Para
atrair o novo modelo de classe A, caracterizada pela nova geração de
milionários no País, as construtoras e incorporadoras têm investido cada vez
mais em inovação. Exemplo disso, o complexo Parque da Cidade, localizado no
bairro do Morumbi, reduto nobre da capital paulista, mesclará tecnologia,
prédios comerciais e residenciais, assinados pela gigante Odebrecht. No ABC
Paulista, a Vianna Negócios Imobiliários aponta a venda de imóveis de alto
padrão comercial. Entre os condomínios que mesclam casas e apartamentos, há
destaque para o Enjoy Prime House, realizado pela construtora Labes Mello.
"Em
meio a um mercado saturado e com poucos terrenos as construtoras começam a
investir no diferencial para atender a demanda da população mais abastada
", argumentou Frederico Ficca, professor de Economia e doutorando pela
Universidade do Rio de Janeiro (UFRJ).
O
professor acrescentou que essa variedade de opção faz parte do perfil das
construtoras. "A classe A também está segmentada. Pode ser um executivo
que mora durante a semana próxima ao trabalho, pode ser os novos ricos com
família ou os filhos de alto executivo em busca do primeiro apartamento",
detalha o acadêmico. Ele lembra que se a incorporadora oferece todas essas
opções em um só terreno, consegue driblar a falta de espaços.
A
Construtora Calçada , em parceria com a INK Engenharia lançou no Recreio dos
Bandeirantes, no Rio de Janeiro, o empreendimento Concetto. Divido em dois
terrenos de mais de 15 mil metros quadrados, o espaço contará com 258 unidades:
192 apartamentos e 66 casas.
De acordo
com João Paulo, diretor-presidente da Calçada, os apartamentos vão custar a
partir de R$ 489 mil e as casas serão vendidas a partir de R$ 1.290 milhão. O
Valor Geral de Vendas (VGV) é estimado em R$ 230 milhões.
"O
Recreio foi uma das regiões que mais receberam investimentos nos últimos anos e
isso se refletiu em mais conforto e acessibilidade. Tem crescido a demanda por
empreendimentos com alto valor agregado. O projeto do Concetto surgiu para
atender a procura por condomínios sofisticados", diz João Paulo.
Já a
construtora Labes Mello também anunciou investimento em empreendimentos mistos,
e lançou este mês a segunda fase do Enjoy Prime House, também na cidade do Rio
de Janeiro. A primeira fase contou com 96 apartamentos, todos já vendidos. Para
a segunda fase a empresa preparou 32 casas com cinco suítes cada. Cada casa
também conta com churrasqueira, piscina exclusiva e um deck. De acordo com a
empresa, os preços do imóvel começam em R$ 1,35 milhão e financiamento direto
com a construtora em 120 meses.
Outra
construtora de olho nesse mercado é a Leduca, que lançou em agosto o Private -
Aqua & Gourmet, no Rio de Janeiro, com 92 apartamentos, em prédios de três
andares com coberturas dúplex, além de 30 casas com sótão e quatro suítes. A
novidade nesse modelo, de acordo com Paulo Marques, diretor da empresa, está na
tomada para carro elétrico na garagem.
São Paulo
Em São
Caetano do Sul, no ABC Paulista, a Vianna Negócios Imobiliários fechou parceria
com a incorporadora Kallas para a realização de um edifício comercial na
cidade. O empreendimento tem previsão de lançamento para o primeiro semestre de
2013 e visa a atender a demanda da cidade.
"Estamos
muito contentes com essa parceria, porque realmente é uma porta que se abre.
Nós temos o conhecimento regional e a Kallas é uma empresa completa, com a qual
teremos prazer em trabalhar", comentou Aparecido Vianna, presidente da
empresa.
Outra
novidade que promete mudar o conceito de empreendimentos que misturam prédios
comerciais e residenciais em São Paulo é o Parque da Cidade, assinado pela
Odebrecht Realizações Imobiliárias (OR). Em setembro, a empresa lançou a
primeira fase do projeto que conta com cinco torres empresariais, duas
residenciais, uma de salas comerciais, um hotel e um shopping Center.
No
primeiro momento, a empresa lança a venda dos imóveis comerciais e está
previsto para 2016 o inicio das vendas dos apartamentos, no entanto, as vendas
já seguem altas, tanto que o hotel foi vendido, para o grupo pernambucano
Cornélio Brennand. O Parque da Cidade, completo, com todas as torres, ficará
pronto em 2020.
O custo
da construção irá passar de R$ 1 bilhão, num terreno que custou R$ 290 milhões,
comprado da Monark em 2010. A companhia calcula que o valor global de vendas
será da ordem de R$ 4 bilhões. "O empreendimento da Odebrecht, além de
extremamente bem localizado [na saída da Marginal do Pinheiros] nasceu para
refazer a ideia de empreendimentos de alto padrão na capital. Desde o inicio da
obra a construtora recebeu diversos selos de obra sustentável, inclusive,
tornou-se um dos 18 projetos do mundo eleitos pela Fundação Clinton como
parâmetro para desenvolvimento sustentável do planeta", apontou Margarida
Romman, consultora imobiliária e arquiteta.
De acordo
com Margarida, o projeto entra no mercado para virar cartão postal da cidade,
fazendo frente com outras obras históricas. "Eles se juntam a edifícios
como o Infinity, o JK Iguatemi, o Rochaverá como marcos da construção civil
contemporânea", destaca.
"A
gente podia, mas não quis fazer o maior prédio de São Paulo", brincou
Saulo Nunes, diretor de Incorporação da Odebrecht Realizações, durante a
apresentação do empreendimento ao mercado. Na ocasião, ele lembrou que, ao
invés de investir em um empreendimento gigantesco a construtora optou por ser
referencia com sustentabilidade.
Ao todo o projeto conta Itens como estação de
tratamento de água, feiras orgânicas, ciclovia e um sistema de coleta a vácuo
de lixo reciclável (os sacos viajam por dutos a 70 km/h). O projeto terá 22 mil
metros quadrados de área verde e 62 mil abertos à circulação pública. "O
perfil do público desse empreendimento vai além de executivos, são também
famílias, estrangeiros e novos empresários", finalizou Margarida.