Por muito tempo o mercado imobiliário brasileiro sobreviveu com baixa oferta de imóveis e uma grande demanda reprimida. Faltava financiamento para as construtoras e também para os consumidores, além de poucas garantias jurídicas.
O crédito era coisa rara e não existia a alienação fiduciária do imóvel, e uma vez o apartamento vendido e ocupado era uma dor de cabeça para o incorporador se o cidadão deixava de pagar as prestações. Retirá-lo do imóvel era um inferno. Acrescente-se a isso, os juros exorbitantes e a inflação a corroer o poder de compra do consumidor.
Chegava-se a vender um empreendimento uma vez e meia, dada a incapacidade da família de honrar os compromissos financeiros assumidos com a incorporadora. Hoje o cenário é bem diferente. Juros baixos, de um dígito, entre 7% e 8%, inflação de 5%, embora fora da meta do governo, que é de 4,5% e uma oferta de crédito quase ilimitada, basta ver a disposição dos bancos estatais, Caixa e Banco do Brasil, além da rede privada.
Ou seja, as condições são favoráveis à compra de imóveis, com prazo de até 35 anos. No entanto, depois do boom de 2010, o mercado vem se acomodando e hoje chegamos a uma situação inusitada.