as tecnologias usadas estão torneiras e descargas econômicas, energia solar e uso de chuva, que reduzem o valor do condomínio e o consumo de água.

A sustentabilidade vem assumindo importância estratégica, para Souza. "Há crescimento acentuado de empreendimentos certificados."

Os dois principais sistemas de certificação disponíveis no país, o Aqua (Alta Qualidade Ambiental) e o Leed (Leadership in Energy and Environmental Design), registram incremento.

A Fundação Vanzolini, detentora do Aqua, chegou ao fim de 2011 com 53 empreendimentos certificados. Em 2010, o selo passou a contemplar imóveis habitacionais, certificando 13 edifícios e um condomínio com quatro prédios e 80 casas, que ainda estão em construção.

Marcos Casado, gerente do GBC Brasil, diz que muitos empreendimentos que requisitaram o certificado Leed em 2004 estão ficando prontos agora. "Por isso o número de certificados ainda é baixo, mas os pedidos dispararam. Hoje, temos 500."

TEMPLO SUSTENTÁVEL

A iluminação natural é aproveitada ao máximo no Centro de Desenvolvimento Espiritual Sukyo Mahikari, inaugurado neste ano na Saúde, em São Paulo. O átrio tem plantas e brises de madeira nas janelas, que reduzem o calor. Certificado com o selo Aqua, o templo tem sistemas para uso de água de chuva e economia de energia. O projeto é do arquiteto Yoshihiro Chida.

HAJA ENERGIA

A construção civil consome 40% da energia produzida no mundo, extrai 30% dos materiais do meio natural, gera 25% de resíduos sólidos e consome 25% da água do globo, segundo a ONU.

PREÇO DOS IMÓVEIS FICARÁ ESTÁVEL NESTE ANO, AVALIAM EMPRESÁRIOS

Representantes do setor, como o superintendente da Caixa Paulo Galli, dizem que aumento do crédito fez crescer demanda

Os preços dos imóveis deverão permanecer estáveis em 2012, segundo avaliação do superintende regional da Caixa Econômica Federal em São Paulo, Paulo Galli. De acordo com ele, nos últimos anos, houve uma recuperação do valor dos imóveis, o que deve fazer com que as próximas altas venham num ritmo mais moderado.

"Há uma tendência de estabilização dos preços. Logicamente que em algumas áreas da cidade haverá uma valorização maior", afirmou Galli.

Na avaliação do superintendente da Caixa, o aumento dos preços dos imóveis nos últimos anos foi consequência do crescimento da demanda, impulsionado principalmente pelo aumento do crédito do setor. "Com o aumento do crédito nos anos anteriores, os preços voltaram para a realidade", disse Galli durante almoço de confraternização com os vencedores do prêmio Top Imobiliário que é promovido pelo Grupo Estado.

O prêmio está na 19.ª edição e reconhece personalidades e empresas do setor imobiliário que se destacaram no desenvolvimento dos seus negócios. "Esse é um prêmio já consolidado num setor que é muito importante para o crescimento do País", afirmou Fabio Costa, diretor executivo de mercado anunciante do Grupo Estado. "O setor imobiliário abrange vários tipos de negócio, serve como um termômetro da nossa economia", disse.

Neste ano, entre as empresas vencedoras, estão a PDG Realty, na categoria Incorporadoras; a MRV, entre as construtoras; e a Lopes, na categoria Vendedoras. Ernesto Zarzur, presidente da EZTec, foi o vencedor na categoria Personalidade do Ano.

Demanda. Mesmo com a previsão de estabilização dos preços, os executivos do setor apostam que a demanda por imóveis deve aumentar nos próximos trimestres. Essa expectativa é impulsionada sobretudo pela redução dos juros para o financiamento imobiliário. "O mercado está mais seletivo, mas continua com ótimas oportunidades que a gente vai procurar explorar cada vez mais", diz Otávio Flores, diretor de Negócio da Gafisa.

Para Leandro Caramel, da Habitcasa, os próximos trimestres devem apresentar uma aceleração na venda de imóveis.

"Os próximos trimestres devem ter uma subida e vão começar a responder positivamente para essa divulgação em massa do financiamento imobiliário", afirmou.

Portabilidade. Na avaliação de Galli, da Caixa, o que pode ajudar a impulsionar o setor é uso mais frequente da portabilidade no crédito imobiliário. Com a redução dos juros para o financiamento do setor, o consumidor ganhou mais poder de barganha para buscar taxas melhores nos bancos.

"O mercado de portabilidade ainda não está tão quente, mas eu acredito que a portabilidade vai começar a ser uma prática de mercado cada vez mais comum", afirmou Galli.

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